AGRADECIMENTOS

151 33 36
                                    

Muito obrigado pela leitura de "Amor em tempos de ENEM". Este livro surgiu da convivência com muitos dos meus sobrinhos que estão em época de provas finais, envoltos por toda a angústia, pressões e expectativas diante da temida pergunta "O que você vai fazer depois da escola?". É assustador pensar que a sociedade evoluiu em muitos sentidos, porém, nesse ponto, ao impor a adolescentes de 15, 16, 17 anos que definam o "futuro", percebo que há ainda mais imposição. E isso é prejudicial.

Apesar de pender para o aspecto romântico, a história da Tássia é um pequena extrato de uma das variadas angústias que acometem jovens nessa época de ENEM. Quantos não vemos que ficam nessa balança entre estudar e aproveitar a vida? Não aproveitar no sentido de procrastinar, jogar tudo para o alto. Longe disso. Mas aproveitar no sentido de saber balancear as coisas. E a minha maior questão é em relação a essa obsessão que jogam sobre esses estudantes sobre "um futuro promissor definido por uma prova".

Deixa eu te dizer: a vida real está longe de ser assim.

A medida que amadurecemos, conhecemos mais sobre o mundo, temos experiências, caímos e levantamos, nossas vontades mudam. O que era certo se desfaz e novas certezas se erguem no horizonte. E tudo bem. Apesar do que muitos dizem, mudar não é um problema; não é um fracasso. Está tudo bem.

Eu passei boa parte do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio na crença de que eu faria Direito e teria um "futuro" nos tribunais. Reneguei muita coisa, deixei passar muitas oportunidades, me abstive de experiências em prol desse "futuro". Então, ao entrar no curso, notei o erro que tinha cometido. Três anos depois, larguei o Direito e fui para o Jornalismo. E, finalmente, longe de tudo o que acreditava e de toda a pressão, eu me encontrei.

Anos depois, com ainda mais autoconhecimento, já perto dos trinta anos, eu mergulhei nas Artes Visuais. E me encontrei mais um pouquinho. Sim, de novo. Não abandonei o que aprendi até aqui. Pelo contrário, foi uma soma, uma multiplicação de amor-próprio. E quem sabe o que acontecerá daqui a alguns anos? Ninguém.

Claro, devemos ter os pés bem firmes no chão, contudo, sem nos pressionarmos a escolhas que muitas das vezes nem notamos que foram injetadas em nosso subconsciente. Fico revoltado quando abro o Twitter e encontro adolescentes de 14, 15 anos dizendo que "fez a escolha errada" ou que "não sabe se ainda terá tempo para mudar".

Fuja desse pensamento! A vida é longa.

O problema é que muitos de nós, adultos, temos a péssima mania de esquecermos de nossa época de adolescência. Por isso, a maioria quer impor caminhos aos adolescentes de hoje sem lembrar que as coisas não tão "preto no branco", certeiras e definidoras.

Calma.

A vida sempre flui. Deixe-a fluir.

"Amor em Tempos de ENEM" pede para que você busque por tranquilidade. Eu fico tão preocupado ao ver tantos jovens desesperados, estressados, com gastrite de fundo emocional por causa dessa abstração chamada "futuro". Estude, é claro. Sempre. O conhecimento é a verdadeira liberdade. Entretanto, reconheça os limites. Estude por si, mas não para agradar às pessoas, para se provar para os outros. Não vale a pena.

Mais uma vez, calma.

Permita-se sorrir.

Um forte abraço,

Henggo.

Amor em Tempos de ENEMOnde histórias criam vida. Descubra agora