Capítulo 16

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Acordei com o barulho dos pássaros a cantarolar no parapeito da janela.
Os meus olhos estavam um pouco sonolentos.
O vento percorreu os meus braços desnudos e cobri-me  com as cobertas com um tom de branco brilhante.
   Ao meu lado estava Douglas, a dormir, tão quieto, tão indefeso, com um ar tão angelical, ele não parecia o mesmo visto assim, não parecia a pessoa que tive de cegar para que não magoasse-me.
  Os olhos claros de Douglas começaram a abrir.
— Bom dia Isa...–disse, a olhar para mim.
—Bom dia Douglas.–respondi.
—Hoje vou visitar o avô ao segundo reino, por isso, hoje não vou puder ir à floresta das almas contigo e com a Ayla mas eu vou pedir ao Augustos para vos levar.
—Está bem .
—Depois eu compenso-te.–Douglas sorriu e agarrou a minha mão debaixo dos lençóis.
  Foi uma das poucas vezes que vi o meu marido a rir, até comecei a pensar se esta pessoa que apresentava-se ao meu lado era outro ser parecido com Douglas e não realmente ele.
   O príncipe levantou-se da cama e dirigiu-se para a banheira que estava no nosso quarto, logo de seguida entraram duas damas de companhia que encheram a banheira de espuma.
Douglas despiu-se mesmo à minha frente, ele tinha as costas robustas e completamente definidas, suas pernas eram grandes.
Desviei o olhar, ele nunca faria isso e logo à minha frente, o que lhe aconteceu?
— Vou agora, que a carruagem  já espera-me.–Douglas sobe na cama já vestido  e beija-me. Aquilo fez-me lembrar num dos nossos primeiros dias de aulas no segundo reino, naquele dia em que  apaixonei-me pelos olhos dele, aquele dia  em que a minha respiração acelerou e senti que ia desmaiar.
 —Também vou arranjar-me para ir à floresta, vou levar os cavalos.–disse e desviei-me do cheiro dele.
—Está bem, irei chamar o Augustus para esperar por ti na porta do quarto.
— Não levarei Ayla desta vez.–falei.
—Está bem.
                               

Estava a vestir-me, coloquei um vestido longo que descia pelos joelhos, ele era de um azul luminoso mas complicado de  usar

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Estava a vestir-me, coloquei um vestido longo que descia pelos joelhos, ele era de um azul luminoso mas complicado de  usar.
A porta dos meus aposentos bateu.
— Menina posso entrar ?-perguntou Augustos.
—Sim, entre.
  Augustus era o meu guarda dês que eu conheço-me por gente. Temos praticamente a mesma idade mas, ele trabalhava com o pai Jonas quase dês que nasceu.
  Ele foi treinado pelo melhor soldado do primeiro reino, o seu progenitor e intristesseme só de pensar que Jonas morreu.
 Não podemos  dizer que foi por vontade própria nem por obra de alguma entidade sobrenatural, na verdade ele foi enforcado porque os reinos, descobriram que ele havia tido um caso com a filha da curandeira, Morgana que engravidou do mesmo.
— Este fecho não está a fechar !–relatei, tentando-o puxar para cima.
_Quer que eu a ajude ?–Augustus aproximou-se de mim.
—Sim...
Comecei a sentir a respiração ofegante do guarda a chegar perto de mim, as suas mãos eram ásperas e fortes.
O tocar dele fez-me arrepiar.
Uma de suas mãos estava no meu ombro, que fizeram-me encostar contra o seu corpo.
—Pronto, já está.– Augustus falou por fim .
—Agora devemos ir, princesa.  
                               

Augustus subiu num cavalo negro, enquanto eu tentava subir em Penélope, a minha égua de pelo branco

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Augustus subiu num cavalo negro, enquanto eu tentava subir em Penélope, a minha égua de pelo branco.
— Precisa de ajuda princesa?–perguntou Augustus.
—Não... não é preciso.
—Mas parece estar a ter problemas, deixe-me só...–o guarda saiu do cavalo e e dirigiu-se para perto de mim. Colocou as suas mãos fortes em minha cintura e estremeci com aquele contacto.
  Empurrou-me para cima para que eu  conseguisse-me sentar no animal.
— Esta floresta é um pouco perigosa como sabe, por isso fique ao pé de mim.– Augustus olhou para trás e depois o cavalo negro começou a galopar como um raio.
Segui-o, andamos pelas várias tonalidades que as flores tinham e o cheiro que elas submetiam-nos se estivéssemos demasiado perto delas, uma vez coloquei uma  grijela na água de Yasmim e a mesma dormiu durante uma semana inteira, realmente foi uma das melhores semanas da minha vida.
 —Isabella!–gritou Augustus.
Quando apercebi-me, estava ensanguentada no meio da relva, Penélope havia esgueirado-se pelo meio dos arbustos  e eu caí com a força dela.
   As minhas costas doíam tanto, uma dor que nunca tinha sentido antes, uma dor horrível.
— Porquê que a princesa não se está a curar, todos os descendentes dos reinos conseguem curar-se rapidamente, por favor menina, por favor cure-se.–via-se o desespero no olhar de Augustus, agarrou a minha mão com tanta força.
  A minha respiração tornou-se forte e não a conseguia controlar .
—Tenha calma Isa, tenha calma, tente respirar, por favor.
Senti o mundo a desabar, o ar mal entrava-me pelas narinas e aquele que com esforço conseguia respirar, fazia-me falecer cada vez mais.
— Controle a respiração, com calma, com calma– a sua mão dirigiu-se para o meu rosto e a minha ficaram sobre a dele, as nossas faces estavam agora tão perto que consegui sentir cada palpitar do coração de Augustus.
  Por incrível que pareça a dor abrandou e eu consegui acalmar-me.
—Não dê-me outro susto princesa, Douglas com certeza mataria-me se algo acontecesse.
— Tens medo do Douglas?–perguntei.
—Não, sinceramente não, eu vi o meu pai a ser morto por simplesmente amar, acho que nesse momento o meu medo fugiu de mim.
— Então, não acreditas no amor ?
— Não...–falou um pouco grosseiro.
Um dos meus maiores defeitos é que, geralmente ajo com o que sinto no momento, às vezes isso nem sempre corre bem, desta vez esse foi o caso.
Aproximei-me ainda mais do guarda.
Os meus lábios tocaram nos dele, naquele momento tudo parou e eu deixei de sentir qualquer coisa sem ser aqueles segundos, aqueles minutos...
As minhas mãos foram parar aos ombros estremamente definidos de Augustus, enquanto as dele estavam na minha cintura que empurravam-mr para perto do corpo do mesmo.
   Senti o aroma que vinha dele, aquele cheiro intenso , mas ao mesmo tempo suave, aquele maldito cheiro...
Afastamo-nos e olhei no fundo daqueles olhos castanhos que faziam-me lembrar da capa dos livros que eu leio deitada ao lado do rio.
 Comecei a pensar no que tinha-se passado, como eu fui ali parar.
  O quê que eu fiz?!
 

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