O primeiro dia de aulas de Isa, tal como de muitos outros jovens príncipes e nobres havia chegado.
Apesar das desavenças, os três reinos combinaram que as suas crianças estudassem num só lugar, não importava a idade, todas deviam estar juntas a conviver.
Yasmim e Isabella entraram numa carruagem preta que, levou-as até ao castelo do avó Ablo, no segundo reino.
Saíram do veículo, colocaram os pés no imenso pátio e olharam para um castelo muito maior que o de onde viviam, ele era branco mais para o cinzento, com janelas altas e abastadas, tinham alguns desenhos que Isabella não conseguia decifrar.
—Não fiques nervosa, a primeira vez que vim aqui, também fiquei assim.— Daemon dirigi-se a Isa, o rapaz anda para o local onde as princesas estavam a sair da carruagem.
—Não pedi a tua opinião e muito menos a tua pena, príncipe Daemon.
—Não incomodes-te com minha pequena irmã.–Yasmim colocou a mão demasiado de força na cabeça de Isa.
—Espero que não estejas com esse humor durante as aulas, a professora não gosta de meninas como tu, princesa– tagarelou Daemon.
—As aulas dos mais velhos são com os iniciantes ?–perguntou Douglas que estava atrás do irmão.
—Apenas no primeiro dia, já que é para apresentarmos-nos –respondeu Yasmim.
— Acho melhor irmos andando,de caminho a professora começa a aula.–caminharam para a entrada do castelo, algumas crianças também estavam a entrar.
Todos os alunos dos diferentes reinos estavam lá mas, somente aqueles de famílias com posses, tinham o poder de ter um ensino regular.
Aquele local era grande, as paredes eram feitas de pedra e em todos os lugares existia mesas e cadeiras.
Quando as crianças estavam na enorme sala, uma mulher extremamente baixa entrou na sala, era jovem, mas não tão jovem quanto isso.
— Quero os mais novos à frente e logo depois os mais velhos!–ordenou a professora.
Com uma enorme rapidez, os que haviam sentado-se, levantaram-se e arranjaram um novo lugar.
Douglas aproximava-se da primeira fila, Isa estava sentada atrás, a mesa era de madeira muito baixa.
—Já não há mais cadeiras aqui atrás professora!-reclamou Daemon.
—Então senta-te aqui à frente.–apontou para a mesa de Isabella .
— Que alguém salve-me.– sussurrou Isa. —O quê que a menina disse?–perguntou a professora
— Nada... –a princesa respondeu e Daemon riu-se.
—Hoje devia ser uma aula de apresentação mas, presumo que todos já se devem conhecer, logo, vamos falar de como Clidriam e os três reinos formaram-se e permaneceram até hoje– começou por dizer.
—Há muito tempo, antes até dos vossos trisavôs terem nascido, nada nestas terras era além de relva e árvores, a parte em que nenhum dos homens descobriu, ninguém havia posto os pés aqui pois, algo nestas enormes terras estava enfeitiçado para que outros não visse-na.
Não sabe-se ao certo como fomos criados mas, à quem diga que foi por causa de um homem comum, que por obra de algo maior, descobriu este mundo mas, quando passou pelo campo mágico o seu corpo tornou-se diferente porém, aparentemente continuou igual.–respirou e voltou a falar.
—Os dias que permaneceu ali foram o suficiente para que seus poderes tornarem-se visíveis, dizem que passou anos e anos sozinho em nossas terras, a alimentar-se provavelmente de alguma vegetação.Depois de muitos tempo, uma mulher de cabelos longos encontrou-o, ela também entrou na barreira só que, não encontrou sinais de poder algum.–cruzou os braços.
—Criaram uma família e dessa, outra família, e dessa outra , começaram a fazer aldeamentos.
—Com o passar dos milénios, umas pessoas tornarem-se mais fortes que as outras e construíram o que chamamos hoje de três reinos .
—É por isso que o poder dos herdeiros do trono apenas é conseguido se o pai biológico amar a criança.
—E blablablá–Isa falou em sua mente já quase a dormir da conversa que estava a ouvir.
A aula finalmente tinha acabado, durante todo esse tempo a princesa mais nova do primeiro reino não deu-se sequer conta que Daemon estava ali e ainda bem porque, com certeza era o que ela mais queria.
—Douglas!–Isa chamou o rapaz, correu pelo vasto jardim coberto de margaridas e rosas variadas , com um cheiro a alecrim espalhado pelo ar, para alcança-lo, no centro encontrava-se um pequeno labirinto.
— Já falaste com o teu pai ?–perguntou ofegante já perto do príncipe.
— Não princesa, o meu pai é um homem ocupado, mal vejo-o no castelo por isso, perguntei à minha mãe, ela só falou que aquilo que ouvimos travava-se dum acordo para unir reinos, tal como fizeram com nossos irmãos mais velhos.
—Então vamos casar ?
— É uma possibilidade.–Douglas olhou para Isa.
Os dois, sentaram-se num banco de pedra enquando, Daemon e Yasmim acompanhavam os irmãos mais novos do mesmo, Dorian e Denise Tarfild, irmãos gêmeos também prometidos à nascença.
— O nosso avó tem um gosto peculiar pelas plantas não achas, Isabella?
—Sinceramente não sei Douglas, nunca olhei muito para o que está no solo.
—Então, para o que olhas ?
—Prefiro o que está para além das barreiras da imaginação, o que não pode-se tocar, somente olhar para cima e vender as estrelas ao redor da lua, tento imaginar o que está para além daquele mar azul,– ela olha para o céu.
—Aprecio a tua visão, Isa.
— O que estão a fazer aqui sozinhos, enquanto eu Yasmim estamos com nossos irmãos ali ?–Daemon olha para Isa e Douglas, depois volta-se para Isa.
—Preciso mostrar-te uma coisa, que acho que vais adorar.
—Nada que venha de ti eu irei adorar.–ela afirmou.
—Ainda estás chateada pelo que disse? Vem comigo e veremos se continuas assim.
Sem gostar da ideia, Isa levanta-se do banco.
— Espero voltar a ver-te, príncipe Douglas.
— Com certeza voltaremos a encontrar-nos, princesa– sorriu.
Daemon e Isa seguiram para longe do castelo onde estava o labirinto rodeado das mais diversas plantas.
O piso era de uma pedra branca, muito fina onde os dois seguiam.
—Para onde vais-me levar ?– Isa olha para Daemon.
—Logo verás, princesa–agarra na mão de Isabella e os dois começam a correr até à
entrada do labirinto.
Uma porta larga feita de madeira com uma fechadura bem enferrujada, espera as crianças na entrada do labirinto.
Os dois empurraram-na, a menina estava um pouco preocupa ao não saber para onde ia.
Daemon conduzia Isa pelas paredes feitas de folhas e arbustos verde alface.
— Segue-me!–o rapaz gritou.
Haviam chegado no centro do labirinto onde, por todos os cantos a única flor que avistava-se eram tulipas brancas, a flor favorita de Hanna.
—Isto é espantoso!–Isabella olha para cima e para baixo onde estava uma estátua de sua mãe em cinzento.
— Quando vinha para o castelo do nosso avó, uns meses depois de tua mãe morrer, vi Ablo aqui, a olhar para esta estátua que ele mesmo mandou construir.–Daemon começou a dizer.
— Ele passava aqui horas e horas a chorar por ela enquanto, eu apreciava-o escondido nos arbustos.
—Mais alguém sabe desta estátua ?– Isabella perguntou, ainda fixada na estátua.
— Que eu saiba não, nunca ninguém atreveu-se a desrespeitar o rei mas, acho que deveríamos sair daqui antes que apanhem-nos.– Daemon volta a segurar a mão de Isa suavemente.—Espera, Daemon !– a menina agarra-o no braço com alguma força, olha um pouco para cima onde estava os olhos brilhantes dele
—Sim, princesa?
—Obrigada por mostrares-me este lugar, apesar de não mudar em nada o que acho sobre ti.
— E o que achas sobre mim ?
—Nada que gostes de ouvir.
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Herdeiros de um só Trono
FantasyMais perto do que todos imaginam um mundo de seres peculiares é escondido por uma barreira feita de uma imensa e poderosa magia. Esse pequeno pedaço de terra, rodeado pelo mar é Clidriam ,constituída por três reinos , cada um com as suas diferent...