Capítulo 15.

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— Então, não vais-me contar ?–disse a Douglas nos nossos aposentos.
— Dorian estava a dizer umas barbaridades, falou que não gostava de mulheres.–respondeu Douglas a andar de um lado para outro .
—E se ele não gostar ?–interroguei-o
— Ele não sabe o que diz, é novo de mais, não sabe nada do que é a vida.
—Mas, e se realmente não gostar ?Qual é o mal disso?
—Já chega Isabella! Não preciso dessas perguntas, não foi para isso que tirei-te daquela jaula.
—Acho que só não queres abrir os olhos para a verdade que está mesmo ao pé do teu nariz, sabes perfeitamente que se assim for, Ablo apenas dará toda a herança a Daemon e morres só de pensar nisso.
—Não, tu não sabes nada, és apenas uma mulher, uma mulher que nem poderes herdou do pai pois, Harry não ama-te o suficiente, não é !
  Levantei-me ligeira da cama onde encontrava-me sentada e dirigi o meu indicador para a  face de Douglas.
— Sei perfeitamente que sou uma mulher, mas acredite em mim quando eu digo, não sou tão indefesa quanto pensas que eu sou, um dia verás isso, todos verão !– gritei ferozmente .
— Não penses que serás mais que eu, nunca serás e não sei se sabes mas eu mando aqui, não tu.
    Douglas agarra-me o pescoço com tanta força que sinto que desaprendi a respirar, os meus olhos ficam vermelhos, eles imploram.
   Não sei como, nem o porquê mas, lembrei-me daquilo.
Com as minhas mãos soltas que pouco movimento tinham, agarrei a minha pulseira, ela era de um diamante extremamente afiado, retirei-a do meu pulso e impulsionei-a contra o olho de Douglas.
  Perfurei a vista do príncipe, logo de seguida ele largou-me e na minha mão escorria um rio de sangue.
  Os diamantes estavam agora presos naquela cavidade.
  Acho que ceguei  Douglas ...
Talvez tenha sentido-me  um pouco mal pelo ocorrido, não vou negar mas, ele mereceu .
                               

Saí da carruagem e dirigi-me aos portões onde governava meu avô, quase que corria para ir ter com ele, eu e ele tínhamos uma ótima relação, talvez seja por ser o neto mais velho dele

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Saí da carruagem e dirigi-me aos portões onde governava meu avô, quase que corria para ir ter com ele, eu e ele tínhamos uma ótima relação, talvez seja por ser o neto mais velho dele.
  Os soldados vieram ter comigo e pediram urgência, fiquei preocupado com aquela informação.
  Entrei pelo castelo e passei pelos imensos tapetes, até que cheguei à sala do trono .
—Ainda bem que vieste rápido Daemon!– riu-se o meu avô.
—Qual é o problema avô ?
— Vêm neto, senta-te aqui à beira do teu velho ...
  Andei até perto do trono e sentei-me no banco almofadado.
—Não parece-me estar bem, o que tem ?–perguntei-lhe.
— Preciso da tua ajuda, é uma coisa muito importante, para depois de eu morrer.
— Está a preocupar-me, o que precisa ?
—Tem ali um papel e uma pena, quero que escrevas tudo que eu vou dizer, está bem ?–Ablo disse.
—Mas...– tentei falar alguma coisa.
— Está bem ?
—Sim avô.–levantei-me e fui buscar os objetivos à mesa de madeira.
   Voltei a sentar-me, esperei que Ablo dissesse alguma coisa .
—Os meus dias foram incríveis, aqui, nestas terras invisíveis, a cuidar de um povo esplêndido. Mas como tudo, esses dias acabaram e eu vim despedir-me, renunciar o meu título ao ser que mais confio, o meu neto mais velho Daemon, um jovem honesto que cuidará muito bem do povo assim como cuidou bem de mim  e por isso, darei-lhe um dos meus bens mais preciosos, o castelo e as minhas pessoas.–começou por dizer e eu escrevi tudo quilo no pergaminho.
— Para o Douglas,  as minhas melhores armas, à querida Yasmim, ela ficará com os meus cavalos, os gêmeos ficaram com a mansão na floresta das almas para quando casarem-se e por fim, a doce Isa, a ela dou-lhe todos os meus livros pois sei que ela adora , também gostava-lhe de presentear com o labirinto do segundo reino apesar de ele pertencer ao castelo.– eu comecei a chorar depois daquelas palavras.
— Quero despedir-me de vocês, lembrem-se que amei cada um de vocês.
—Também gostava que a minha Hanna fosse lembrada como a pessoa incrível que sempre foi, a minha linda filha ...-acabou por fim .
—Escreveste tudo ?- perguntou-me
—Sim...– falei, lacrimejando .

   

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