Capítulo 14

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O céu estava tão belo que de tanto olhar para ele, o sorriso de quem o via expelia alegria.
Por incrível que parece eu e Douglas estamos a dar-nos bem, e até começo a achar que talvez, um grande talvez, eu esteja a volta a apreciar-lo.
Não esqueço tudo o que ele fez-me passar mas já que sou obrigada a estar com ele, tento pensar nisso pelo lado positivo.
Passeava-mos quase todos os dias com Ayla de mãos dadas pelo meio da relva regada de orvalho, na floresta das almas.
Eu nunca gostei de Daemon, isso é um facto mas, tenho a certeza que passei a odia-lo, ele não importo-se nada de deixar-me enjaulada enquando fugia com a víbora da minhas irmã, Daemon falava de honestidade e de estar lá nos momentos difíceis porém, ele não é nada disso.
Ayla corria empolgada pela terra, abraçava as árvores que estavam à volta e saltitava nas folhas.
Douglas correu como um louco atrás da criança, ele ria eufórico e deixou-me para trás a olhar as nuvens que carregavam os meus pensamentos.
Havia troncos robustos espalhados pelo chão e sem aperceber-se, a pequena menina desmancha-se no pavimento, ela  trouxe um lado de Douglas nunca antes visto.
O mesmo senta-se no chão, rasgou a capa que cobria os ombros, fez com que a pressão dos seus abastados braços fizesse parar sangue que escorria do joelho de Ayla .
Ao olhar para aquilo, senti-me completamente feliz e os meus lábios soltaram um sorriso espontâneo.
—De quê que te ris?–perguntou Douglas.
—Coisas minhas ...
—Vou ao riacho lavar as minhas mão, fica aqui, não vou demorar nada.–o príncipe relatou.
Pelo meio daqueles arbustos, Douglas seguiu sem parar com as mãos a escorrer de sangue .
Ayla ainda estava sentada no chão e eu deitei-me no colo da criança a olhar para o céu .
—O que aquilo parece-te ?–apontei para uma imensa nuvem demasiado cinzenta.
Não sei, não é apenas uma nuvem ?–a menina falou.
— Não é apenas uma nuvem ! Em outra vida com certeza seria um dos enormes dragões da floresta das almas, ou, talvez apenas seja mesmo uma nuvem.–respondi.
— Nunca ouvi falar de dragões, achava que eram apenas lendas .
-—É claro que eles existem mas, quase ninguém os vê, só aparecem para pessoas que realmente são puras  e logo desaparecem como estás nuvens, evaporando-se pelas árvores.
— E achas que sou pura ? Podemos tentar encontrar algum ?– questionou Ayla.
— Devemos esperar por Douglas.
—Já esperamos tanto por ele ! Vamos  procurar por ele e depois vamos ver os dragões.
—Está bem , vamos lá.–disse
Seguimos o mesmo trajeto que Douglas fez até ao riacho, não demorou muito até o encontrarmos, estava de joelhos atrás de um enorme pedregulho a fazer sabe-se lá o que.
Ayla corre para as costas do príncipe assustando o mesmo, eu fiquei logo atrás dela.
—O que estão aqui vocês a fazer, eu disse para esperarem por mim.–diz Douglas num sussurro .
—Isso perguntamos nós, porquê que estás aqui ?–perguntei.
Não vês?!– estica o braço vagarosamente para a frente .
Avistei os dois irmãos mais novos do meu marido.
— O que está Dorian e Denise cá a fazer ?
—É o que estava a tentar perceber antes de virem-me atrapalhar.–Douglas estava com uma cara de chateado.
— Quem são eles ?_ interrogou Ayla.
São os irmãos mais novos de Douglas .

 —Não vou casar contigo ! Quantas vezes é preciso dizer

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—Não vou casar contigo ! Quantas vezes é preciso dizer.–gritou Dorian para Denise.
— É porque já tens outra, ou porque eu não sou bonita o suficiente para ti, talvez seja pelo facto de ser tua irmã geme , porquê que não gostas de mim Dorian, porquê !?– Denise parecia que ia chorar a qualquer momento.
—Porque não gosto de mulheres Denise!– o príncipe berrou.
Nunca havia-se  ouvido um silêncio tão grande como naquele momento, até mesmo o vento parou de tão espantado que estava.
Não fales tal coisa, nunca mais, se o nosso avó apenas pensar que o seu neto se tornou um animal, ainda morre mais depressa do que está previsto, além  disso, ficaríamos sem nada, já que a herança iria toda para Daemon.
Consegui ver pelos olhos de Douglas os inúmeros demônios que desejavam sair das batalhas que o príncipe acabou de criar em sua cabeça .
— Aquele velho vai tirar-me tudo, não vou deixar que o verme do meu irmão fique com o que é meu, nunca mais.–falou Douglas perto do meu ouvido.
—Estavas a falar ?–disse Ayla.
—Não, só a pensar demasiadamente alto, agora levantem-se vamos embora que já esta a ficar escuro .
— Mas ,e os dragões ?–vejo a tristeza na cara da criança.
Anda, falamos disso depois .
Durante o caminho as perguntas do que pouco ouvi atormentava-me a cabeça.
— Do que eles falavam  não consegui ouvir nada com tantas perguntas da Ayla sobre dragões.–perguntei a Douglas.
—Não foi nada de mais, porém logo verás , tenho a convicção
disso.–ele respondeu-me.

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