capítulo 9

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 —Que pensas estar a fazer ?!Tratar-me mal eu ainda aceito, agora deixar a minha irmã no altar, à frente de todos os reinos, eu não acho normal.–falei  indignada.
—Não sei o porquê de teres vindo Isabella mas, podes voltar para a tua maravilhosa família.
—E tu vens comigo, não penses que a cerimônia não vai ser realizada!–gritei.
—Pensava que odiavas-me, se eu casar com a tua irmã terás de ver a minha linda cara muitas mais vezes.
—Como és convencido ! De facto, odeio-te mas, ela é minha irmã, além disso devemos juntar os reinos para prevenir rebeliões .
—Se eu estiver bem longe, essa guerra não poderá atingir-me.
—Queres fugir, é isso ! Como podes pensar em tal coisa, vais ser um rei, não um fugitivo.
—Eu não importo-me com o que serei, só não quero estar aqui, vou para algum lugar, um lugar bem longe daqui.
  Consigo ouvir um portal a fechar-se. A voz rouca de Douglas mandava os guardas procurarem o irmão por todos os cantos.
    Não sabia o que havia de fazer, entregava Daemon ou, por mais que não suportasse-o deixava que ele fugisse.
Não sei porquê que essa ideia passou pela minha cabeça , só sei que não queria mais sair...
  Daemon agarrou-me no braço com tanta força que senti as minhas veias a saltitar com o seu toque, as mãos dele eram fortes mas ao mesmo tempo suaves, ele fitava-me com aqueles olhos azuis brilhantes que o que fez-me arrepiar.
— Eles chegaram, eu tenho de ir, nós temos de ir.– relatou Daemon.
— Eu não posso deixar a minha família, não contigo, eu tenho noivo, oque ele vai pensar ?
   As minhas lágrimas instantaneamente começavam a escorrer pela minha cara, o desespero preencheu-me quando ouvi os passos pesados e fortes dos soldados a procurar por Daemon.    
  Eu  rapidamente recuei e um ramo parte-se em baixo de mim.    Instantaneamente seguro-me nos ombros de Daemon enquanto ele pressionava-me contra o seu corpo extremamente escultural.
  —Não tenhas medo baixinha, vamos ficar bem.–sussurrou perto do meu ouvido.

                           

— Ainda bem que encontro-te Isa ! O teu pai contou-me o porquê de teres saído a correr de lá , repugnei a ideia de estares com este traste

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— Ainda bem que encontro-te Isa ! O teu pai contou-me o porquê de teres saído a correr de lá , repugnei a ideia de estares com este traste.–disse Douglas.
Em treze todos mudamos, o meu noivo tornou-se frio,Yasmim ficou cruel,Daemon continua igual.
O príncipe mais velho, conteve os pulsos o que ressaltou as suas veias bem salientes.
—Sempre achei que fosses um imbecil, irresponsável  mas, nunca pensei que fosses idiota o suficiente para deixar Yasmim de rastos na floresta e logo de seguida parar aos braços da irmã mais nova dela que, por sua vez também é minha noiva.
—Não é nada disso que estás a pensar Douglas, eu prometo.–pronunciei-me
 —Sei perfeitamente que não tens culpa  mas, também sei que Daemon sempre olhou para ti por isso,  prefiro que estejas longe dele, temos de ir, agora!– Douglas gritou tão alto que dava para ouvir-se do outro lado do segundo reino.
— Não vou fazer isso apenas porque pedes-me, eu trato do Daemon não preocupes-te.–falei.
  Em poucos segundos, os pés de Douglas deslizam para perto de mim, ele estava a encarar-me.
  De súbito, a mão de Douglas que segurava a parte lateral da capa negra deslocou-se pelo meu pescoço.
   Os longos dedos de Douglas asfixiavam-me e os meus olhos cobriam-se de lagrimas.
  As minhas mãos estavam em cima das do meu noivo suplicando para que este soltasse-me.
—Solt...solta...solta-me.-tentei falar.
  Num instante, Daemon posiciona-se perto de nós, empurrou Douglas para muito longe por causa do seu poder, o meu noivo começou a sangrar.
— Quem é que pensas que és, seu verme! Sai daqui e põe-te no teu lugar !–berrou Daemon.
   Douglas estava estendido no chão, ele pegou no ramo que eu havia partido, aquele  movimento brusco assustou-me. Levantou-se ligeiramente e começou a correr. Quando chegou perto do corpo do irmão mais velho, impulsionou o ramo  que ferozmente rasgou a carne rígida do dele.
O pedaço de madeira estava agora regado de vermelho, expelido pela enorme fissura no tórax do rapaz.
  Daemon desmanchou-se em sangue no chão e Douglas ainda com o ramo na mão, começou a olhar para as suas palmas das mãos, cobertas dum líquido que fez-lhe arrepiar.
 —Soldados ! Vamos, eles não estão aqui.– comunicou Douglas, enquanto saía rapidamente pelo portão do labirinto.
  Douglas e os soldados já estavam bem longe e eu estava de rastos.
 —Foge ! Foge seu covarde.–gaguejei de tanto chorar .
As minhas mãos estavam a prensar a face pálida de Daemon, ele estava seguro em meu colo com o resto do corpo naquele pavimento cinzento.
 —Aguenta por favor Daemon,  não deixes-me sozinha, por favor! 
Os olhos de diamante de Daemon fechavam-se lentamente e seu corpo deixava de reprimir a dor, seus batimentos cardíacos começavam a sossegar.
— Não Daemon, não ! Abre os olhos, por favor abre os olhos, não vás, não assim !–o vento levou pelos ares cada palavra com cada pedaço de sentimento que elas tinham, e meu gritar  tornou-se um pedido de ajuda .
                           

No meu pescoço, o colar da minha mãe  começou a reluzir  e os meus  pensamentos passeavam pela minha cabeça, abria e fechava os olhos muito lentamente

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No meu pescoço, o colar da minha mãe  começou a reluzir  e os meus  pensamentos passeavam pela minha cabeça, abria e fechava os olhos muito lentamente.
    Depois de algum tempo, desmoronei no chão completamente inconsciente com Daemon nos braços.
No meu corpo, agora existia um grande e imenso nada mas, em minha cabeça as cores abriam-se como flores e, as minhas ideias levaram-me a um lugar coberto de luz .
—Ó minha filha , estás tão crescida! O que aconteceu-te para estares aqui?- sussurrou Hanna com um sorriso tão belo.
 —Mãe, és tu ? Mas como é que estás aqui ? Onde eu estou ? Eu morri?–imensas perguntas percorriam-me a cabeça.
—Mantém a calma minha filha, sim sou eu mas não estou contigo e não morreste.–Hanna começou por falar.
—Quando soube que seria tua mãe a feiticeira logo avisou-me o que aconteceria quando desse-te à luz, eu sempre soube mas, sabia e sei que não arrependo-me nem por um segundo de ter-te tido, o teu pai e a tua irmã precisavam de ti, o mundo precisava de ti !
—Com isso, pedi a essa mesma senhora que, uma parte de mim estivesse sempre contigo então, ela colocou uma pequena parte da minha alma neste colar para eu conseguir ver o teu crescimento e para ajudar-te quando estiveres em apuros.Espero que não vá ter de ajudar-te muitas vezes na tua jornada, que sejas muito feliz nas tuas escolhas e sempre tentes ser a melhor versão de ti, minha filha.–a minha mãe disse.
O branco que estava de fundo começa a aproximar-se da imagem de Hanna e seu corpo desaparece no meio disso.
— Mas mãe ...
— Adeus Isabella !–a voz suave e macia de minha mãe pairou na minha cabeça.
—Mãe!–levanto-me do chão repentinamente já com os olhos bem arregalados.
Olho para Daemon já consciente porém, não por muito tempo.
   O colar no meu  pescoço  volta a reluzir e em todos os lugares espalha-se um enorme portal que nunca havia visto, ele engoliu-nos.
— O que é isto ? Para onde vamos ?–fala Daemon  quase sussurrando-me.
—Vamos fugir! Não era isso que querias ?

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