Quando os Anjos se Apaixonam - Capítulo 19

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Pendurado num andaime improvisado, o Bruxo Geriel executava reparos na cabana da grande árvore, quando percebeu seu lobo branco erguer-se atento, denunciando a aproximação de estranhos.

Antes que o lobo rosnasse, o Bárbaro falou algumas palavras monossilábicas, num dialeto estranho, e o lobo saiu cautelosamente, ocultando-se numa moita próxima.

Geriel largou o martelo e desceu do andaime, calmamente, como quem fosse buscar outra ferramenta. Colocou seu punhal na cintura, amarrou o cinto com a espada embainhada e conferiu a bolsa de flechas e o arco, próximos.

Se fosse a guarda real, que viera buscá-lo pela afronta que fez ao sacerdote, desta vez nenhum deles sairia vivo dali.

Se fosse a guarda real, que viera buscá-lo pela afronta que fez ao sacerdote, desta vez nenhum deles sairia vivo dali

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De repente, ouviu um estalo de uma armadilha acompanhado por um grito de mulher por entre as árvores. Amarrou sua espada na cintura e engatilhou a flecha, dirigindo-se para o local da armadilha disparada.

Encontrou uma jovem mulher pendurada pela perna, na árvore, tentando, sem sucesso, desvencilhar-se da armadilha que a prendera de cabeça para baixo. Parte de seu vestido lhe caía sobre o rosto, e ela não sabia se cobria as partes íntimas ou se tentava se libertar da corda que machucava seu tornozelo.

Geriel observou a aproximação do lobo branco, que fizera uma varredura na área, constatando que a jovem mulher estava só.

- Me tira daqui... - pediu a moça

- Só depois que você me disser por que veio bisbilhotar?

- Desça-me que eu te contarei. Esta corda está machucando a minha perna.

O Bárbaro se aproximou da jovem mulher, retirou o punhal da cintura, e antes de cortar a corda, farejou sua virilha como se fosse um cão.

- O que você está fazendo?

Ele cortou a corda, fazendo-a tombar no chão. Depois falou, irritado.

- Você deu sorte. Existem armadilhas mortais, em volta da cabana. Estou aguardando pelos soldados da guarda real. Poderia ter morrido ao entrar em meus domínios sem ser convidada. - Terminou de desatar sua perna e enrolou a corda no braço, dizendo-lhe:

- Saia daqui e não volte mais!

Retornou para os seus afazeres no conserto da cabana, acompanhado pelo lobo branco. A moça o seguiu, desconcertada e raivosa.

- Não estou aqui pra receber ordens suas! - Disse ela, tentando acompanhá-lo, enquanto ajeitava seu vestido, sobre as pernas alvas. Já chega meu pai e meu irmão me dizendo o que devo ou não fazer!

- Você é jovem e, provavelmente desmiolada! - Disse-lhe Geriel sem olha-la, enquanto retornava à escada para retomar seu trabalho. - Se teus familiares se preocupam contigo, deveria agradecer-lhes. – Subiu no andaime e pregou outra tábua na no telhado.

OS FILHOS DO AMOR - A História dos Anjos RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora