A CABANA de ENOQUE - Capítulo 32

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Esgar e Russô prosseguiram a prosear sobre seus dilemas familiares, quando ouviram um murmúrio dos Aldeões.

Era o Bruxo Assustador que adentrava a sua aldeia, após meses sem ser visto por ali. Trajava a sua assustadora pele de urso, com cabelos longos, disformes, e barba enorme.

Esgar estranhou. Ele fizera um aplique na barba e no cabelo para parecer ainda mais assustador do que era. Aquela roupa de urso lhe dava um tamanho desproporcional, que também a assustara, nas primeiras vezes em que o vira.

A espada enorme na cintura, e o arco sobre as costas lhe davam um ar de guerreiro bárbaro e medonho, que enfatizavam o seu olhar gelado de assassino frio. O gavião pousado em seu ombro e o lobo branco que seguia ao seu lado, preconizavam a sua fama de encantador de animais.

Ele se aproximou da fila dos camponeses que aguardavam pra fazer seus acertos com o fisco, e eles se afastaram amedrontados, afinal, quem gostaria de se contagiar com a presença macabra do próprio Satã?

Os guardas se ergueram e se posicionaram ao lado de seu Comandante. Sabiam que o Bruxo vinha para um encontro amistoso, pré-agendado com o Centúria do Fisco, pela boleira Êura... mas também sabiam que o Bruxo era um hábil guerreiro, que já surrara sete homens da guarda palaciana.

Geriel aproximou-se do Centúria e falou:

- Obrigado por conceder-me esta audiência, comandante! Sou forasteiro nesta cidade e preciso passar uma temporada aqui, antes de retornar para o meu país de origem.

O Centúria percebia um forte sotaque na fala do Bruxo à sua frente, e tentava se lembrar em qual região, das diversas em que chefiara batalhas, falava-se com aquele sotaque

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O Centúria percebia um forte sotaque na fala do Bruxo à sua frente, e tentava se lembrar em qual região, das diversas em que chefiara batalhas, falava-se com aquele sotaque. Geriel prosseguiu:

- Sei que os impostos são primordiais pra manter a governabilidade, sem a qual a barbárie toma conta da região... Então desejo saber quanto terei de pagar, por morar na Cabana da Floresta?

O Centúria do Fisco fez um gesto pra que o Bruxo se assentasse na banqueta á sua frente. Geriel sentou-se. Tirou as luvas de suas mãos e as colocou de um lado, mantendo suas mãos livres sobre a mesa.

- Não há taxação sobre moradores da floresta, pois além dos animais silvestres, o senhor é o único que mora lá! – Disse-lhe o Centúria.

- Mas alguém já morou lá, - disse-lhe Geriel - pois a cabana que estou reformando, foi construída por alguém.

- Sim mas isso já faz muitas décadas... quase um século! – Falou o Capitão afagando sua espessa barba, enquanto estudava o Bruxo com seu olhar especulativo. Disse-lhe: – Meu avô conheceu o antigo morador da cabana onde o senhor mora. Seu nome era Enoque! A exemplo do senhor, ele também era visto como maluco pelos seus contemporâneos, pois dizia que era amigo pessoal do Deus que Criou a Terra o Mar e as Estrelas. – O Centúria deu uma pausa tornando a coçar sua barba espessa e estudando Geriel com seu olhar interrogativo, depois indagou-lhe. – O senhor conheceu Enoque?

OS FILHOS DO AMOR - A História dos Anjos RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora