26: cartas

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Algumas semanas depois.

         
    "TEN MANOBAN E LIZETH BRANDT

  Lhe convidam para o casamento... "

Li o que estava naquela plaquinha de vidro ainda um pouco confusa por todos os detalhes da caixinha em que veio o convite, eles haviam mesmo adiantado o casamento. Alguns dias atrás Lizeth descobriu a gravidez e os dois decidiram adiantar o casamento, já que a noiva se negava a casar com uma barriga "gigante".

  — recebeu o convite dos pombinhos? — Roseanne me perguntou enquanto andava com as pantufas de jisoo pela casa, não só as pantufas pois rosé também usava um suéter jisoo, suéter esse que ela havia comprado alegando gostar de roupas maiores que ela, mas eu sabia que ela comprou apenas para deixar Roseanne usar.

  — sim, está tão lindo. — falei sorrindo e coloquei o convite dentro da caixinha novamente.

  — e você e a Manoban? — ela perguntou apoiando os cotovelos em cima do balcão, rosé havia passado essa semana comigo e Jisoo aqui em casa. Ela se acostumou tão rápido com as coisas aqui que sabe até a exata hora em que tem que tomar banho para não sair queimada.

  — a gente troca mensagens... Ela decidiu que seria bom abrir um estúdio de dança junto com a amiga dela, a Momo... E por isso não vai poder vir até aqui por esse tempo, já faz semanas que não a vejo. — fiz novamente o laço na caixinha com detalhes dourados e então encarei a mulher de cabelos loiros na minha frente.

  — ela está com saudades de você também. — ela falou sorrindo.

  — como tem certeza?

  — eu sinto isso, ela está caidinha por você. Mas fiquei chateada por não terem me falado do noivado falso.

  — como você... Como você descobriu do noivado?

Jisoo que saía do banheiro enxugando os cabelos deu meia-volta assim que ouviu minha voz, eu encarei minha amiga desacreditada e então fingir tossir para chamar a atenção dela novamente.

  — ela me seduziu! — disse rapidamente e então Rosé a encarou com tédio. — ok, estávamos na cama conversando entre beijos aí escapou, ok?

  — desculpa por não ter contado, Rosé. acharam melhor a gente não contar para você sobre isso. — falei baixinho e rosé apertou minhas bochechas.

  — eu sei, eu não consigo aguentar um segredo grande como esse. É maior que eu. — ela falou e então se afastou de mim.

  — pelo jeito nem jisoo sabe guardar segredos. — digo e rosé ri baixinho.

  — Jennie, Rosé e eu vamos sair para jantar. — jisoo avisou e então jogou os cabelos para trás já sequinhos.

  — vamos ter um jantar romântico de despedida. — Rosie comentou enquanto ia até jisoo e abraçava ela pelos ombros.

  — "despedida"? — perguntei confusa. — quem vai morrer?

  — credo, vira essa boca pra lá. — jisoo resmungou. — Rosé vai viajar para Paris por uns dias para ver a preparação das modelos, fiquei enciumada... Ela vai ver várias mulheres altas e gatas andando de um lado para o outro.

  — elas são gatas, Kim Jisoo?

  — quem deveria estar com ciúmes sou eu!

  — mas você acha elas lindas, eu só acho você linda.

As duas entraram no próprio mundinho enquanto iam em direção do quarto novamente e enquanto isso e suspirava baixinho, ao menos não havia nevado por essas semanas, seria tortura sobreviver a tudo isso sem ter os braços quentinhos de lisa ao meu redor, se bem que dormir com lisa é estar no céu e no inferno ao mesmo. Primeiro que é Lisa, então automaticamente é uma delícia estar dormindo abraçada com ela, mas o fato dela se grudar em mim como se quisesse fundir seu corpo ao meu mesmo quando está quente as vezes me deixava sem paciência. Ainda vou empurrar ela da cama por causa disso.

  — entrega para Kim Jennie! — bateram na porta e eu caminhei até lá. Assim que abri dei de cara com Sean segurando um buquê de flores.

  — owwwnnn que romântico. — falei e peguei as flores das mãos dele. — nunca pensei que veria isso de você, Sean, mas pensei que fosse gay e tivesse noivo.

  — as flores não são minhas, engraçadinha. — ele disse e então passou por mim se jogando no sofá.

  — quando foi que ficou tão folgado, eu criei um monstro. — peguei a carta amarrada por uma fitinha ao buquê então sorri boba ao ver de quem era a letra.

  " Oi, nini.
     Sei que não estou dando tanta atenção a você nos últimos dias, porém eu acredito que eu ainda possa ser uma romântica incurável por todos os dias daqui para frente, sabe como é... Eu amo seu sorriso gengival e como sei que ama cartas eu pensei... Ser o motivo de Jennie sorrir por fazer algo que ela ama seria a coisa mais incrível que eu posso fazer.
  Queria estar pertinho de você agora, te abraçando e eu mesma entregando essas flores.
Sinto muito por não estar aí, mas espero ter você segurando em meu braço enquanto estivermos no casamento do meu irmão!

      L.M"

Sorri feito uma idiota enquanto lia as coisas que ela escreveu a mão para mim, lisa conseguiu me deixar com um frio na barriga mesmo estando tão longe de mim. Ela conseguia me fazer sentir coisas tão intensas com um simples papel amarelado de propósito só porque ela sabe que ama o jeito antigo de mandar cartas. Como eu sou louca por essa mulher.

  — você fica tão engraçada com esse sorrisinho. — Sean comentou do sofá. — eu sabia que iria se apaixonar por ela.

  — você não sabia de coisa nenhuma. — resmunguei e então me sentei ao lado dele. — ela é tão incrível... Tão fantástica, tão perfeita para mim.

  — você está sendo uma romântica incurável agora.

  — nós duas somos Sean, nós duas somos. — repito baixinho e então sorrio animada voltando a me levantar. — hoje eu estou feliz, e por esse motivo vou fazer compras para fazer um jantar delicioso para nós dois, já que as duas pombinhas lá no quarto vão sair pra um jantar romântico.

  — jisoo já a pediu em namoro?

  — ainda não. — falei e ele segurou a risada.

  — essas duas vivem juntas e ainda não tomaram coragem para pedir? Por deus quanta frescura.

  — sabe como as mulheres são hoje em dia. — eu digo ironicamente e ele revira os olhos.

  — eu não vou cair nessa não. Daqui a pouco estão me difamando no twitter.

Eu comecei a rir da fala dele e então e peguei minha bolsa.

  — fica aí, eu vou só comprar algumas coisas no mercadinho aqui do lado. — abri a porta e vi ele levantar o dedo em um joinha amigável.

Sai pela porta caminhando pela calçada tranquilamente enquanto cantarolava uma música baixinha sem me importar se alguém iria ouvir. Olhei para frente e ignorei totalmente o homem que caminhava devagar enquanto olhava para o lado distraído.

Eu desviei dele, mas quando senti os braços em volta dos meus ombros e o lenço en cima do meu rosto eu já sabia que depois daquilo eu poderia nunca mais acordar.

Tudo começou a escurecer e a última coisa que eu ouvi foi a voz de lisa no fundo gritando meu nome.

my (fake) brideOnde histórias criam vida. Descubra agora