Aaron me fez sinal e depois se aproximou.
- O Daryl está lá fora, vou falar com ele. Por favor, se comporta.
Ergui as mãos, fazendo Eric rir e Aaron revirou os olhos, seguindo depois na direção da porta.
Era noite já, Deanna tinha tido a brilhante ideia de dar uma festa para o novo grupo, o que era ridículo. Quer dizer, aquelas pessoas tinham passado todo esse tempo sobrevivendo, e agora tinham até direito a festa? Como se nada estivesse acontecendo?
- Aviso já que isso vai dar...
- Lara. - Disse Eric.
- Credo. - Bebi um pouco do meu suco e depois escutei a porta.
Daryl entrou atrás de Aaron, parando assim que me viu.
Revirei os olhos e olhei na direção contrária.
- Você não disse que ela estava aqui.
Aaron suspirou. - Não achei que fosse importante. Vem, vamos sentar?
Claro que eu tinha de ficar no lugar do lado de Daryl. Olhei Eric e ele me sorriu.
Ia ser o jantar mais longo da história.
Aaron começou falando sobre o que fazia lá fora, sobre o que eu fazia e Eric se lançou na descrição sobre uma máquina que ele queria, me pedindo para trazer uma se visse.
Daryl parou de comer e franziu o cenho.
- Mas, pelo que percebi, ela não está na equipe do Aaron.
Olhei Aaron e ele olhou Daryl. - Bom, aí que está, Lara está comigo agora. Eu saio para procurar pessoas e ela procura coisas, como sempre fez.
- Hum. - Falou Daryl.
- E queremos você.
Ergui um dedo, terminando de comer minha massa. - Você quer, Aaron. Eu não quero nada além de paz.
Senti algo bater na minha perna, por baixo da mesa, e Eric abrindo muito os seus olhos.
Daryl olhava ele, desconfiado. - Eu não pertenço aqui e não sou bom com pessoas.
- Aí que você se engana, Daryl, você é bom sim. Além disso, seria ótimo ter você e a Lara comigo. Os dois são fortes, sabem rastrear, protegem as pessoas e sabem fazer um bom julgamento de todo o mundo. - Aaron suspirou. - Não estou exigindo nada, mas... seria bom. E já que você está por aqui sem fazer nada... Vai perder a oportunidade de poder sair dos muros? Acho que não.
- Você não acha nada.
Aaron sorriu. - Vem, tem uma coisa que eu quero mostrar para você. - Ele me olhou. - Você também, afinal é sua.
Revirei os olhos e levantei, seguindo eles.
Fomos na garagem da casa deles e Aaron acendeu a luz, mostrando uma coisa tapada com uma lona preta. Fez sinal a Daryl para que retirasse.
O caipira, nervoso, puxou e uma moto surgiu, majestosa e parecendo nova.
Fiquei observando ele, seus olhos brilharam ao ver ela, e ele logo se abaixou, analisando cada detalhe. Era como ver uma criança em uma loja de brinquedo.
Aaron me sorriu.
Daryl levantou e encarou ele. - O que tem isso a ver com eu sair e ajudar?
Aaron colocou as mãos nos bolsos. - É sua.
Daryl franziu o cenho. - Minha? Uma moto dessas, nova desse jeito?
- Na verdade, foi a Lara que achou essa moto lá fora. Deveria ter visto o estado em que ela trouxe isso. Todo mundo duvidou que algum dia, esse pedaço de metal fosse voltar a funcionar.
Daryl me olhou e eu suspirei.
- Um mês. Demorou um mês para achar as peças que precisava.
- E porque ela seria minha, se é sua?
Dei de ombros. - Eu sempre vou na pick up. Seria impossível trazer as coisas numa moto.
Daryl olhou a moto durante uma eternidade e depois ergueu o olhar para Aaron.
- Não prometo nada, mas posso tentar. Quando saímos?
Aaron sorriu. - Amanhã.
Daryl assentiu. - Fechado.
Assim que ficou tarde o suficiente, saí da casa de Aaron, bem como Daryl, me despedi e desci a rua, mas parei a meio, olhando para trás.
- Você vem? Ou deixo a porta aberta?
Ele me olhou, se aproximando, mas sem parar de andar, passando por mim em direção da casa.
Assenti. - Tá bom.
Assim que entrámos, ele me olhou enquanto eu trancava a porta.
- Obrigado.
- Pelo quê? - Olhei ele.
- A moto. É sua.
Assenti e dei de ombros. - Não quebra, foi difícil concertar ela para deixar nesse estado. - Passei por ele. - Até amanhã, Dixon. Aproveita sua noite, pois não sabemos quando vamos voltar a dormir numa cama dessas.Pela manhã, troquei de roupa, vesti minha jaqueta e peguei a bolsa da katana, colocando nas costas. Peguei as facas e a arma e prendi no cinto, indo depois até á janela.
Estava um dia quente e eu sorri. Adorava o sol.
Desci as escadas e Daryl já estava de pé. Aquele homem dormia, sequer?
Passei por ele e entrei na cozinha, abrindo a geladeira e pegando um pedaço de bolo que Aaron me dera na noite anterior.
Saí de casa, com Daryl me seguindo que nem cachorrinho, e parei junto do carro de Aaron.
Ele já tinha um mapa sobre a frente do carro e eu me inclinei sobre ele, indicando um ponto.
Aaron e Daryl, cada um do meu lado, olhavam o mapa.
- Seguiremos por essa linha e começamos por aí. - Falei. - Daryl na frente, Aaron no meio e eu vou atrás.
- Porque você vai atrás? - Perguntou Daryl.
Olhei ele. - Eu consigo proteger vocês se algo der errado. Aaron, no meio, ficará mais protegido. Além disso, ele tem para quem voltar, eu não.
- Lara... - Disse Aaron.
- Meu Deus, existe céu na terra.
Olhámos para trás e vi Aiden olhando para o meu traseiro.
Levantei e olhei ele. Eles também estavam se preparando para sair.
- Cara, você é irritante. - Falou Daryl.
Aiden riu. - Está protegendo ela, é?
Avancei, fechando a mão e erguendo, pronta a socar, mas a voz de Deanna me fez parar.
- Lara!
Fiquei ali, de mão erguida, olhando Aiden que me sorria.
Abaixei a mão e me aproximei dele.
- Só dessa vez, Monroe. Só dessa vez. - Olhei Daryl. - Não preciso da sua proteção, obrigada.
Me afastei e entrei na pick up, batendo com a porta.
Aaron suspirou e seguiu na direção da sua porta, guardando o mapa.
- Vai ser um dia longo.
Daryl me olhou e depois subiu na moto.
Aiden me acenou e eu mostrei a ele o dedo do meio.
Saímos de Alexandria e eu respirei fundo, sem saber se ou quem iria regressar.
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Bite Your Kiss
FanfictionDaryl nunca achou que se adaptaria a Alexandria, aquele povo que parecia ter esquecido que, lá fora os mortos dominavam o mundo, matando todos os que eles mais amavam. Além disso, os Alexandrinos eram esquisitos, com suas roupas e vidinhas normais...