Antes - 1a parte

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"Andava pela estrada, estava cansada de seguir pela floresta, e se encontrasse alguém ou algum zumbi, logo pensaria em resolver

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"Andava pela estrada, estava cansada de seguir pela floresta, e se encontrasse alguém ou algum zumbi, logo pensaria em resolver.
Estava morrendo de calor e já só restava meia garrafa de água. Tinha de achar mais, com urgência.
- Eenie, meenie.... - Parei, escutando algo.
Observei cada ponto ao meu redor. O barulho vinha da floresta, um pouco mais na frente.
Tirei a katana da bolsa, pronta para o que quer que fosse.
Avancei, entrando na floresta com cuidado, atenta mas parei de novo.
Atrás de uma das árvores, era possivel ver a ponta de uma mochila.
Estreitei os olhos. - Sai daí! Estou vendo você e sei que não é um dos andarilhos!
Um homem saiu, de mãos no ar, me olhando atentamente. Era alto, cabelo curto, marron, e olhos azuis. Trazia uma mochila e roupas limpas e conservadas demais para andar por ali.
- Quem é você? - Perguntei.
- Oi, olha, eu não quero magoar você, eu só...
- Quem é você?! - Gritei.
Ele assentiu. - Aaron, meu nome é Aaron. Me perdoe, eu sei que seguir você por vários dias não é a melhor forma de...
Franzi o cenho. - O quê? Me seguindo?
Avancei sobre ele, erguendo a katana, e Aaron me afastou, mas eu fui mais rápida e rodei. Ele segurou o meu braço.
- Calma! Eu tenho uma comunidade.
Estreitei os olhos e bati com o punho da katana na sua cabeça, fazendo ele cair no chão, desacordado.

Aaron abriu os olhos e me olhou, sentada na sua frente. Percebeu que estava amarrado em uma árvore e suspirou.
- Posso pelo menos saber seu nome? - Perguntou.
Sorri, sem vontade. - Ninguém.
Ele assentiu. - Olha, eu estou falando a verdade. Eu venho de uma comunidade...
- Pode parar. - Falei. - Primeiro, eu nem conheço você; segundo, eu nem sei porque anda me seguindo, mas eu não gosto da ideia; e terceiro, eu nem sei se isso é verdade.
Aaron indicou a mochila com o queixo.
- Abre, tem fotos lá, veja por si mesma.
Peguei a mochila e comecei a vasculhar o interior. Meus dedos sentiram algo duro e peguei, vendo um frasco com algo dentro... parecia comida de bebê.
- É maçã.
Olhei Aaron e ele sorriu.
- Nós que fazemos. - Disse.
Depois achei um envelope e abri. Tinha um monte de fotos ali, de muros, casas, pessoas.
- É seguro, temos muros, casas, comida, até água.
Eu ri. - Quer que eu acredite que, no meio de um apocalipse, isso aqui é real? Fala sério. Um bando de sobreviventes construiu uma comunidade assim?
- Foi o governo, mas eles nunca chegaram a aparecer depois... Deanna, a nossa líder, tomou a frente do lugar.
- Hum, sei. E você fica procurando pessoas, totais estranhos, para levar para casa? Ah qual é?
- É verdade! Nós acreditamos que todas as pessoas merecem uma oportunidade e nós queremos crescer como comunidade.
- E se eu for uma assassina?
Aaron sorriu. - Estou seguindo você á tempo suficiente para perceber que não é.
Franzi o cenho. Olhei as fotos de novo. Aquilo não fazia total sentido.
- Eu posso levar você até lá, e você vê com seus próprios olhos. Depois, se quiser, pode vir embora.
Suspirei. - Olha eu estou bem sozinha. Não pedi nada disso e não estou procurando companhia. Já perdi o suficiente. - Coloquei tudo na mochila e olhei ele. - Não, obrigada.
- Posso ao menos saber seu nome? A gente nunca mais vai se ver, então, não tem problema.
- Lara.

Parei de andar, do lado de Aaron, olhando os muros altos que se erguiam na minha frente.
- Você disse que eu vou me adaptar... Não gosto de me sentir presa.
Aaron sorriu. - Acharemos um trabalho para você, em que possa sair todos os dias.
Olhei ele. - Trabalho?
O portão abriu e um cara nos olhou, demorando em mim.
Ergui uma sobrancelha e ele desviou o olhar.
- Vamos.
Aaron tocou nas minhas costas e eu segui ele.
Aquilo era totalmente diferente do que eu já vira até agora. Era incrível! As casas, os muros... Depois foquei nas pessoas e tive de rir.
Aaron me olhou e eu olhei ele.
- Disse que eu me adaptaria... - Continuei rindo. - Olha para eles! Eu nunca vou usar aquelas roupas. Isso é ridículo.
- Você usa o que quiser.
Sorri, passando a lingua pelos lábios.
- Tecnicamente, eu pareço uma selvagem aqui dentro.
Ele assentiu. - Confia em mim.
- Pffff. Nem em mim, eu confio, vou confiar num cuzão que nem conheço? Tá...
- Aaron.
Olhei para o lado. Uma mulher minúscula se aproximava, junto com um homem alto.
- Aquela é a Deanna e o marido.
Sorri. - Vocês são liderados por uma Smurf?
Aaron sorriu. - Pára com isso. Deanna, essa é a Lara.
A mulher me olhou de ponta cabeça e isso me irritou.
- Vai querer uma foto? - Perguntei.
- Na verdade não preciso. Bem vinda, Lara, sou a Deanna, a líder desse lugar. - Indicou a katana nas minhas costas. - É sua arma?
- Tenho várias, mas sim, prefiro ela.
Deanna assentiu. - Posso pedir que entregue ao Aaron, para conversarmos?
Franzi o cenho. - Não, não pode. - Olhei Aaron. - Eu vou embora.
Ele segurou meu cotovelo. - Não, espera. - Olhou Deanna. - Ela não vai atacar você, prometo.
- Aaron, sabe as regras.
- Deanna, ela é boa. Muito boa.
A líder ficou olhando ele e eu não entendi aquela troca de olhares, mas depois ela olhou para mim e suspirou.
- Tudo bem. Pode me acompanhar, querida? Preciso fazer umas perguntas?
Ergui uma sobrancelha, ergui os braços e deixei cair de novo. - Tenho escolha?
Assim que passei pelo homem, ele me sorriu. - Gosto da sua jaqueta.
Assenti. - Valeu, foi um presente.
Entrei em uma casa perfeitamente mobilada e Deanna mandou sentar num dos sofás, indo na minha frente, ligando uma câmara e sentando atrás.
- Para que é isso? - Indiquei a câmara.
- Vou fazer perguntas a você e isso vai gravar.
Revirei os olhos. - Cheguei na merda de um Big Brother. Isso é ridiculamente estúpido.
Deanna deu de ombros. - São as regras, senhorita Lara.
- Pfff. Não sou senhorita, apenas Lara.
- Tem sobrenome?
- É S.... Quer saber? Não, não tenho não. Lara, está bom.
Deanna sorriu. - Vai ser dificil. - Suspirou."

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