Capítulo 21 - Desde Que o Trem Saiu da Estação

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POV. MARI

A cidade de Tóquio está brilhante e os festivais lotados, decorações para todos os lados.
É ano novo.

Depois de um Natal especial ao lado de Asuka e daqueles que amo, um sentimento nostálgico e reflexivo se perpetua na minha mente nesse período frio e sentimental do ano.

O ano passou tão depressa, como num piscar de olhos.

Eu vivi tantas coisas em pouco menos de um ano, em meses as coisas mudaram tanto pra mim e não só pra mim.

E pensar que todos os meus últimos meses antes de me transferir para a Nerseele High School, foram uma droga.
Apesar de eu estar alegre e feliz o tempo todo, o meu passado me feriu e ainda me fere.
Mas eu não deixei toda essa dor me amargurar.
Como eu disse antes, eu prefiro ver o lado bom da vida, se eu devolvesse o ódio de volta talvez eu não estaria aqui.
Provavelmente eu estaria reclusa em algum canto odiando e invejando a felicidade dos outros.
Entretanto, mesmo que seja difícil manter o sorriso nos lábios às vezes, eu segui em frente.
E conheci Kaworu.

Ele foi essencial para que eu não caísse em ódio.

Eu estava caminhando pelo pátio da escola, como se o peso do mundo estive nas minhas costas. Já que além da minha mãe ter me obrigado a me assumir lésbica pra ela, minha melhor amiga tinha me deixado.
Eu nunca tinha me sentido tão sozinha como naqueles últimos meses.
Mas naquele segundo me deparei com um garoto de cabelos brancos discutindo com um quarteto de meninos. Eu parei de longe observando.

- Ele é um viadinho.

- Eu ouvi dizer que o gravaram beijando um garoto atrás da escola - O outro respondeu.

- Você não tem vergonha de se exibir dessa forma? - Um menino de cabelo de tigela empurrou o garoto.

Todavia, o garoto de cabelos platinados não tremeu de medo e muito menos abaixou a cabeça.

- Eu sou gay, sim. E eu não sei desde quando isso deveria ser da sua conta, talvez porque mesmo sendo gay eu devo ter beijado mais do que você.

Os garotos se enfureceram indo para cima do menino esbelto, ele acertou um dos meninos mas restaram 3 e eu resolvi intervir.

- Se for bater nele, vai ter que bater em mim também.

O menino me olhou assustado.

- Garota, você é maluca?

- Eu vou chamar a polícia, os professores, o imperador se encostarem um dedo nele - Eu levantei a barra de ferro que arranjei no meio dos arbustos - Mas antes eu vou quebrar vocês três na porrada.

Os quatro garotos riram mas um inspetor passou e perguntou o que estava acontecendo, como gatos assustados eles fugiram.

- Você tem muita coragem e confiança.

Eu abri um sorriso largo.

- Mari Illustrious Makinami.

- Nagisa, Kaworu Nagisa - Ele apertou a minha mão.

Dali, não nos desgrudamos mais, eu não enrolei e toquei no assunto do problema, ele estar sofrendo homofobia.

- Eu não me importo, quer dizer, óbvio que são feridas que saem a casca toda vez que é esfregada, mas eu tenho uma família que me ama e eu não nego quem eu sou. Eu vejo a beleza no amor gay e na minha sexualidade, idiotas sempre vão estar no meu caminho e eu não vou abaixar minha cabeça.

Suki desu, baka || AsuMari ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora