Abri meu não tão novo, mas recentemente adquirido restaurante às seis em ponto, e logo os clientes começaram a aparecer. Os atendia animada e sorrindo de lado a lado. Meu sonho havia se realizado. Eu possuía meu próprio negócio e havia saído de Nova York. Mayce não foi minha primeira escolha, mas quando meu tio Ernie havia me ligado dizendo que iria se aposentar e fechar o restaurante me ofereci para comprá-lo. Não nos víamos há anos, mas lembrava de sua torta de maçã quando nos visitou uma vez. Havia cozinhado para nós e foi uma das melhores refeições da minha vida. E isso faz quase 10 anos. Quando papai morreu, ele passou a me ligar a cada mês para saber como estava. Não gostava que eu vivesse sozinha em uma cidade tão grande como Nova York, mas eu crescera lá. Mas foi lá que eu perdi meus pais. Minha mãe para o câncer e meu pai num acidente de carro.
--Seu primeiro dia está sendo um sucesso!—Diana, minha funcionária me parabenizou.
--Estou tão feliz, nem acredito.—falei—Espero que a comida esteja boa.
--Está maravilhosa. Acredite, as pessoas aqui vão venerá-la.--Diana sorriu.
--Vão nos venerar.--a corrigi.--Você também cozinha muito bem.
--Não como você. É um dom.—Diana ergueu os olhos e suspirou—Oh, veja é Kyan. E trouxe seus amigos insanamente lindos.
Olhei para o estacionamento onde as janelas grandes de vidros me davam uma ótima panorâmica de toda a frente do restaurante e arregalei os olhos ao notar o trio de homens enormes que caminhavam para cá. Diana me falara dos irmãos Licant. Que moravam na reserva, numa grande floresta que rodeava Mayce. Eram donos das terras há gerações, segundo ela. Não saiam muito de lá, por isso não sabia ao certo em quantos eram. O sino da porta anunciou sua entrada. Os clientes pareciam confortáveis com a presença dos grandalhões, o que me deixou mais curiosa. Afinal eles eram notáveis. Eram altos, fortes e cada um com sua particularidade que os tornava atraentes para qualquer gosto.
--Diana!—O que presumi ser Kyan veio até ela e a abraçou.—Resolvemos vir um dia antes.
--Oh, tudo bem.—ela sorriu, corando. Oh, pobre... está caidinha por ele. Mas quem pode culpá-la?—Essa é Charlie, sobrinha de Ernie.—ela me apresentou. Os três pares de olhos me fitaram. Hesitei, sem jeito.
--Olá.—falei, acenando.
--Pensei que você fosse um homem.—Kyan falou, me surpreendendo.—Sabe, Charlie?—ele arqueou as sobrancelhas explicando sua confusão.
--Ah, sim.—entendi, aliviada—As pessoas se confundem bastante.
--Isso se tornou mais agradável agora.—O outro ao seu lado falou, me observando curioso. Ele era loiro, o menos forte dos 3 mas ainda assim, grande. Devia ter quase 1,90 e seu sorriso era fácil—Sou Foxy.
--Foxy?—pisquei ao ouvir seu nome.—É diferente.
--Stone.—o outro se apresentou. Stone aparentava ser mais formal, vestia-se mais arrumado, e seu cabelo era cor de mel e estava todo penteado para trás. Possuía uma fina camada de barba em seu rosto. Já Kyan parecia o mais jovem. Era alto e bem construído. Seu cabelo era num tom chocolate e era ondulado e longo. Acabando em seu pescoço. Os três eram lindos!
--Muito prazer conhecer a todos.—falei—Espero que gostem da comida. Por favor sentem-se e irei atende-los num minuto.
Eles foram até a última mesa e sentaram-se à vontade.
--Você não disse que eles eram tão bonitos.—comentei com Diana. Ela riu.
--São lindos, pena que vivem naquela mata toda.—falou.
--Você e Kyan?—perguntei insinuando.
--Não!—ela negou, enfática.—Tenho idade para ser sua mãe, não seja boba. Além disso, nunca ouvi falar de nenhum deles namorando qualquer uma das mulheres de Mayce. São muito fechados.
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O Tempo de Roan
WerewolfQuando Charlie se mudou para a pequena cidade de Mayce para assumir o restaurante do seu tio, não esperava que sua vida fosse mudar. Mas quando conheceu Roan, todo seu mundo virou de cabeça para baixo. Ele parecia odiá-la, mas a encarava como se qu...