Capítulo Nove

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Um galho estalando me fez erguer os olhos e perdi o fôlego quando o vi. Eu sabia que o veria, afinal, estava em suas terras, e era aniversário de sua irmã. Mas saber e estar preparada eram duas coisas diferentes. Tinha me esquecido do seu tamanho e da força que emanava. Como as pessoas não percebiam que ele era algo mais? Havia um ar de autoridade nele que era inegável. Engoli em seco, quando ele se aproximou, seus olhos me olhando de cima a baixo. Fiquei extremamente consciente de que usava um vestido curto, minha pele se arrepiando com sua proximidade. O que estava acontecendo comigo? Eu nunca me senti assim tão atraída por um homem que mal conhecia antes. Eu tive meus casos, claro. Mas nunca um que despertou esse sentimento.

Parando há um metro de distância, Roan deu um sorriso contido. Percebi que havia certo nervosismo em seu sorriso. Agarrei meu celular mais forte, incerta do que fazer ou o que falar.

–Vejo que minha irmã a conheceu.--ele disse. Começar por Hanna com certeza era uma boa forma de quebrar o gelo. Sorri agradecida e aliviada com o tópico.

–Ela é... algo.--murmurei.--Kyan basicamente me arrastou até aqui. Acho que os dois se uniram para me sequestrar.

–Você não queria vir?--ele franziu. Ia confirmar, mas achei melhor ser sincera.

–Eu não sabia se deveria.

–Por minha causa.--ele constatou.

–Não tivemos o melhor começo.--concordei.--Mas somos adultos, podemos tentar pelo menos começar de novo.--sugeri, sem saber o por que estava abrindo essa possibilidade. Roan pareceu gostar do que eu disse, pois seu olhar brilhou e ele deu dois passos para frente.

–Eu gostaria disso.--falou–Nesse caso, devo me desculpar por ter agido da forma que agi.

–Você me contou sua verdade, eu só não estava preparada para ouvir. Toda a situação foi... intensa.

–Claro, eu entendo.

–Peço desculpas também.--falei. Ele deu de ombros, seus olhos novamente me fitando de cima a baixo. Me mexi, inquieta. 

Seu nariz fez aquela coisa de novo, se contraindo, como se respirasse meu perfume. Corei, com sua intensidade.

–Faye é uma amiga?--ele perguntou de repente, pisquei, confusa a princípio.--Ela parece estar com problemas.

–Oh, sim.--concordei.--Ela é um pouco mais nova que eu, nos conhecemos quando ainda trabalhava em Nova York. Ela sempre foi reservada, mas sei que não tem um relacionamento bom com sua família. Sempre a chamei para morar comigo, mas ela nunca aceitou, diz que não quer me atrapalhar, mas acho que é algo mais que isso.

–Posso ver que se preocupa com ela.

–Ela é especial. Tenho medo que se machuque.--confessei, me sentindo a vontade para ser sincera com esse homem que mal conhecia.--Quero que ela venha para Mayce, mas não posso obrigá-la.

–Ela irá encontrar seu caminho, só tem que ter paciência.--Roan disse, compreensivo.--Tenho certeza que ela sabe que pode contar com você.

–Ela pode.

–Eu sei.--ele sorriu novamente, me olhando cada vez mais incisivo. 

Havia algo no seu olhar que parecia me consumir. Meu estômago rodopiou e me senti tonta com sua atenção. Olhei para meus braços, que estavam arrepiados. Meus seios pesados e para minha surpresa estava ficando cada vez mais molhada e com as pernas trêmulas. Engoli em seco, e estremeci ao ver Roan se aproximando mais. Encostei contra a árvore, tentando me apoiar.

–Roan, eu... O que está acontecendo?--murmurei. Ele parou na minha frente, ergui o rosto para olhá-lo. Suas pupilas estavam dilatadas e ele inspirava forte. Ergui minha mão, tocando seu peito, que vibrava.--Você também sente isso?

O Tempo de RoanOnde histórias criam vida. Descubra agora