Capítulo Vinte e Três

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O luz do dia me acordou na manhã seguinte. Me espreguicei, sentindo músculos que não pensei ser possíveis doerem. Mas apenas um sorriso se registrou em meu despertar. Roan dormia ao meu lado, cansado. Corei ao pensar o motivo. Não paramos a noite toda. Não parecia que tínhamos o suficiente um do outro. Nos amamos com urgência, com paciência, com paixão, com amor.

Nos amamos.

"Eu o amo. Realmente o amo".--Pensei, sentando. Braços me envolveram e um beijo foi depositado em meu ombro.

–Eu também te amo.--ele murmurou. Sorri, me virando para ele e arfei me afastando. Roan franziu.--Charlie?

–Eu não falei isso em voz alta.--exclamei. Eu tenho certeza disso.

–Nosso acasalamento está funcionando.--ele pareceu aliviado.

–Roan?--pedi por uma explicação. Ele me puxou de volta para seus braços.

–Companheiros podem se comunicar telepaticamente um com o outro.

–Não!--neguei, chocada.

–Sim.

–Por que não me disse?

–Não sabia que era possível para você, muitas coisas entre nós são diferentes.--ele cheirou meu cabelo, e suas mãos começaram a massagear minha perna.--Preferi descobrir com o tempo o que mudaria em sua natureza. Acho que muita coisa será assim daqui pra frente.--esclareceu.

–O que mais vai mudar em mim?--perguntei.

–Não sei dizer. Beur não falou muito e Stone planeja falar com os anciãos.--ele pensou.--Esperamos que sua vida se ligue a minha, e posso sentir que isso aconteceu, resta saber se isso se refletirá na sua longevidade. Posso ouvir seus pensamentos, você pode ouvir os meus?

–Não sei.

Tem certeza?

Arfei.

–Isso não pode ser possível!

"Ainda sinto seu gosto em minha língua".

–Roan!--fiquei vermelha e balancei a cabeça.

–Não se preocupe, não posso invadir seus pensamentos. Apenas posso ouvir quando você os transmite para mim. Acho que o fez inconscientemente agora a pouco.

–Ok... o que mais posso fazer?--quis saber.

–Que tal uma corrida até a cozinha?--ele sugeriu. Assenti, mas ele já havia se movido. Pousei na cama e tentei alcança-lo, mas não fui rápida. Fui humana. O encontrei sentado, na cozinha, comendo uma maçã.

–Bem, ainda sou devagar.--resmunguei. Ele sorriu, me fazendo revirar os olhos.

–Você fica linda de mau humor pela manhã.--ri, começando a preparar um café para nós. Roan pegou seu celular e começou a ver suas mensagens.--Stone pegou o rastro de Norm.

–Isso é bom?

–Ele parece ter saído do estado.--Roan disse, irritado.

–Isso é bom, significa que não precisamos nos preocupar.

–Não exatamente. Ele é uma ponta solta.--ele resmungou.--Não gosto de pontas soltas.

–Bem, se ele for esperto não voltará aqui.

–O clã de Beur nunca foi muito esperto.

–Hey.--falei, indo até ele e o abraçando.--Ficaremos bem. Eles estão mais fracos, você mesmo disse que um clã sem alpha não sobrevive.

O Tempo de RoanOnde histórias criam vida. Descubra agora