Capítulo Vinte

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–Charlie!--Roan gritou. Tentei seguir a voz, mas a dor que sentia era excruciante. Sob uma névoa de dor vi um lobo branco brigando com o lobo de Beur. Um gritou saiu dos meus lábios quando fui erguida. O rosto de Roan apareceu em minha visão.

–Roan.--sussurrei.--Minha perna.

–Eu sei.--ele falou.--Você ficará bem.

–Sinto que estou morrendo.

–Você perdeu muito sangue.--ele disse.--Mas você é minha, irá se curar.

–Kate disse que cheiro como você.--falei de repente. Ele riu, sem humor.

–Hanna disse o mesmo.

–Beur me encontrou por causa disso.--falei com urgência.--Ele sabe algo sobre humanos e shifters.

–-Kor!--Roan gritou.

 Kor mantinha Beur imobilizado. Kyan o ajudou a trazer até nós.

–O que sabe sobre acasalamentos entre nós e humanos?

–Foda-se!--Beur rosnou, se contorcendo.

–É bom começar a cantar.--Kor ameaçou.

–Um dos sentinelas do meu pai se acasalou com uma humana.--ele cuspiu.--Meu pai não ficou feliz, viu como uma fraqueza, misturar o sangue. Então ele a matou.

–Matar um companheiro é pior crime que se pode cometer.--Kyan rosnou.

–Eu sei! Foi por isso que o matei.--fiquei chocada por ele confessar tão levianamente que matou seu pai. Mas era Beur, não deveria me surpreender.

–Você matou minha mãe e meu pai.--Roan o lembrou.

–Seu pai roubou sua mãe de mim. Ela era minha!

–Ela não era sua companheira, nunca foi.--Kor disse.--Seu lobo nunca a reconheceu. Você apenas tinha tesão.

–Ora, não me culpe por ter bom gosto.--ele riu alto.--Refield e Roan, aparentemente, tem o mesmo gosto que eu.

–Descobriremos com o tempo sobre nós.--eu falei, tocando o rosto de Roan, mudando seu foco para mim.

–Mate-o!--Roan ordenou e me afastou da execução de Beur. Mas ainda podia ouvir sua morte conforme andávamos para longe.

--Espere!--pedi.--Kate!?

–Kate?

–Sim, ela está aqui contra a vontade. O clã dela foi atacado como o seu. Beur a trouxe para cá. Prometi que a levaria comigo. Ela... tentou impedir Beur. Mas ele a machucou.

–Vou pedir que a achem.

–Roan, ela tem alguém aqui.--Falei.--Eles podem vir também?

–Ela tentou te ajudar, ela tem uma dívida eterna comigo.--ele respondeu.

–Obrigada.

–Faria tudo por você, Charlie.

–Eu sei. Roan, eu nunca duvidei de você.

Roan me colocou na caminhonete com cuidado, e me cobriu com uma manta.

–Kate?--o questionei. Ele olhou para trás por alguns segundos.

–Stone a tem.

–Ela está bem?

–Ela está andando.

Ele parecia intrigado com algo que estava vendo. Queria olhar na direção que ele olhava mas me sentia muito fraca.

--Hoje é um dia de muitas surpresas.

–Me sinto fraca.--confessei. Ele se voltou para mim imediatamente.

–Vamos para casa.--ele entrou e me envolveu em seus braços. Kyan subiu em seguida e deu partida no carro.

–Já liguei para Hanna.--Kyan informou.--Ela está a postos para os feridos.

–Fêmeas primeiro.

–Claro.

–Alguma perda?

–Não, mas Timott está bem machucado, perna quebrada.

–O que raios ele fez para acabar assim?

–Tentou enfrentar dois sentinelas.--Kyan bufou.--Foxy quer quebrar a outra perna dele como lição.

–Por que?--perguntei.

–Timott é um vigia, vigias andam em duplas. Eles estão abaixo do posto de sentinela por um motivo. São novos e não tem tanta experiência em combate como nós.--Kyan explicou.

–Acho que com uma perna quebrada ele aprendeu a lição.--falei.

–Vigias são pouco mais velhos que filhotes.--Roan disse.--Se pegássemos leve e ignorarmos a tentativa dele de enfrentar dois sentinelas, isso abriria uma precedente. Ele se tornaria rebelde e imprudente.

–Tenho muito que aprender.--resmunguei. Roan sorriu e mordeu meu ombro de leve.

–Você vai ser fantástica.

O Tempo de RoanOnde histórias criam vida. Descubra agora