Capítulo Quatorze

1K 123 0
                                    

Roan chegou em sua casa e não ficou surpreso por encontrar sua irmã e seus sentinelas reunidos na sala. Ele fez uma careta, enquanto tirava o blazer e a carteira.

–Por favor, fiquem à vontade.--falou, com ironia. Hanna praticamente vibrava do sofá.

–Então? Como foi o jantar?

–Stone você deve estar um pouco desatualizado quanto aos humanos.--falou. O sentinela franziu.--Charlie não ficou impressionada com o local. Ela não se importa com coisas tão mundanas.

–Ela é tão fofa.--Hanna riu.--Eu disse, Ton, nem toda mulher quer ser banhada em ouro.--havia uma pontada de raiva na voz da irmã que Roan nunca notou antes direcionado a Stone. O mesmo, fitou ela com sua costumeira expressão fria.

–Tirando minha escolha equivocada de restaurante, como foi o encontro?--Stone perguntou.

–Conversamos, contei sobre Beur e sobre a guerra.--falei.--E ela aceitou ser minha companheira.

Um coro de felicitações e gritos entusiasmados se rompeu entre eles.

–Oh meu Deus. Estou tão feliz por você.--Hanna chorou, abraçando-o.

–Me sinto honrado.--ele confessou.

–Tudo é muito bonito, mas por que raios está aqui?--Kyan falou.--Não é como se só eu tivesse pensando nisso. Por que vocês não estão na cama?

Roan rosnou, pegando Kyan pela camisa.

–Uou!--Kyan exclamou e riu.

–Não seja um moleque!--Stone reclamou para Kyan.--Solte o garoto, Roan.

–Ela não está pronta para o acasalamento.--Roan disse.

–Quem disse?--Hanna cruzou os braços, suspeitando do irmão.

–Ela é humana.--ele disse olhando para cada um deles.--Estou recuperando minhas forças e durante o acasalamento, entramos num frenesi, não sei se passar dias na cama é saudável para um humano.

–Olha Roan, entendo sua preocupação, mas... vocês não seriam companheiros verdadeiros um do outro se ela não fosse perfeita para você em todos os sentidos.--Hanna arqueou as sobrancelhas falando o óbvio. Todos pareciam concordar com ela.

–Não é só isso.--Roan resmungou.

–O que então?--Hanna cruzou os braços.

–Se acasalarmos, ela irá ficar com meu cheiro. Preciso protegê-la de Beur. Imagine se ele me sentir nela?

Roan não perdeu o leve recuo de Hanna.

–-O que foi?--quis saber. Hanna parecia prestes a vomitar.

–Roan, Charlie já tem seu cheiro.

–O QUE?!

–Eu pensei que soubesse. Pensei que todos soubessem.--ela se explicou. Todos pareciam atordoados. Isso... não podia ser possível. Todos sabiam que o companheiro só ficava com o cheiro do outro quando acasalavam.

–Isso não pode ser possível.--ele negou.

–Eu senti no meu aniversário. Antes de você voltar da floresta. Quando ela anunciou que era sua companheira. Nenhum de vocês percebeu? Kyan?

–Eu...–ele pensou.--Não senti nada além do cheiro dela, e de biscoitos. Charlie sempre cheira a biscoitos. Sabe? Ela faz esses biscoitos para mim no restaurante quando fico lá.--ele balbuciou.--Como uns 20 por dia.

–Também não senti nada.--Stone franziu.

--Algo deve ter mudado então. Na minha festa, algo nela mudou, se inclinou para a ligação e o cheiro clicou.--Hanna falou, considerando como uma possibildade.

–Onde está Foxy?--Roan olhou ao redor.

–Ele foi até Kor.

–Tenho certeza que ela ficará bem, Roan.--Hanna disse.--Vou ligar para ela só para ter certeza ok?--Roan assentiu, enquanto a irmã saiu para ligar para Charlie.

–Roan, eu não quero que isso saia daqui, mas, já estive com humanas antes.--Stone disse, Roan o fitou surpreso. Não que isso fosse incomum, mas por Stone sentir necessidade de esconder isso.--Elas são mais fracas que nossas fêmeas, mas não ao ponto de correrem risco de machucarmos elas. Ficaria surpreso com o quanto elas aguentam.

–Seu bastardo safado.--Kyan murmurou, rindo.

–Fico muito tempo na cidade, tenho que relaxar de alguma forma.

–Aposto que tem.

–Cale a boca!--Stone gritou, e se voltou para o alpha.--Pergunte a ela quando estiverem... juntos. Ela vai lhe dizer se for muito.

Roan agradeceu com um gesto por suas palavras.

–Temos que buscar Foxy e Kor. Quero os dois aqui antes da lua cheia. Precisamos nos organizar, chamem seus vigias. Em 24hs Beur irá cair.

–Roan...–a voz trêmula de Hanna fez os ossos de Roan gelarem. Os três se viraram para ela, que estava com o rosto banhado em lágrimas.--É Charlie.

–O que?--Roan se forçou a saber.

–A levaram.

O Tempo de RoanOnde histórias criam vida. Descubra agora