Capítulo Treze

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Charlie mal conteve o sorriso quando viu quem estava sentado no lugar de Kyan. Pegou uma xícara e serviu café.

–Você veio.--falou. Ele lançou um olhar aquecido para ela, e sorriu.

–A proprietária revogou meu banimento.--ele brincou. Charlie sorriu, corando.--Vim para um café da manhã.

–Pensei que Hanna fazia sua comida.

–Ela ainda está chateada comigo por ter deixado você sair na tempestade.--ele confessou. Suspirei, lembrando da noite que mudou tudo.

–Vou falar com ela para lhe perdoar.--disse.--O que quer comer?

–O que você me trouxer, está bom. Me surpreenda.--ele deu de ombros. Ri, balançando a cabeça. Fui para cozinha onde encontrei uma Diana confusa.

–Quando isso aconteceu?--ela perguntou.

–O que?

–Oh, não se faça de desentendida.--ela revirou os olhos.--Falo de você e Roan agindo como dois adolescentes babando sobre uma xícara de café naquele balcão há 10 segundos atrás.

–Ele...–hesitei, sem saber o que dizer. Não é como se eu pudesse contar a verdade.--Me chamou para um encontro.

–Pelo modo como agem, parecem que estão no dia seguinte ao encontro.

–Talvez, quer dizer, fui para a festa de aniversário da irmã dele ontem. Tivemos uma breve conversa e rolou um clima...–contei. Era o mais próximo da verdade que eu poderia dizer.

–E então?

–Eu.. ele é velha guarda.--fiz uma careta.--Quer algo sério e sinto que é muito rápido.

–Você é nova, devo dizer.--ela ponderou.--Ele tem o que? 32? 35?

–Por ai.--murmurei. "mais para 300 anos...".

–Bem, na idade dele, faz sentido pensar em algo mais sério. Os irmãos Licant sempre foram reservados e raramente se ouvia algo sobre eles se divertindo por ai se é que me entende. Mas se você não está pronta, seja sincera com ele.--ela disse.--Mas devo dizer, nunca vi você como alguém casual.

–Eu não sou. Só tive um namorado na verdade, mas nunca foi... sabe?--suspirei.--E com Roan... não consigo explicar. Há muitas coisas que me fazem hesitar em dar esse salto. Mas ao mesmo tempo, me sinto tão segura com ele.--o que era loucura, pensei.

–Ninguém está dizendo para você se casar com ele.--Diana pegou minhas mãos, apertando firme.--É só um encontro.

Queria dizer que não era. E que ele queria mais do que casar comigo. Mas não podia, não era meu segredo para contar, ou era?

Terminamos de preparar alguns pedidos e logo me vi voltando para Roan. Dei um meio sorriso, tensa passando e repassando a conversa que tive com Diana na cozinha. Roan pegou minha mão me trazendo ao presente.

–Eu quero te levar a um encontro, Charlie.--Roan disse. Franzi com a coincidência, por fim, corei, olhando entre ele e a cozinha.

–Você ouviu?

–-Tentei não ouvir.--ele deu um sorriso de desculpas.

–-Eu me sentiria constrangida, mas você não deveria ouvir a conversa dos outros.--murmurei e o deixei comendo enquanto ia atendendo outros clientes. Podia sentir seus olhos em mim durante todo o tempo, e não podia negar o quanto estava me afetando. Derramei o café duas vezes e queimei dois omeletes, antes que Diana me empurrasse para fora da cozinha. Me aproximei do seu lado do balcão, respirando fundo.--Ok, você pode me pegar às 19hs.

O Tempo de RoanOnde histórias criam vida. Descubra agora