Capítulo Vinte e Dois

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–Eu deveria me curar assim tão rápido?--perguntei para Roan dois dias depois que voltamos do armazém de Beur. Ele olhou para minha perna por segundos a mais do que necessário e limpei a garganta. Ele sorriu, beijando minha coxa, e me puxando para ficar sob ele.

–Você é minha humana.--ele falou, lambendo meu pescoço. Suspirei, e o empurrei levemente.

–Estou falando sério.

–Lembra quando foi atacada e a mordi?--ele disse. Assenti.--A mordida do lobo tem propriedades curativas para o companheiro. Era um risco, não sabia se funcionaria com você, mas a mordida do lobo que lhe atacou acabaria lhe matando se eu não fizesse nada.

–Então, acho que é bom que funcionou.--falei, rindo.--Mas doeu como um inferno.--acrescentei. Ele riu, e beijou meu pescoço, mordiscando levemente. Percebi que meu pescoço era sua região favorita.

–Você é linda.--ele disse. Balancei a cabeça, me forçando a expor meus pontos antes que ele me distraísse.

–Roan, faz dois dias que estou nessa cama.--o lembrei.--Beur está morto. Preciso voltar para minha rotina, meu restaurante.

–Hanna está lhe cobrindo. Diana pensa que você está doente.--ele disse.

–Mas não posso ficar aqui para sempre. É meu restaurante, minha vida.--interpelei.--Lutei muito por isso.

–Alguns sentinelas escaparam.--ele revelou. Me encolhi, medo me dominando.

–O que? Quem?

–Norm e mais dois.

Norm era horrível. Me lembrei imediatamente do seu olhar frio e morto. Havia algo de errado nele.

–Kate sabe?

–Stone contou para Luca. Luca decidiu não contar agora enquanto a irmã está se recuperando.

–Não concordo em esconder isso dela.--pressionei.--Ela teve muita coisa tirada dela, não acho certo tirar essa informação.

–Você sabe de quem é a criança?--ele perguntou.--Ela não diz.

–Não sabia nem que era uma criança quando ela disse que tinha alguém.--dei de ombros.--Mas com o tempo, quando ela se sentir confortável com o clã, talvez ela se abra. Mas é importante saber de quem Aiden é?

–Se ela for de um dos sentinelas que escaparam, eles podem tentar fazer uma reinvindicação.--ele explicou.--Matamos Beur, mas com esses lobos soltos, o perigo pode não ter passado completamente.

–O que vamos fazer?

–Foxy e Stone estão sobre isso. Luca também.

–Ela precisa saber desse perigo, Roan.--insisti.

–Vou conversar com Stone.

–Obrigada. Quero vê-la.--completei.--Pensei que ela poderia trabalhar no restaurante. Hanna sugeriu que ela poderia também ajudar na creche.

–São ótimas ideias.

–Quero que ela saiba que tenha opções.

–Ela está segura aqui, Charlie.--ele disse.--Se ela não quiser fazer nada, ainda seria bem vinda.

–Eu sei.--concordei.--Obrigada por isso. Ela sofreu demais. Aquele lugar...

–Preciso que me conte o que aconteceu lá.

–Não, Roan.--neguei.--Ainda não estou pronta. Não quero pensar no que aconteceu naquele inferno. Estou viva, estou bem. Talvez no futuro possamos falar sobre, mas não agora.

O Tempo de RoanOnde histórias criam vida. Descubra agora