Lá de baixo veio um rosnado e um latido.
Pequenas unhas arranharam as minhas meias pretas, rasgando-as irreparavelmente. Ele devia estar cochilando embaixo do balcão e acordou com os gritos de Noah.
– Oi, Killer. – Eu peguei o pequeno pacotinho de terror preto e branco. Ele era a distração perfeita para o meu coração despedaçado. – Eu não te vi aqui. Onde você estava escondido?
– É melhor voltarmos para fora. – Noah estudava a parede oposta com grande empenho. Eu acho que qualquer coisa era melhor do que olhar para mim e minhas emoções insanas e bagunçadas. Tão constrangedor.
– Sim. Eu acho que sim. – Eu o conduzi em direção à saída, da mesma forma como eu o conduzira para a armadilha do “boquete emocional” em primeiro lugar. As mulheres eram as piores. Killer esfregou seu focinho úmido no meu queixo.
– Filho – Lamar saudou o cachorro. Ele ainda estava conversando com Diarra e Any no sofá. – Eu estava aqui me perguntando por onde você andava.
– Eu o encontrei cochilando no banheiro. – Entreguei o bebê peludo para seu pai.
Os olhos de Lamar se estreitaram.
– Seus lábios estão anormalmente inchados e seu batom está borrado. O que diabos vocês dois estavam fazendo no banheiro, bem na frente do meu primogênito?
– Nada – eu disse, recuando um passo. Essa era a última coisa de que eu precisava.
Ele segurou o cachorro na frente de seu rosto.
– Killer, diz pro papai, onde as pessoas más te tocaram?
– Nós não fizemos nada. – Eu virei para Noah, mas ele ainda estava muito ocupado em estado de choque, aquele idiota inútil.
– Ele está traumatizado! Basta olhar para ele. – Lamar levantou o filhote de cachorro para que todos vissem. Deliciando-se com a atenção, Killer balançou o rabo e latiu alto duas vezes.
– Aqui, me dê. – Diarra agarrou o cão com cuidado das mãos de Lamar. – Ele não está traumatizado. Talvez um pouco mais experiente do que ele precisava ser, mas não é como se ele não tivesse dormido em nosso quarto enquanto estávamos ocupados um com o outro.
– Não é ruim o suficiente que ele tenha que crescer com a vergonha de seu pai não ser casado? – Com tristeza, Lamar balançou a cabeça. – Meu pobre menino, ele nunca teve a chance de ter uma vida normal.
– Hmm. – Diarra entregou o cão para a sua irmã. Nesse ritmo, as patas de Killer não tocariam o chão pelos próximos anos. Ele devia ser o cachorro mais mimado do mundo, bem adequado ao estilo de vida dos ricos e famosos. E sim, preocupar-se com o cachorrinho mimado era muito mais seguro do que me virar para ver se Noah já tinha saído do coma.
Diarra ficou de pé, e em seguida ficou de joelhos na frente do baterista loiro.
– Você quer se casar comigo?
Todas as conversas em nossa volta silenciaram.
– Sou eu quem faz as gracinhas – disse Lamar, com sobrancelhas baixas. – Não você.
– Eu não estou fazendo gracinha. – Suas mãos encontraram as dele e as seguraram. – Eu te amo e quero me casar com você, Lamar Morris. O que você me diz?
A boca de Lamar se abriu e todos nós esperamos com a respiração suspensa, mas ele não disse nada.
Um pouco depois, Diarra falou de novo.
– Eu não tenho mais medo. Eu sei que isso é certo e se você ainda quiser, então eu quero também, de todo o meu coração.
– Podemos voar para Las Vegas e sermos casados pelo Papai Elvis no Natal? – Lamar perguntou com olhos suspeitosamente brilhantes.
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𝐒𝐀𝐕𝐄 𝐌𝐄/𝐍𝐨𝐚𝐯𝐚𝐧𝐢 (concluída)
Fanfiction"A questão é: você nunca vai ter uma vida me seguindo por aí. Você está melhor sem mim, eu sei disso e não me importo. Esse, Shivani, sou eu."