𝙲𝙰𝙿 𝟷𝟷 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚎 𝟸

159 30 26
                                    

A campainha tocou logo depois das duas da tarde. Lá embaixo, a banda e a equipe estavam tocando após um almoço feito com tudo o que tinha na geladeira. Eu já tinha alertado os nossos fornecedores de que precisaríamos de mais comida. Com os rapazes trabalhando aqui o tempo todo, podíamos facilmente triplicar o pedido de sempre, talvez até um pouco mais. Lamar sozinho parecia comer o equivalente a seu peso em cada refeição. Depois disso, como ele conseguia pular e tocar bateria, eu não fazia ideia.

Passei o dia servindo-os.

Quando eles estavam gravando, era preciso contribuir e ajudar no que eu pudesse. Se isso significasse fazer café e buscar refrigerantes, eu fazia.

Dean tinha vindo trabalhar com eles hoje, um bônus de alegria.

Corri para subir as escadas, balançando cada parte de mim. Só pra lembrar: eu não perdi o fôlego, a corrida estava começando a dar resultados.

Que bom para mim.

Para o caso de haver algum paparazzo aleatório por perto, afrouxei meu rabo de cavalo para esconder o rosto. A tela da câmera de segurança mostrava uma mulher escultural bastante desconfortável do outro lado da porta. Enormes óculos escuros cobriam seu rosto.

Interessante.

– Olá? – Eu estava ali parada, abrindo minimamente a porta para dar uma boa olhada nela.

Então, todo o meu mundo congelou.

Maldita. Liv. Anders.

A estrela do cinema.

Então era essa a velha amiga de Noah. Ela obviamente não perdeu tempo e veio logo para Portland para encontrá-lo.

Meu coração voltou a funcionar gradual, lenta e dolorosamente.

Ela media mais de um metro e oitenta, era magra, bronzeada, tinha cabelos loiros platinados e me olhou por cima de seus óculos de marca. Eu era a morena baixinha usando jeans e uma camiseta de manga longa.

Adorável.

Por gentileza, apenas ignore minha palidez.

Ela usava belas sandálias de tiras, apesar do clima frio e úmido, e até mesmo seus pés estavam impecáveis. Para acalmar o meu orgulho, essa mulher não podia ter pelo menos uma unha lascada ou algo assim?

Certamente, não era pedir demais.

A culpa era exclusivamente minha, na verdade, eu acho que é o que você ganha por se apaixonar por um Adônis do rock’n’roll. Suas ex-namoradas ou parceiras de foda ou o que quer que Liv fosse eram necessariamente impecáveis.

O cuidado que ele tinha com seu cabelo era prova disso. Como se ele não aceitasse nada menos que um corpo perfeito.

– Oi – eu disse com uma voz fraca.

– Shivani? – Com uma mão ela baixou os óculos. – Você é a Shivani, não? Noah falou de você, mencionou que estaria aqui.

Eu pisquei.

Ela estendeu a mão.

– Oi.

Minha mão tremia muito antes do aperto. Felizmente, ela pensou que eu estava fascinada.

Deixe a dama pensar o que quiser.

– Entre, por favor.

– Obrigada. – O sorriso dela oscilou diante de meu comportamento estranho.

𝐒𝐀𝐕𝐄 𝐌𝐄/𝐍𝐨𝐚𝐯𝐚𝐧𝐢 (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora