O jantar de Ação de Graças da banda aconteceu na véspera do feriado. Dei um monte de desculpas para minha mãe sobre o porquê de não poder ir para casa e, por sorte, ela aceitou.
Todos se reuniram na casa nova de Diarra e Lamar, em frente à antiga casa de Joalin e Sabina.
Antiga considerando que elas moraram ali havia uns seis meses.
Ambas as casas eram espetaculares, com muito brilho, caras e tão novas quanto se pode imaginar. As varandas tinham vista para o Distrito Pearl.
Muito legal.
Um retrato de Lori, mãe de Lamar, estava em posição de destaque. Noah tinha parado para admirá-la assim que chegamos. Seu irmão se aproximou em seguida e conversaram baixo.
A dor da perda de alguém não é algo que desaparece com facilidade.
Aparentemente, Josh não tinha contado a mais ninguém acerca de meu pedido de demissão. Apreciei imensamente sua discrição. Noah mal tinha falado depois de nossa conversa. Apesar disso, pela manhã, ele veio bater novamente na minha porta e jogou os tênis em mim, e eu me arrastei com pena atrás dele, suando o caminho inteiro. É difícil dizer quão longe fomos, pois era apenas agonizante depois dos primeiros metros. Mais tarde, um massoterapeuta veio me mimar, cumprindo mais um item da lista.
Devo admitir: aquelas três horas de prazer pagas pelo Noah compensaram toda a corrida.
Não toda, mas o suficiente. Parecia um pedido silencioso de desculpas, ou talvez uma forma de ele me encorajar. Talvez, ainda, outro truque barato para me convencer a ficar.
Agora ele estava sentado à minha frente, com o cabelo espalhado pelo rosto. Esteticamente falando, ele reinava como imperador supremo sobre suas terras. Mesmo que eu tentasse fingir que ele não fazia meu tipo, isso não podia ser negado. Estava sempre tão perfeito que quase não se percebia o caos e a dor que o habitavam. As coisas que ele me havia dito ainda ecoavam em minha mente.
Por Deus, ele tinha ferrado até a própria irmã. Não é de se impressionar que as coisas fiquem difíceis entre eles de tempos em tempos.
Ao meu redor, a conversa do jantar continuava, mas nada daquilo me fascinava tanto quanto Noah. Ele era uma enorme dicotomia entre o bem e o mal, o belo e o terrível.
Ele havia deixado sua jaqueta de lã na entrada e enrolado as mangas de sua camisa vagamente estampada. Meu visual estava mais sóbrio, consistindo em botas de cano baixo, jeans apertado e uma blusa longa de amarrar. No quesito escolha de roupas, ele me vencia. Noah se mexia em seu lugar, apoiando um cotovelo na mesa. Seus punhos eram bem grossos, e eu nunca havia reparado que suas mãos deviam ser muito fortes. Quando lutamos pelo maço de cigarros, apesar das circunstâncias, ele foi gentil.
Tão gentil quanto se pode ser quando se está rolando no chão com alguém.
A lembrança de seu peso sobre mim se apoderou de meus pensamentos.
Graças a Deus ele havia parado de fumar. Me dera sua palavra e estava cumprindo à risca. Uma mistura de tatuagens cobria seu braço direito.
Havia uma estrela, um coração, chamas e palavras. Eu adoraria chegar mais perto e estudá-las, realmente dedicar algum tempo para entender aquilo. Tomei um gole d'água, pois minha garganta seca precisava de alívio.
No alto de sua camisa, dois botões estavam abertos e era possível avistar um pouco de belos pelos saindo de seu peito.
Legal.
O babaca ainda estava usando botas de sola grossa, algo em que reparei quando ele pisou no meu pé.
Dei um pulo na cadeira.
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𝐒𝐀𝐕𝐄 𝐌𝐄/𝐍𝐨𝐚𝐯𝐚𝐧𝐢 (concluída)
Fiksi Penggemar"A questão é: você nunca vai ter uma vida me seguindo por aí. Você está melhor sem mim, eu sei disso e não me importo. Esse, Shivani, sou eu."