Ouvi a batida na porta do meu quarto pouco antes da meia-noite.Depois de nossa conversa, tudo estava de volta ao normal. Noah se exercitava de manhã e à tarde, normalmente junto a pelo menos um dos rapazes. Visto que eu não era exatamente uma conselheira para mantê-lo sóbrio, e fazer o papel de sombra dele ficou chato depois de certo tempo, assumi a função de assistente do Noah. Eu checava e-mails, ocasionalmente lendo as partes de que ele precisava saber.
Conversava com Sabina (esposa de Joalin), com todos os pobres desafortunados novatos no escritório do Adrian, o agente da banda, e com o encarregado das relações públicas da banda. Havia muito a se fazer para manter um astro do rock organizado. Mais recentemente, também negociei com os construtores e técnicos responsáveis por transformar o porão em um estúdio perfeito. Com o projeto quase completo, os rapazes começaram a se reunir para ensaios e composições aqui, em vez de na casa
de Joalin, por ter mais espaço.No geral, nos mantínhamos ocupados.
Habitando a mesma casa, e muitas vezes o mesmo cômodo, ainda assim não nos falávamos necessariamente muito. O silêncio não era desconfortável e eu já havia me acostumado com ele.
Normalmente, depois de um tempo Noah colocava música para tocar. Hoje estava tocando The Dead Weather, o que era apropriado, visto que o tempo lá fora piorava cada vez mais. No entanto, estávamos suficientemente em paz em nossos próprios mundos. Volta e meia havia uma troca de olhares curiosos, mas eu estava determinada a ignorá-los.
Ele bateu na porta do meu quarto e, sem esperar por autorização, entrou.
– Estive pensando.
– Não falei que podia entrar.
Eu o observei do alto de meus óculos de leitura, deitada no meio da minha enorme cama, apoiada sobre pelo menos três almofadas. Conforto era importante.
– Estamos na minha casa. Belo pijama. É a vez dos patinhos, agora? Legal. – Ele lançou um olhar impressionado aos meus trajes de flanela, pois, é claro, sua alteza estava impecável (jeans de marca e uma camiseta de mangas compridas que lhe serviam perfeitamente), não importava a hora.
– Você só está com inveja do meu estilo fantástico.
Apoiei meu e-reader no peito, fazendo o melhor possível para esconder meus mamilos felizes.
– Aposto que você dorme de Armani, não é? Prada, talvez?
Ele riu.
– O que você quer, Noah?
– Nunca entrei aqui antes.
– Você entrou na noite em que me botou na cama depois que eu dormi no sofá – eu o lembrei.
– Eram praticamente quatro da manhã, não parei pra olhar.
Ele caminhou lentamente pelo quarto, observando meus pertences. Pode-se dizer que tenho certos problemas de organização em meu espaço pessoal. Havia roupas jogadas na cadeira e sapatos embaixo dela. No banheiro, o balcão de mármore da pia estava forrado de maquiagens, cremes de cabelo e produtos de higiene feminina. Já estava confortável até demais desde que me mudei para cá e expandi os meus pertences. Nos últimos anos, tinha vivido com o mínimo. Era prático para quem estava sempre de partida, mas agora o excesso de coisas faria de uma eventual mudança um pesadelo.
Noah arqueou as sobrancelhas.
– Você não deixa ninguém da limpeza entrar?
– É claro que deixo.
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𝐒𝐀𝐕𝐄 𝐌𝐄/𝐍𝐨𝐚𝐯𝐚𝐧𝐢 (concluída)
Fanfiction"A questão é: você nunca vai ter uma vida me seguindo por aí. Você está melhor sem mim, eu sei disso e não me importo. Esse, Shivani, sou eu."