𝙲𝙰𝙿 𝟻

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TRÊS SEMANAS DEPOIS...

– Shivani!

Ergui a cabeça de sobressalto e a caneca de café saltou de minhas mãos.

O líquido quente escaldou meus dedos ardentemente.

– Merda.

Noah desceu correndo pelas escadarias internas.

– Onde você está?

– Na cozinha.

– Que porra é essa? – ele rugiu, entrando agitado na cozinha, pingando de suor.

Eu suspirei como apenas os que sofrem há muito tempo sabem e esfreguei as manchas de café no meu suéter verde.

– Que porra o quê, Noah?

Pude ouvir mais uma sequência de passos pesados atrás dele. Josh, o baixista, chegou em seguida.

Imagine um lenhador sensual com habilidades musicais e terá uma imagem bem precisa dele. Ele estava igualmente suado, o que era apropriado, visto que ambos estavam correndo.

– Oi, Josh – disse, acenando para o grandalhão, que respondeu com um movimento do queixo.

Espere, era um sorriso em seu rosto?

Ele se reclinou contra a parede e cruzou os braços, obviamente se acomodando por algum motivo.

O que quer que estivesse acontecendo aqui, eu já não estava gostando.

Noah jogou o telefone no balcão da cozinha na minha frente.

– Por que raios tem um tal de… – ele apanhou o celular, mexendo na tela. – … Tom Moorecomb muito ansioso para falar comigo sobre a vaga de novo assistente?

Meu estômago se revirou.

– Ah, isso.

– Sim, isso.

– Estava esperando a hora certa para te contar.

Com as sobrancelhas juntas, Noah apoiou as mãos no balcão.

– Vamos tentar agora, então.

– Bem, decidi deixar este adorável emprego – respondi de cabeça erguida, falando em claro e bom tom profissional. Exatamente como tinha praticado inúmeras vezes no chuveiro, na cama e no banheiro.

Basicamente em qualquer lugar e hora em que eu tivesse um momento.

Sem mais desculpas.

– Não que eu não valorize o tempo que passamos juntos, mas sinto que estou pronta para encarar novos desafios. Tom é quem eu sugeri que contratasse como meu substituto. Ele tem histórico em aconselhamento, mas é…

– Você está se demitindo?

Nunca tinha sido tão difícil olhar em seus olhos.

– Sim, Noah, estou. É chegada a hora.

– Você organizou tudo pelas minhas costas! – Não era uma pergunta, era uma afirmação e uma bem raivosa.

Seu olhar subitamente ficou gélido.

Tive sorte de não congelar onde estava.

Em vez disso, concordei, apesar do formigamento em toda a minha pele.

– Quando?

– Quando eu organizei isso ou quando eu saio?

Ele ergueu o queixo. Entendi como um sim para ambas as perguntas.

𝐒𝐀𝐕𝐄 𝐌𝐄/𝐍𝐨𝐚𝐯𝐚𝐧𝐢 (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora