Pela raiva e ódio

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Harry Potter

"Evite qualquer briga, mas se for obrigado a entrar numa, que seus inimigos o temam. – William Shakespeare."

Sabe aquela frase, aquela frase que você leu ou ouviu uma vez para que ficasse garrafa na sua mente para o resto de sua vida? Bom, eu tinha várias delas.

Entrei no dormitório em completo silêncio, a raiva queimando dentro do meu peito e ignorei todos os outros da equipe, indo para o meu quarto e me trancando ali.

Andei de um lado para o outro, bagunçando meu cabelo tentando me acalmar e deixei minha magia sair, vendo brilhos dourados tomarem o quarto e um espelho se despedaçar graças a minha raiva.

Me sentei na cama, passando as mãos pelo meu rosto e tirando minhas luvas, vendo os machucados que haviam surgido em minha mão graças aos socos que eu dei em Nott.

Nott…

Era como se apenas seu nome fosse o motivo de minha raiva, o motivo de meu ódio.

A lâmpada se espatifou no chão, tornando o quarto completamente escuro e eu me levantei novamente, indo até o banheiro e passando água em meu rosto.

Não era só Nott que estava me irritando, não era apenas ele o motivo de toda a minha raiva e ódio. Mas sim a injustiça que estava acontecendo ali no castelo, mesmo tempos de guerra.

A equipe precisava de mim, eu sou a única forma de chegar a Hécate e McGonagall sabe disso.

Ela sabe disso.

Desgraçada.

Encarei meu reflexo, vendo o espelho se rachar e meus olhos em um tom de vermelho vivo. Deixei meus ombros caírem ao encarar meu próprio reflexo e limpei o sangue que escorria por meu nariz.

"Esse é o meu Harry."

Não.

Me encostei na parede, encarando meu próprio reflexo e observando meus olhos voltarem ao tom de verde lentamente e deixei meu corpo escorregar até o chão.

Puxei meu cabelo, encostando a cabeça na parede e limpando o sangue que escorria do meu nariz, manchando meu rosto.

A frase que mais me marcou foi uma de Shakespeare: Evite qualquer briga, mas se for obrigado a entrar numa, que seus inimigos o temam.

Eu já tinha uma lista densa de inimigos, tantos que não poderia contar em meus dedos. Não ligo muito em aumentar essa lista.

No final das contas, eu sempre sairia como vilão.

– Harry? – uma voz dentro do quarto chamou minha atenção mas eu não respondi. Ouvi passos se aproximarem e alguém se ajoelhou na minha frente – Harry, é o Malfoy. Você está machucado?

O olhei, tombando minha cabeça e o admirei. Seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos azuis acinzentados transmitiam a preocupação que ele sentia. Suas mãos tocaram meu rosto com delicadeza, procurando algum machucado além do sangue do meu nariz.

Neguei com a cabeça, finalmente respondendo sua pergunta e ouvi mais passos, vendo a equipe aparecer na frente do banheiro e me encaravam curiosos.

Voltei a olhar Draco, vendo o mesmo pegar um lenço em seu bolso e limpar o sangue do meu rosto com delicadeza. A lâmpada do banheiro se espatifou e eu fui rápido em me mover para tapar a cabeça de Draco, fazendo os cacos fazerem pequenos cortes em minha pele.

Eu o soltei lentamente, encostando a cabeça de volta na parede e obriguei a minha magia a se acalmar, mudando completamente o clima do ambiente.

Malfoy me olhou, observando os machucados em meu braço e eu consegui segurar um sorriso ao ver que ele estava bem e fechei os olhos e meus ouvidos ficaram abafados. Me obriguei a abrir os olhos, vendo a boca de Draco se mover, mas nenhum som chegou aos meus ouvidos.

O Bruxo da Luz - Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora