Capítulo 2

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MAGNUS

Atrasado. Estou muito atrasado, como sempre.

Um dia Clary vai passar por cima da nossa amizade e todo carinho que sente por mim e não vai me perdoar, sinto que esse dia está muito próximo de chegar se eu continuar assim.

Ela não disse nada quando cheguei, ofegante e suado, apesar da neve do lado de fora. Ela nem mesmo me olhou rude, com sua sobrancelha arqueada cheia de julgamento e sermão como faz com todos os seus outros funcionários, apenas me estendeu um copo de água enquanto me aguardava no balcão do bar, onde eu deveria estar a pelo menos uma hora atrás, tirou a mochila do meu ombro, e ela mesma o guardou no armário.

Deus, eu tenho muita sorte de ter conquistado o seu coração, coisa que poucos conseguiram.

Clary, a garota ruiva de quase trinta anos com carinha de vinte e um, com o rosto liso sem apresentar uma única ruga ou linha de expressões, as únicas marcas expostas no seu rosto, as quais eu acho linda, são as pequenas sardas que ela comete o terrível erro de cobrir com maquiagem porque se acha feia com elas. Já discutimos muitas vezes por isso, mas é uma particularidade, cada um de nós tem algo em nosso corpo ou na nossa pele que nos incomoda, por mais que digam o contrário, então dei uma folga para ela, deixo ela se encher de camadas e mais camadas de base.

Falando nela, acabou de passar por mim, seus cabelos longos caindo em cachos grossos e vermelho sobre os ombros. Irritada, ela ergue as mãos e os enrola em um coque descuidado com fios soltos despontados para todos os lados. Honestamente, não sei como seu cabelo continua tão saudável e naturalmente brilhante, ela não tem um pingo de cuidado com eles. Certeza que eles já foram alvo de muita inveja.

Ela vai até as portas duplas, apoia as duas mãos sobre ela, colocando uma força necessária para ela se movimentar, e abre. Balanço a cabeça, um dias elas vão se emperrar de vez e não vão mais sair do lugar, como já aconteceu muitas outras vezes e tivemos que ficar o dia todo fechado na espera de alguém vir consertar, temporariamente claro, porque Joe, tio da Clary e proprietário do bar, não acha que trocar a porta principal por onde os clientes entrar por uma nova seja uma propriedade.

Joe há alguns anos decidiu abrir uma franquia do seu bar em alguns estados, hoje ele mora em West Lake Hills, há cinco quilômetros de Austin, e colocou Clary, sua sobrinha, como gerente e responsável desse aqui. Joe sempre teve seu próprio público, o bar realmente era um sucesso, mas desde que Clary o administra, se tornou algo grandioso, e se hoje ele funciona bem, e é um dos bares mais lotados da região, o mérito é todo dela.

Alguns clientes começam a entrar, nenhum vem diretamente ao bar, ocupa as mesas do salão, provavelmente para pedir alguma refeição. Antes, o bar do Joe era somente um bar, se tornar um restaurante durante o dia, foi ideia de Clary. Ele é localizado em uma avenida com muitos comércios e estabelecimentos públicos e poucos restaurantes, a maioria dos bares servem apenas bebidas e algumas porções, nem sempre boas. As pessoas às vezes iam para o centro da cidade em busca de um lugar para almoçar, mas desde que Clary o transformou em um restaurante, eles começaram a vir para cá, e durante o dia, é impossível vê-lo vazio.

De Repente, Você - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora