De Repente, Você - Malec

Eles vão ter que respeitar

Magnus

Assim que Magnus atravessou a porta foi direto para o sofá e começou a tirar os sapatos novos. 

Continuou em silêncio absoluto, imaginou que se não dissesse nada talvez os amigos desistissem de fazer perguntas. 

Soube que estava enganado no momento que Carlos apareceu na sala com um sorriso no rosto. 

— Então. O que aconteceu com o "não vamos sair." – questionou. 

Magnus acompanhou Carlos com os olhos enquanto ele se sentava ao seu lado direito no sofá. 

— Eu não disse que "não estamos saindo". Eu disse que não estávamos saindo. 

— E agora estão? – T.K perguntou sentando-se ao lado esquerdo do asiático. 

— Não sei. – Magnus disse. 

Carlos resmungou algo baixinho que Magnus não conseguiu entender. 

— Eu não sei mesmo, o que quer que eu diga. Ele me chamou pra jantar, eu aceitei. Comemos, bebemos, conversamos. – explicou.

— E… Vamos Magnus, isso não é hora de suspense. – Carlos perguntou impaciente, mas ainda sorria. 

— Nos beijamos… – disse com a voz baixa e calma. 

Magnus não queria sorrir, mas foi inevitável, ele sentiu aquele mesmo frio na barriga de horas atrás só de se lembrar dos lábios de Alexander nos seus, das suas mãos ásperas tocando sua pele. 

— Hmm e vendo essa carinha parece que você gostou. – T.K afirmou. 

Magnus jogou a cabeça contra o encosto do sofá. 

— Sim. Eu gostei. – disse um pouco mais sério dessa vez. 

— Isso não deveria ser uma coisa boa, porque essa cara? – Carlos perguntou o encarando na tentativa de encontrar algo na sua expressão, mas ele parecia aquele mesmo Magnus fechado de sempre. 

— Porquê, qual a possibilidade disso dar certo? Quer dizer. Olha só pra ele e olha só pra mim. – Magnus se endireitou no sofá e olhou para a janela da sala que estava tampada por uma cortina. — Ele é milionário, muito mais velho que eu. O que um garçom de um bar tem a oferecer a um cara daqueles. 

Magnus parou por um tempo. O casal até pensou em dizer algo, quando T.K ia abrir a boca pra falar ouviram Magnus dar uma risada irônica. 

— Olha só essas roupas – Magnus apontou com o indicador para o que estava vestindo. — Foi a própria irmã dele que comprou pra mim. Era isso ou um moletom velho e rasgado, nem roupa para um encontro eu tenho. – ele se virou na direção de Carlos e o encarou. — Você acha que aquele homem vai querer sair de mãos dadas comigo, ou me apresentar a sua família como seu namorado. Eu no mínimo vou ser aquele segredo sujo que a maioria dos milionários tem. Não sejam tão ingênuos. – Magnus externou de uma vez tudo que ele estava pensando dentro do carro de Alec. 

Ele realmente tinha gostado de sair com ele, achou Alexander tão interessante, cuidadoso, carinhoso. Viu o quanto ele estava empolgado e preparou aquele encontro com tanto carinho. 

Magnus sabe que Alexander não é igual a maioria dos milionários que vê por aí, mas não pode se iludir achando que isso vai dar certo. Ele sabe que quando Alec conhecer o verdadeiro Magnus fora daquela roupa nova vai querer correr. Magnus só estava se preparando para algo que ele tinha certeza que não daria certo. 

O casal de amigos ficou parado apenas observando e escutando enquanto Magnus falava. Não sabiam exatamente o que deveria dizer, eles sabiam que Magnus se sentia vulnerável e inseguro, mas só o fato dele pela primeira vez em anos conseguir falar sobre o que sente já é um avanço.