Alguma coisa

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Ela espalmou as mãos nas coxas, comprimiu os lábios um contra o outro esfregando-os para umedecê-los, era apenas a sua linguagem corporal entregando parte do seu nervosismo naquele instante.

— Então... — Pigarreou. — Que bom que ela dormiu, a Misuk é mesmo um bebê tranquilo.

Jisoo olhou-a de cima abaixo, tinha de admitir que era privilegiada pela visão que tinha do seu perfil maravilhoso.

— Pois é, isso é ótimo. — Ela concordou e virou-se para ela dobrando a perna esquerda e sentando nela enquanto acotovelou o braço esquerdo no sofá.

Chaeyoung podia sentir o olhar dela em si.

— Haein vai demorar muito? — A loira perguntou e logo se praguejou mentalmente pelo assunto, não podia fazer melhor que aquilo? Sério? Tinha de perguntar do marido dela? Quis se estapear ali mesmo.

— Para ser honesta eu não sei, saiu em viagem com o pai, você sabe como é... diplomatas. Eles têm de serem competentes, sérios e...

— Ter esposas lindas? — Chaeyoung perguntou olhando-a a tempo de ver seu sorriso surgir.

— Obrigada.

— Bem, ele é um louco de qualquer forma. — A loira criou coragem. — Sério demais com a diplomacia, louco o bastante para não exigir que você seja apenas dele.

Jisoo sentiu cheiro de perigo, a fumaça invadia-a a alma alertando que fogo logo a queimaria, ela o sentiu olhando-a naqueles belos olhos e invés de fazer algo a respeito, atirou-se contra o incêndio.

— Você me exigiria apenas para você? — Ela sussurrou inclinando-se mais um pouco.

— Se você fosse minha...— Chaeyoung disse encarando sua boca. — Eu não a dividiria com ninguém.

Algo em Jisoo gostava daquela aparente ideia de possessividade ao passo que instigava sua vontade de beijá-la e ela o fez, sentiu o sabor incomparável dos lábios dela nos seus e suspirou.

Chaeyoung a fazia quebrar regras pessoais como respirar, ela não trocava apenas beijos, ou se tratava de algo a mais que nunca costumava repetir com a mesma pessoa, ou nada de beijos, mas aquela mulher fora capaz de fazê-la quebrar duas das suas regras e ainda não se arrepender por isso.

No terceiro beijo a campainha tocou fazendo-as saltar assustadas, elas se encararam ofegantes e desnorteadas.

— Eu atendo. — Chaeyoung disse imediatamente e se levantou subitamente. — Sem comentários. — Ela disse entredentes fitando Lisa ao atender a porta.

A tailandesa segurou a risada e ergueu as mãos como quem se rende.

— A Misuk, por favor?

— Entre, ela está dormindo.

[...]

— Você tinha de ver a cara dela, eu nem bem a olhei e ela já estava me pedindo para não falar nada sobre.

Jennie levou a mão frente a boca para rir.

— Eu posso imaginar, você também acha que elas podem passar do casual?

Lisa a olhou com uma expressão levemente travessa.

— Acho que sim.

Ela sorriu como quem aprova seu achismo.

— Para sincera eu espero que passem. Haein é o cara mais bacana que eu já conheci, mas às vezes o casamento dele com a Jisoo parece um negócio de aparências, às vezes eu tenho a impressão de que eles não se amam do jeito que deviam, e sabe, eu quero que a Jisoo sinta amor.

Mães por acaso • JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora