Família

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Ela limpou a garganta enquanto olhava para o lado através da vidraça observando a cor alaranjada do pôr do sol tocar tudo que estava a sua frente, pressionava as mãos uma contra a outra sobre a mesa.

— A comida estava tão boa, devemos voltar aqui com Lisa e Jennie, elas vão adorar. — Ela ouviu a outra dizer e pelo seu tom de voz sabia que ela estava com aquela expressão adorável que fazia sempre que comia, mas manteve-se emudecida e estática. — Você está esquisita, aconteceu algo?

— Chae. — Ela começou finalmente olhando-a e a viu franzir a testa como quem a pede para prosseguir. — Não vamos mais nos encontrar intimamente. 

— Como?

— Não vamos mais nos encontrar intimamente. — Ela repetiu.

— O que é íntimo para você? Para mim íntimo é estar aqui com você conversando a sós.

Jisoo revirou os olhos perdendo parte da sua polidez.

— Por que você é tão difícil?

— Por que você não diz que não vamos mais transar e nos beijar? Soa vulgar demais para você? Ou você só quer largar isso para cima de mim como se eu fosse uma malvada que tirou sua virgindade por curtição?

Ela a olhou surpresa e boquiaberta.

— Que porra você está falando Chaeyoung?

— Eu não sei!

— Eu percebi!

— O Haein...

— Não. Ele não me exigiu nada, mas eu sei quando decepciono alguém e o que fiz com ele da última vez me machucou bastante, ainda me ressinto, então acho que é a melhor decisão a se tomar, acho que nos divertimos enquanto pudemos, mas agora devemos voltar a sermos apenas amigas.

[...]

— Quer dizer, o que eu estava pensando? Que ela deixaria o marido para ficar comigo se continuássemos? — Ela perguntou sorrindo sem humor e dera outro soco no saco o qual Lisa segurava com empenho. — E que tipo de monstro eu sou? Certo que Haein também transa por aí com outras pessoas tendo aquela mulher maravilhosa em casa, mas ele é bacana para um caralho e eu estava simplesmente querendo a mulher dele? — Ela dera outro soco.

— Você é tão dramática. — Bambam disse sentado desajeitadamente na cadeira ao lado, estava recebendo as amigas na academia da própria casa, Chaeyoung tinha fortes necessidades de "extravasar". — As pessoas são adultas, sabem o que fazem da vida. — Completou em um tom tedioso.

— Você é um indelicado. — Lisa o acusou. — Tudo bem esquilo, você tentou e eu tenho orgulho de você por isso, você sabe que se não tivesse tentado morreria com a incerteza a perturbando.

Ofegante, Chaeyoung a olhou.

— É. Eu sei que você está certa, mas é tão frustrante.

— É, é, mas agora você tem que virar a página. — Bambam refutou-a.

— Dessa vez eu concordo com o cabeça de vento.

— Liz você não cansa de me ofender na minha própria casa? — Ele indagou fazendo-se de ofendido.

— Não. Foi você quem fez questão de fazer amizade comigo na infância e agora vai me suportar pelo resto da sua vida, como chefe e amiga. 

Chaeyoung riu da implicância típica dos tailandeses.

— Você fala e fala, mas não diz como estão as coisas para você.

Ela suspirou pesadamente, Chaeyoung e Bambam trocaram um breve olhar e Chaeyoung a empurrou detrás do saco e passou a segurá-lo para ela.

Mães por acaso • JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora