Ela vai ficar para sempre

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Notei uma timidez em vocês ultimamente, não se acanhem, podem me xingar se quiserem kkk boa leitura ;)

— Desculpe a demora. — Ela pediu e suspirou ao se lembrar do motivo pelo qual se atrasou. "Eu amo a Lisa, mas já faz sete meses desde que ela está em coma, eu tenho medo de você ter a certeza de que ela vai voltar e se iludir", Jisoo a disse com hesitação em sua postura, Jennie não a respondeu, empertigou-se imediatamente e levantou dizendo estar atrasada para visitar Lisa. — Vou pentear sua franja, certo? — Ela a perguntou muito embora soubesse que ela não a responderia ou se quer ouvi-la e retirou a escova da sua bolsa. — Todos dizem que sua volta está mais difícil, que as esperanças agora devem ser diminuídas e... eu não quero admitir que há uma razão no que diz, mas... — Ela parou de pentear seu cabelo. — Eu não quero existir em um mundo sem você, eu não quero simplesmente deixá-la ir e nossa filha? Ela sente tanto a sua falta, ela rever seus vídeos e as fotos... é cruel demais para nós. — Jennie pegou a mão dela e baixou seu olhar, enxergar seus olhos abertos e perdidos era pior do que tê-los fechados. — E é tudo culpa minha.

Durante todos aqueles meses nos quais esperava ansiosamente pelo retorno de Lisa, momento com o qual sonhava acordada ou dormindo, embora agora tivesse problemas para dormir, ela não conseguira deixar de tirar a culpa dos seus ombros, seus amigos tentavam confortá-la, dizê-la que a ideia de perder Misuk não a fez pensar com clareza e que a própria Lisa sabia disso.

Todavia, nada funcionava, nenhuma palavra era capaz de fazê-la se sentir menos culpada, pesadelos também se tornaram recorrentes, os belos olhos grandes de Lisa vinham em seu sonhar, melancólicos, decepcionados antes de desaparecer numa escuridão que a inundava até os pulmões fazendo-a acordar ofegante e assustada com seu coração em pedaços aos seus pés.

Para Misuk buscava ser sempre forte, o que era desgastante, dividir-se em dois humores diferentes, ela chorava praticamente todas as noites, havia se tornado alguém mais ansiosa, porém, negava-se a fazer terapia.

[...]

— Você disse para a mamãe que eu estou indo bem na escola? — Misuk perguntou ao sentar-se à mesa para o jantar, Jennie levantou o olhar.

— Claro meu bem.

— Obrigada. — Ela comentou com um pequeno sorriso e o silêncio estendeu-se entre ambas até que Jennie levantasse novamente a cabeça para observá-la.

A mãe não se agradou da expressão que encontrou no rosto da menina e suspirou discretamente antes de questioná-la.

— Aconteceu alguma coisa?

Misuk brincou com a comida em seu prato espalhando-a mais um pouco antes de responder.

— Bem... é que todos que sabem da mamãe na escola dizem que... que ela não vai mais voltar, é verdade mamãe? — Misuk a perguntou com desespero palpável e lágrimas que transpareciam em seu olhar ao levantar a cabeça.

A imagem rompeu com algo dentro de Jennie, naquele mesmo instante ela desejou que pudesse arrancar qualquer dor da filha nem que para isso a sua tivesse de aumentar, ela abriu a boca, palavras não saíram por entre os seus lábios e antes que ela os fechasse novamente admitindo para si mesma e para a menina que não sabia como lidar com aquela questão e desabar diante dos seus olhos, a campainha soou como um gongo que salva o lutador.

Entretanto, quando Jennie atendeu a porta e encontrou um rosto que jamais viu na vida com um urso de pelúcia nos braços, se questionou se realmente poderia chamar aquilo de salvação. A mulher tinha dentes expostos num sorriso largo, seus olhos brilhavam como se ela estivesse imensamente feliz de estar ali, ou simplesmente feliz em demasia.

Mães por acaso • JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora