Dobradinha? Dobradinha! Quem quiser seguir esse reles ser humano que vos escreve no Twitter e talvez bater uns papos eis aqui meu user:
Prometo que sou legal hehe boa leitura ;)
Abobada Misuk apontava o celular da mãe para o céu tirando foto de todas aquelas lindas pipas dos mais variados formatos colorindo o céu ao surfarem no vento com leveza, um pouco ao longe as mães a observavam com expressões tão leves quanto as pipas que a pequena observava.
— Me parece um sonho estar aqui com ela, finalmente, depois de tanto, depois de tudo. — Lisa disse com alívio e emoção de marejar os olhos.
— É. Depois de tanto tempo não parece mesmo realidade. — A outra concordou atraindo seu olhar, as duas estavam sentadas debaixo de uma árvore do parque.
— Eu entendo. — Lisa disse. — Mas agora eu sou real e estou aqui, e sabe, muita coisa pode ter mudado, mas algumas ainda permanecem no mesmo lugar. — Ela completou espalmando sua mão sutilmente contra o lado esquerdo do peito de Jennie que sentiu o coração tropeçar deploravelmente.
— O que você quer de mim? — Ela perguntou realmente buscando compreender, com mansidão na voz e a guarda aos pés enquanto fincava sua atenção no olhar âmbar dela como quem entra lentamente em águas conhecidas.
— Eu quero você. — Ela respondeu sincera e tirou a mão do seu peito para levá-la até seu cabelo e pôs uma mecha de cabelo detrás da sua orelha acariciando seu rosto em seguida. — Eu só quero você, como nunca realmente pude ter, eu quero o seu coração inteiro só para mim, eu quero a sua alma, eu quero tudo que você puder me oferecer, mas eu quero só para mim.
Jennie fechou os olhos num suspiro profundo e Lisa escaneou seu rosto com o olhar, Misuk estava prestes a mostrar as fotos que tirou para mãe quando ao se virar se deparou com o intimismo da cena, ela arregalou os olhos e virou-se rapidamente de volta com um sorriso largo e decidiu que agora gravaria as pipas como se não houvesse visto nada.
— Por que você está fazendo isso comigo? — A coreana sussurrou reabrindo os olhos.
— Você sabe o porquê, e eu vou deixá-la pensar.
— Eu não...
— Não diga nada, apenas pense, seja honesta consigo mesma, converse consigo mesma e decida. Eu não acredito que estou me colocando ao seu dispor outra vez depois de você quebrar o meu coração por não me escolher. — Ela disse sorrindo. — Mas eu sou uma idiota pela possibilidade de que você me quer.
— Eu quero. — Jennie respondeu-a sem pensar, as palavras simplesmente espremeram-se em sua garganta e saltaram da sua boca como se estivessem apressadas para se livrar daquele aperto.
Lisa sorriu bobamente, não cabendo em si mesma, transbordou.
— Então fique comigo. — Ela pediu.
Jennie comprimiu os lábios umedecendo-os com a ponta da língua como se estivesse ponderando algo, desviou seu olhar, mas no segundo seguinte a encarou novamente.
— Eu preciso confessá-la uma coisa. — Disse rapidamente. — Não me interrompa para que eu não me arrependa. — Lisa apenas assentiu. — Sabe anos atrás? Quando eu tomei a minha decisão? Eu sei que você acha que a tentativa de suicídio dele deve ter influenciado na minha decisão, mas não foi só isso, a verdade é que eu o escolhi apenas por isso, não foi uma influência, foi o motivo. Você disse que quando transamos sentiu que eu a havia escolhido, eu soube ali, naquele exato momento, eu tive a certeza que eu a queria. Sempre foi você Lisa e eu não a confessei isso antes de você ir embora por achar que seria humilhante demais para ele, você sabe o que é ter o conhecimento de que a vida de alguém pode estar nas suas mãos? Eu sei, não é justo, foi uma carga pesada demais para mim, mas o que eu poderia fazer? Deixá-lo morrer sabendo que eu poderia salvá-lo? Que eu poderia dá-lo a vontade de se reerguer, de frequentar a terapia, de se dar uma chance para viver? Eu sei que eu sacrifiquei o meu coração, o meu amor por você, eu me arrependi no momento em que o escolhi, mas eu me sentia entre a cruz e a espada, o meu amor iria para longe, mas ele iria para o caixão. Eu sinto muito por toda a situação que causei.
Lisa a encarou como se estivesse esperando-a desmentir alguma parte de tudo que havia confessado, mas ela não o fizera, invés disso havia tanta sinceridade em seu olhar quanto em suas palavras.
— Por que você continuou com ele depois de todo esse tempo? Por que está noiva dele? — Para a tailandesa eram perguntas urgentes que exigiam respostas imediatas.
— Eu fiquei cuidando dele, sabe? Fazendo-o feliz, redescobrir que a vida pode ser boa, eu me acostumei, eu gosto dele, ele é uma pessoa legal e eu consegui me acomodar com essa rotina.
Lisa puxou sua mão acariciando-a, as duas observaram o ato.
— Você o fez feliz, e você? E a sua vida? Eu estou aqui agora, você pode retratar isso.
Hesitante, a coreana mordeu o lábio inferior.
— E se uma perda enorme puder desencadear nele pensamentos suicidas?
— Jennie você não pode salvar o mundo, algumas coisas estão além de você e honestamente já faz muito tempo desde que isso tudo aconteceu com ele, eu o acho alguém mais do que recuperado para lidar com uma mulher querendo viver uma parcela da própria vida de verdade. — Ela suspirou profundamente. — Jennie se você me disser "não" outra vez sendo eu a sua real escolha outra vez, eu juro que vou tentar esquecê-la e não haverá mais chance alguma de sermos completamente uma da outra.
Ela ergueu a cabeça ligeiramente.
— Não, por favor. — Pediu-a cobrindo as mãos dela com as suas. — Não me esqueça. — Complementou num fio de voz. — Foi absurdamente doloroso tê-la de volta achando que não sentia mais nada por mim, apesar de que se você não sentisse eu teria merecido pelo que a fiz passar. — Ela passou a mão pelo cabelo endireitando sua postura e a olhou com seriedade. — Me dê um tempo e eu falarei com ele.
O que ela estava fazendo? Ela se perguntou, uma das maiores loucuras da sua vida, respondeu seu subconsciente e pela primeira vez uma loucura parecia lúcida, ela não acreditava que sem planejar a havia confessado tudo, não podia crer que havia o feito repentinamente.
"Não foi de repente", corrigiu-a seu subconsciente lembrando-a dos anos que passou afastada de Lisa, que ainda estava exatamente no mesmo lugar que ela a havia deixado em relação a escolha que fizera.
— Tudo bem. — A tailandesa a respondeu e levou sua mão até os lábios beijando-a com um meio sorriso.
Jennie não podia acreditar quão viva se sentia naquele exato momento, como sentia o transbordar descontrolado em seu peito, os pulos enormes do seu coração com batidas frenéticas num batucar incessante, em como estava feliz.
[...]
— Senhora? Com licença, mas você não pode entrar, precisa ser agendada. — A secretária disse rapidamente tentando intervir, mas Lisa virou-se para encará-la.
— Eu não preciso ser agendada, eu sou Lalisa Manoban. — Disse-a e simplesmente adentrou a sala deixando a mulher temerosa para trás.
— Mas que invasão é essa? — Jackson disse se levantando rapidamente.
— Quer falar de invasão seu puto? Vamos falar de invasão. — Ela disse de pé diante dele, do outro lado da mesa. — Que porra você tem na sua cabeça? Uma câmera escondida? Você é um doente, isso é muito além de insegurança, você pôs uma câmera escondida na casa da minha filha.
— A casa é minha. — Ele tentou refutá-la.
— Engula a porra da sua casa, mas eu não vou admitir que você espione a minha filha e a mãe da minha filha.
— Minha noiva! Vá em frente, conte-a sem provas alguma e veja em quem ela acredita.
Lisa sorriu.
— Você acha mesmo que tem muito crédito, não acha? Às vezes no fundo eu acho que você sabe que ela ficou com você por pena.
— Incialmente pode ter sido. — Ele a rebateu. — Mas estamos juntos há anos.
— Coloque câmera escondida naquela casa outra vez e eu não deixo mais minha filha dividir o mesmo teto que você. — Ela o alertou e virou-se para ir embora. Ao sair da sala encontrou a secretária com uma expressão medrosa e deslizou um cartão na mesa dela. — Meu número, se ele a demitir, me contate e eu a empregarei.
A mulher pegou o cartão e a olhou com admiração antes de assisti-la seguir caminho.
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Mães por acaso • Jenlisa
RomansaBuscando fugir do vazio constante que sente, Lisa muda-se para Nova York com forte apoio de suas amigas, com as boas vibrações de uma quase nova vida ao lado delas, ela não pôde prever uma tragédia que acabara culminando nela se tornando mãe com Jen...