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Boa leitura ;)

— Perdão pela demora, do que se trata? — Jennie indagou após sentar-se, ao seu lado, uma Misuk cabisbaixa, o que não era indício de algo muito agradável.

— Serei direta com a senhorita como fui com a mãe do outro aluno, houve um desentendimento entre Paul e Misuk, ele a disse algo desgostoso e ela respondeu a isso agredindo-o fisicamente, o garoto ficou com arranhões pelo rosto, ela simplesmente o deixou incapacitado de defesa como se já soubesse o que fazer em uma questão de ódio agindo incorretamente, você entende o que eu quero dizer?

Jennie estreitou os olhos ao encarar a diretora.

— Eu entendo a sua posição senhora Dansen, mas eu entendi também o que quis insinuar aqui e honestamente eu prefiro que você seja direta nas suas acusações invés de tentar mascarar o que quer dizer com todas estas voltas. — A coreana quase não tomou fôlego para respondê-la de maneira que uma veia saliente se mostrou em seu pescoço, ela não estava gritando, mantinha o tom das palavras, contudo, falou apressadamente. — Eu e minha mulher nunca agredimos uma à outra, o que aquele garoto disse para minha filha?

A mulher demonstrou desconforto e passou as mãos espalmadas brevemente pela própria blusa.

— Senhorita Kim, isso não justifi...

— Eu não estou a dizendo que minha filha não errou, eu estou fazendo-a uma pergunta, o que ele disse?

Ela insistiu com exigência em seu falar, mas antes que a outra a respondesse, fora Misuk quem o fez.

— Filha de defunta, foi do que ele me chamou. — Ela sussurrou alto ainda cabisbaixa. — Ele disse que preferia sentar no lugar que eu estava, no refeitório, eu disse que tinha chegado primeiro e aí ele me chamou de filha de defunta, ele disse que a mamãe morreu.

Jennie fechou os olhos imediatamente tentando resgatar qualquer resquício de paciência que pudesse encontrar em si mesma, suspirou profundamente e sorriu sem qualquer humor reabrindo os olhos.

— Eu tenho ideia do que as duas estão passando, as professoras mostram-se solidárias no tratamento com Misuk devido a turbulência que ela tem passado com o coma da mãe, mas...

— Não. — Jennie a interrompeu com marejar em seu olhar. — Você não tem a menor ideia do que nós estamos passando. — Ela enxugou uma lágrima antes que ela pudesse rolar por seu rosto. — Você não tem a mínima ideia do que é ouvir isso de uma filha sabendo que isso a machucou mais do que as marcas que ela fez, sim incorretamente, naquele garoto, você não tem ideia como é saber que ele estava se referindo a sua noiva em coma e como tudo tem estado tão tenso para nós duas desde a internação dela. Minha filha agiu assim porque me viu agredindo a mulher que sorriu na minha cara e disse que estava armando o tempo todo para tirar o negócio da minha mulher, para invalidá-la, e você acha que tem alguma ideia do que nós estamos passando? Sim, ela errou, mas o que você falou para o Paul? "Não faça mais isso"? Ora, por favor, eu não ensinei minha filha a agredir ninguém, mas cometi o deslize de fazer isso diante dela, agora eu espero que os pais deles e vocês, senhora Dansen, o ensinem a ter uma coisa importante chamada empatia, porque ninguém além de nós mesmas sabe o quão está sendo difícil para nós ficar sem a Lisa.

[...]

— Mamãe... — Misuk chamou temerosa depois de vinte minutos que sua mãe começou a chorar após entrarem no carro. — Você está brava comigo? Me desculpa...

Jennie arrastou as mãos pelo rosto com brutalidade tentando limpar a umidade causada pelo próprio pranto.

— Eu sei que ele foi idiota Mimi, poxa, eu fiquei tão furiosa quando você disse o que ele falou e eu sei que dói como o inferno, mas você não pode agredir as pessoas assim.

Mães por acaso • JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora