Capítulo XXVIII

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Carlos

Fazer amor com Elaine e acordar sentindo o corpo dela entre os braços era tudo o que eu precisava e tivemos uma noite incrível, mesmo que isso me desse forças para ceder ainda mais chantagens de Fabiana e Felipe para continuar ao lado de dela e da minha filha.

Carlos – Bom dia! – A despertei com beijos.

Elaine – Bom dia.

Carlos – Já vai sair assim, com tanta pressa?

Elaine – Tenho que preparar seu café da manhã.

Carlos – Antes tem que me dar outra coisa!

Fizemos amor, depois fomos tomar um banho juntos e ela foi preparar o café da manhã. Preciso dar um jeito e conseguir uma vaga de trabalho para Felipe e bem rápido.

André

Mais um dia difícil, ainda mais depois daquela foto e de saber que Felipe está com ela. Talvez estivessem o tempo todo juntos e ela me fazendo de estúpido. Voltei para casa, já era noite cuidei do bebê e o coloquei para dormir.

Senti uma mão me acariciar o peito e descer lentamente para dentro da minha calça, eu sabia que era Fabiana e dessa vez eu não pedi para que parasse. O ódio e o ciúme se uniram a minha abstinência e acabamos tendo uma noite de sexo, muitas vezes fechei os meus olhos e me culpava por imaginar Consuelo.

E no dia seguinte, arrependimento por ter feito o que fiz dando ainda mais esperanças a ela de retomar o casamento.

Dias depois...

Consuelo

Meu pai conseguiu uma vaga de trabalho para Felipe, ele ainda insiste para retomarmos a relação, mas eu não quero. Estou dedicada aos estudos e sei que vou ser uma grande profissional um dia, minha mãe e meu pai seguem em sua relação, não relação! Na verdade ela denominou assim, meu pai tem se comportado bem e sempre que precisa chegar tarde, nos avisa para não dar motivos para desconfianças. Acho que logo os dois vão poder avançar para um relacionamento convencional, a uns dias atrás percebi que André havia me bloqueado no Whatsapp, acredito que seja melhor assim apesar de ainda sofrer por ele.

Felipe

Consuelo está ficando mais difícil do que antes, penso se vale a pena estará aqui. Se eu não ficar com ela, pelo menos posso poupar o dinheiro que venho ganhando para abrir um negócio quando voltarmos. Eu estava dirigindo o carro da empresa para levar dois funcionários a uma convenção a sessenta quilômetros de Londres, a estrada estava escura e com muita névoa.

Elaine

Terminei de arrumar a casa e Consuelo estava pela milésima vez olhando as roupinhas da filha no quarto, quando o telefone tocou. Precisei manter a calma para não deixá-la desesperada, mas naquela situação era difícil.

Elaine – Consuelo, preciso que você mantenha a calma.

Consuelo – O que foi mamãe? A senhora parece nervosa.

Elaine – Felipe acabou de sofrer um acidente com o carro da empresa!

Consuelo – Ele está morto?

Elaine – Pelo que disseram, ele está muito mal.

Telefonei para Carlos e ele nos levou até o hospital.

Médico – Ele sofreu uma lesão craniana, estamos lutando para estabilizá-lo.

Carlos – Que tragédia meu Deus!

Elaine – E os outros ocupantes do veículo?

Carlos – Ouvi falarem que um infelizmente não sobreviveu e a outra está aqui também no hospital lutando pela vida.

Consuelo

Nós três nos abraçamos forte, me sinto tão culpada pelo que aconteceu com ele. Felipe estava aqui por minha causa e agora podia perder a vida, meus pais queriam que eu fosse para casa, mas eu não conseguiria. Passei a noite com minha mãe e meu pai na recepção do hospital, quando Felipe e eu ainda namorávamos ele me falava que tinha apenas a mãe e que ela morava no interior. Como iríamos avisar a ela? Meu pai ficou de falar com o consulado para conseguir localizar os parentes no Brasil, já que André mesmo sendo primo não estava possível de contatar.

No dia seguinte, o médico disse que o inchaço regrediu e que nas semanas seguintes poderiam lentamente ir retirando a sedação para que o corpo dele fosse reagindo de maneira natural. Os custos daquele hospital eram muito altos e graças a Deus, como Felipe tinha sido contratado ficaria sob a responsabilidade da empresa.

André

Pelo meu filho acabei dando mais uma chance ao nosso casamento, vou suportar estar ao lado de Fabiana pelo menos até que ele fique um pouco maior. Sei que iremos travar uma batalha judicial pela guarda dele e quero adiar isso, por enquanto. Tenho desenvolvido um bom trabalho e já falam em uma promoção, se nada estava bem no amor, que pelo menos financeiramente as coisas melhorassem.

Eu ainda caio na minha própria armadilha de olhar diariamente as redes sociais de Consuelo, usando um perfil fake. Mas ela nunca mais postou absolutamente nada desde que se mudou para lá, se não fosse pela foto que Felipe postou a dias atrás, eu sequer saberia como estava indo a sua gravidez.

Carlos

Semanas se passaram e nada de Felipe acordar do coma, as autoridades locais nos informaram que o acidente foi causado por um animal que cruzou a estrada de repente. Toda a semana eu ligo para o consulado tentando saber se avisaram a família dele, estou tentando evitar ter que entrar em contato com Fabiana e nem sei se ela contaria a André sobre o estado de saúde do rapaz. Esperei mais dois dias, felizmente me disseram que encontraram a mãe dele no Brasil. É uma senhora já idosa e devem dar uma ajuda de custo para que ela possa vir ficar com ele.

Consuelo

Mais meses e minha barriga já está bem grande, conto os dias para a chegada da minha menina. O médico já pode ver melhor e é mesmo uma menina. Decidi colocar o nome de Elisa, era um dos nomes da minha avó materna e foi uma pessoa muito importante na minha infância.

Sem que posso, vou até o hospital para ver Felipe e falar com ele. Nenhuma reação e a cada dia que passa vai ficando mais difícil que ele acorde, entrei em seu quarto e vi uma senhora ao seu lado.

Regina – Você é a tal Consuelo?

Consuelo – Sim senhora, sinto muito pelo aconteceu com Felipe.

Regina – Ele sequer me avisou que viria para cá, estávamos brigados por causa das más companhias com quem ele andava.

Consuelo – A senhora veio para o país sozinha?

Fiquei com esperança de André ter vindo trazê-la.

Regina – Sim, felizmente conseguiram o dinheiro para que eu pudesse vir.

Consuelo – E o primo dele? André...

Regina – Fala de André Ferraz? Felipe e ele são primos em segundo grau e o parentesco vem da parte de pai. Eu avisei a ele e para alguns amigos do meu filho também.

Dei um abraço nela e não quis dizer o quanto eu me sinto culpada e nem sobre o nosso triângulo amoroso no passado. Fiquei um bom tempo daquele dia fazendo companhia a ele no hospital e falando sobre ele, fui para casa bem tarde. Ela estava dormindo lá bem pertinho do hospital em um albergue.

Cheguei em casa, meus pais já estavam me esperando para o jantar.

Elaine – Você já conversou com o obstetra para marcar a data da cesariana?

Consuelo – Eu quero ter um parto normal!

Elaine – Diz isso por que é seu primeiro filho.

Carlos – Deixa que ela tenha a própria experiência, temos que ir também nos programando para voltar depois que Elisa nascer. Tentei prolongar meu contrato por aqui, mas eu sempre soube que seria por temporada.

Elaine – Eu quero muito voltar, principalmente para o meu trabalho.

Consuelo – Tenho pena de voltar para o país deixando Felipe aqui e assim.

Carlos – Ele está tendo o melhor tratamento que poderia e a mãe está ao lado dele agora.

Te quero, te devoro...Tekila!Onde histórias criam vida. Descubra agora