(O começo) Capitulo 3

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As respirações de ambas pararam e elas ficaram se encarando percebendo o que tinha acontecido.

— Quero elas vivas. — Izana ordenou e vários dos subordinados que estavam apenas vendo a diversão começaram a correr em direção as janelas maiores que possibilitavam a passarem.

— CORRE! — gritou Emiko para Lin puxando ela para cima do prédio vendo que pelo caminho que vieram não seria mais uma opção, já que tinham muitos delinquentes subindo e gritando coisas depravadas.

Subiram até o terraço olhando para todos os lados sem sinal de outra escada que pudessem usar. Já ficando desesperada a loira pega o celular e liga para alguém.

— Atende! Atende! ATENDE DROGA! — ela gritou para o próprio celular com os olhos marejados quando uma voz suave masculina atendeu. Não deu para ouvir o que a pessoa no outro lado da linha falou, pois logo ela gritou — LIGA AGORA PARA OS AZUIS! ESTOU NO LUGAR QUE TE FALEI!!! — desligou não esperando a resposta e olhou fixamente para a outra — Me desculpa, mas você vai ter que correr e confiar em mim.

Lin apenas concordou com a cabeça, e antes que pudesse falar qualquer coisa um dos meninos chegou no terraço.

— São duas meninas? Hahahahah hahaha MELHOR AINDA! — disse lambendo os lábios com malícia fazendo o corpo das duas arrepiarem pensando no que iria acontecer.

— VEM! — Emiko puxou Lin pela mão correndo o mais rápido para a borda do prédio. — Vamos pular.

— Tá louca? A gente vai morrer!

— Você prefere morrer por eles ou se suicidando?

Mas ela só não queria morrer.
Era pedir muito outra opção?

Lutar seria difícil com mais de 50 meninos com tacos, facas, tijolos e sabe o que mais eles tinham em mãos.
Sem ver outra opção apenas aceitou quieta e começou a correr o mais rápido que podia de mãos dadas com a garota.

O medo a invadiu, não conseguiria pular, iria cair. Ela sabia que seria morte na certa. Foi quando sentiu um aperto nas mão, e quando ela olho para Emiko ela apenas disse "confia em mim" com os olhos.
E Lin pensou que não tinha outra escolha.

Com a velocidade que estavam chegaram na borda e deram o maior impluso que puderam juntas.

O medo invadiu não só uma, mas sim as duas. Os corpos delas não aguentaram a pressão e gritaram com todo o ar que tinha nos pulmões e seus olhos, assim como seus músculos, se tensionaram ao sentir a pressão do ar no corpo inteiro e a falta de um apoio firme sobre os pés.
Aquilo estava a cima de tudo que as duas já tinham sentido, aquele medo, aquela adrenalina, o sangue que ainda quente no rosto fazia um contraste perfeito com a brisa fria do pós chuva.

Por um segundo o mundo parou e Lin conseguiu ouvir seu coração palpitar, ouvir o pulmão inflar e o sangue circular pelas veias.
Conseguiu lembrar de Lala falando a dois dias atrás "Não quero que corra perigo por causa do merda do seu namorado Lin!"
E se ela soubesse o que Lin estava fazendo? E da morte que a esperava?

Quando menos esperavam, tiveram os corpos puxados pela gravidade e o frio na barriga alimentou ainda mais o desespero (como se isso fosse possível).
Mas, rapidamente, sentiram algo sólido sob os pés, fazendo seu joelhos fraquejarem e seus corpos se inclinarem para frente perdendo o equilíbrio.

O instinto de Lin foi de soltar a mão e colocar na frente para amenizar o impacto.
Sentiu os joelhos e as mãos encostarem em uma poça de água com algumas pedras e sujeira, que ela preferiu não saber o que era.
As pernas fraquejaram um pouco, mas ela manteve a pose respirando firme e tentando processar a informação do que tinha acabado de acontecer.

Yane no Neko KaiOnde histórias criam vida. Descubra agora