(O começo): Capítulo 1

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[Essas são as aparências das personagens Lala e Lin]

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Japão- distrito Setagawa; 2005

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Japão- distrito Setagawa; 2005

— Vamos Lala, vai ser legal! — disse Lin, correndo atrás da amiga.

— Amiga eu não tenho tempo nem para mim, imagina entrar numa gangue! — Bradou — Desde que comecei a dar aula, a minha vida ficou corrida. E outra, essa gangue seria apenas eu e você?

— Por enquanto sim... — meio envergonhada por assumir.

— Aí aí Lin!

Lala e Lin eram melhores amigas de infância, e sempre saíam para comer e conversar. Aquele dia não foi diferente. Aproveitaram as poucas horas em que Lala não estava trabalhando na academia de dança e agora estavam andando para lá.
Por mais que ela estivesse de folga, uma das professoras tinha faltado sem avisar com antecedência e, infelizmente, foi necessária uma substituta.

— Mas mudando de assunto, como está o namoro com o Haitani? — Lin suspirou ao ouvir sobre o namorado.
— Não muito bem... — assumiu, tentando não olhar para a amiga que saberia como arrancar toda a verdade de si apenas com o olhar. Não conseguia esconder nada dela.
Lala, por sua vez, achou suspeito e quis sim perguntar para saber mais, porém, infelizmente, já estavam em frente ao seu trabalho.
— Depois eu quero mais informações sobre isso, ouviu Lin?! — mandando o olhar mais sério que a amiga já sabia muito bem como era.
— Não se preocupe, eu conto tudo. — se abraçaram forte e de forma recíproca, ficando assim por alguns segundos até se despedirem.

Lin começou a seguir seu caminho de volta até a estação pensando mais sobre o relacionamento que não estava dos melhores. Ela queria conversar com ele logo e resolver de uma vez, mas ele nunca estava disponível esses dias. Ela sabia que ele não era flor que se cheirasse, mas sempre gostou de correr perigo. Tinha alguma coisa que chamava a sua atenção sobre o perigo, que a fascinava. A forma como o coração acelerava, sentir o sangue pulsar em cada parte do corpo, o frio na barriga, suar frio ou simples o fato de poder ter memórias que as outras pessoas não tinham. Bem, ela não saberia falar qual era a melhor sensação e do porquê o perigo a atraía, mas era algo bom. E o fato de o namorado ser de uma gangue só era um extra na tabela de perigo.

Andando sobre as ruas bem movimentadas e claras pela luz forte do sol que dava uma tonalidade de azul anil para o céu sem nuvem, ela se perde nos seus devaneios até esbarrar em uma pessoa mais alta pedindo desculpa logo em seguida. Aquilo chamou a sua atenção para uma pessoa do outro lado da rua. Seu namorado, para ser mais exato, andando com as roupas largas e o cabelo bem trançado, seguido de seu irmão mais novo. Ela tentou chamar sua atenção, mas sem sucesso. Em uma decisão rápida, ela atravessa a rua seguindo o caminho para onde ele estava, mas com aquela multidão e eles sendo mais rápidos que ela não facilitava, a sua sorte era o fator altura do namorado que assim não a permitia perdê-lo de vista. Vendo eles entrarem em um beco que o sol não chegava, dificultando ainda mais a perseguição já que seus olhos não estavam se acostumando tão rápido quanto os passos dos Haitanis, fazendo com que ela os perdesse. Sendo guiada pelo sons de passos e achismos uma vez que os becos da cidade eram um labirinto, cheio de bifurcações irregulares com desnivelamentos da rua, o mau odor e umidade, pelo sol que não chegava ali, era perfeito para insetos, fungos e bêbados de noite que só para piorar faziam suas necessidades ali, fisiológicas ou carnais com camisinhas usadas que ficaram espalhadas pelo local.

Entrando em uma das direções, já sem saber por onde iria, ela se vê parada no meio de uma encruzilhada olhando as novas opções, sem ouvir nenhum passo para orientá-la. Detestava assumir, mas já estava perdida.

— Se quiser saber...— uma voz delicada, vinda de cima, chamou atenção dela, onde sua visão já acostumada se fixou. Em uma pequena escada de incêndio uma menina de longos cabelos loiros a olhou com frieza. A menina era mais nova que ela, uns três, quatro anos talvez
—  Ele foi... por ali. — apontou com o indicador para uma das opções anteriores.
— Quem foi? — perguntou meio desentendida.
— O garoto de tranças. — disse seca.
— Obrigada!
Por mais estranho que seja uma criança estar naquele local, não iria questionar a veracidade, afinal foram só ela e eles que haviam passado por ali.

Ela seguiu pelo caminho o mais rápido possível para conseguir alcançar os dois. Aquela deveria ser uma das alternativas mais fáceis, pois era um caminho só, sem bifurcações, apenas algumas curvas. Foi quando finalmente conseguiu ver mais claridade e ... voltou para o centro da cidade.
Aquela criança a tinha enganado? E o pior, ela acreditou em uma menina do beco. Se a Lala visse isso a teria matado, mas ela estava perdida, então...

Cansada de correr atrás do namorado e com a luz forte e os barulhos altos, que faziam parecer até outro mundo comparado aqueles becos imundos, ela decide voltar para a casa, iria se resolver com ele mais tarde, ou tentaria.

Quando estava já perto da estação, viu a mesma garota loira do beco com uma de cabelos escuros que parecia ter a mesma idade dela. Estaria o destino à presenteando?
Já estava com raiva e, por ter sido enganada, ela só piorou. Iria ensinar a nunca mais fazer ela de idiota.
— Ei!— chamou a atenção segurando no braço da menina, que se assustou — Quem você acha que eu sou para me enganar? — em resposta ela só a encarou com aquele mesmo olhar frio de antes.
— Moça calma — disse a de cabelo preto.
No mesmo instante a loira puxou o braço novamente, e a encarou de cima para baixo com uma cara de deboche, o que fez o sangue de Lin ferver.
— O que está acontecendo aqui? — uma voz de homem chamou sua atenção.
Era um policial, alto e parecia bem forte, mas aquele olhar era tão frio quanto o da loira quando a encarou, a fazendo ter um leve arrepio na espinha.
— Nada não senhor Sakurai! — disse novamente a morena meio apreensiva, mas a outra não tirou os olhos de Lin.
— Então vamos logo. Ela deve estar nos esperando! — disse com uma autoridade que fez Lin consertar a postura.

A morena seguiu o homem sem objeção, mas a loira...  Ela a olhou dos pés a cabeça com aquele olhar e seguiu em frente sem falar nenhuma palavra, deixando Lin com mais raiva. Não poderia fazer nada com um policial a protegendo, mas Lin não iria se esquecer daquele rosto.

Yane no Neko KaiOnde histórias criam vida. Descubra agora