(O começo) Capitulo 5

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A noite já tinha chegado e a lua cheia no céu estava rodeada de prédios muito bem iluminados que ofuscavam sua luz. O barulho de automóveis e pessoas vivendo suas vidas noturnas enchia os ouvidos de Lin e Emiko que estavam, a este ponto, escondidas atrás de algumas árvores perto da delegacia esperando o sinal da sirene para finalmente começarem o plano. Elas tentavam ao máximo parecer que estavam apenas conversando e passando o tempo. Tudo em busca de não chamar atenção. Falaram sobre coisas banais como cor favorita, comida, série de TV, estilo de música e acabaram descobrindo algumas coisas em comum.

De vez em quando olhavam para a delegacia vendo uma ou outra pessoa entrar ou sair pelas portas enquanto as viaturas seguiam paradas. Um clima gostoso de pós chuva de verão com uma brisa fresca pairava no ar. Agora com as roupas já secas, assim como o sangue e a sujeira de seus corpos, aquela brisa não as incomodava mais.

Tinham corrido muito, o que fez os corpos esquentarem. As energias delas estavam se esgotando, afinal estavam desde as 15:00 nessa.
Com os estômagos corroendo a si próprios, era possível ouvir vez ou outra eles pedindo por alguma comida. A sede também estava forte. Provavelmente elas só não repararam antes por conta da adrenalina que as entorpeceu por completo.

Lin tentava tirar a fome e sede dos pensamentos olhando a delegacia.
Ela era grande, uma das maiores da cidade de Tokyo.
Um prédio de três andares, cheio de salas, com seus departamentos divididos entre elas. Investigação de crimes, caso de agressão, assassinatos, tráfico, crimes contra o governo e a sociedade eram algumas das coisas que eles tratavam ali.
Ficava se perguntando se aquele homem ainda estava lá...

— Lin — chamou Emiko apontando com a cabeça para a entrada da delegacia.

Os policiais estavam saindo um por um para entrar nas viaturas. Seis viaturas foram em direção ao lixão.

Emi pegou o celular que começou a tocar. As irmãs tinham combinado que iriam ligar uma para outra confirmando se eram elas as responsáveis. Lin conseguiu apenas ouvir murmuros da menina que logo desligou a chamada e começou a mexer no celular para ligar para mais alguém.
Esperou alguns segundos até falar.

— Pode começar, eles acabaram de sair agora... — Emi comunicava Lala que já tinha avisado que estava no local. Lin se aproximou da outra para tentar ouvir a conversa — Você tem exatos 6 minutos antes de apagar tudo, pois eles vão ligar e... você sabe. Vou ficar esperando. Assim que apagar eu começo. — deu para ouvir um confirmo de Lala do outro lado — Lembre-se, se tiver dificuldade com a... — Emi dá uma risada nasal — Toma cuidado Lala! — falou desligando o celular e olhando pra Lin. Elas se encararam por alguns segundos, afirmando que começava a fase dois do plano.

Já Lala se encontrava no meio das árvores, nunca tinha subido uma ladeira tão rápido na vida.
Não acreditava no que iria fazer, mas se fosse pela Lin ela faria.
Durante todo o caminho se passava tudo que sua mãe tinha a ensinado: "não se meta com gente errada"; "não faça coisas erradas"; "não desobedeça a leis".
Ela falava isso desde que ela era pequena... E agora estava fazendo tudo ao contrário.
Ela estava apreensiva.

Andou alguns passos em direção ao lugar que as gêmeas falaram a alguns minutos atrás.
Explicaram que tinha uma abertura na grade em direção ao norte. Como elas sabiam disso, não a disseram. Isso acabou deixando as mais velhas pensativas sobre o que elas faziam da vida.

Passou pelo freixo andando devagar e observando se alguém a tinha visto. Seguiu como falaram: ir até a esquerda, no segundo bloco virar a direita, dezoito passos uma encruzilhada, depois seguir para direita novamente.
Encontrou uma caixa de força grande cinza com placas de "aviso e perigo" e...  "BINGO" gritou em seus pensamentos. Tinha perdido a conta de quantas vezes sussurrou para si repassando esse plano idiota vindo a usina. Aquelas gêmeas iriam matar ela, e Lin iria junto. Não era possível!

Yane no Neko KaiOnde histórias criam vida. Descubra agora