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WOOYOUNG

Jesus Cristo!

Olho mais uma vez ao redor, amaldiçoando o engenheiro que construiu essa maldita universidade desse tamanho. Eu checo outra vez o mapa no meu celular para ter certeza de que estou indo na direção certa quando noto que estou na verdade, me distanciando do dormitório através da tela do celular.

Suspiro, esfregando o antebraço coberto pelo moletom na minha testa suada. Ou a garota na entrada me deu a informação errada sobre a localização do dormitório sem saber diferenciar direita e esquerda ou eu que tomei a direção errada em algum ponto.

Antes que eu fique ainda mais frustrado, giro meus calcanhares e arrasto a minha mala pelo caminho contrário, na trilha de pedras que faz minha mala esbarrar e causar um barulho além do necessário. Protegido do sol pelas copas das árvores altas, normalmente, eu tomaria tempo apreciando a visão como sempre fiz na minha antiga universidade, mas Dongguk se demonstra estranha e mal configurada na minha visão, diferente do meu lindo campus do qual tive que deixar para trás.

Em Dongguk tudo parece envolver vidro e ângulos estranhos e os poucos prédios de tijolos pelo qual passei são pintados com cores horrorosas. Fico cada vez mais tentado a pensar que a transferência foi uma péssima ideia, visto que foi influenciada pelos meus pais e irmão. E eu sei o porque eles queriam tanto que eu viesse. Mesmo que eu ame eles, as minhas visitas eram curtas, sempre odiei quando meus pais me faziam ser o centro da preocupação deles, por isso que as visitas em casa eram rápidas e sem tempo para eles se envolverem na minha vida em Busan.

A única coisa boa nas curtas viagens que eu fazia antes era poder passar um tempo com Yeosang, mesmo que ele fosse um pé no saco às vezes. O instinto protetor do meu irmão às vezes parecia como o de uma mãe urso. Era sufocante. Por isso a escolha de me mudar para Busan tão cedo.

Mas, agora estava de volta as mudanças de temperaturas extremas de Seul. A viagem tinha sido um inferno, de volta a Busan para terminar de arrumar minhas coisas acumuladas nos três anos que passei lá, com minha mãe me dando mais e mais opiniões sobre o que deveria trazer, que incluía praticamente até os quadros das paredes do pequeno apartamento que dividia com dois colegas, Byungchan e Seungwoo.

Já no avião, tive a infeliz sorte de me sentar ao lado de uma jovem mãe com uma criança, que chorou todo o percurso. Teria sido tranquilo se eu estivesse com meus fones anti ruídos, mas aparentemente, tinham sido a única coisa que eu não tinha trazido. Depois, a mesma mulher me pediu para segurar o bebê enquanto ia ao banheiro, o que me levou a um monólogo de que tipo de mãe era aquela que largava seu filho chorando com um desconhecido. O que, não cessou tão cedo, porque as pessoas ao redor começaram a me olhar feio para que desligasse o maldito bebê, mas eu não consegui fazer nada até a mãe chegar, o que levou outra eternidade.

Se nós não estivessemos em um avião teria pensado que a sujeita tinha abandonado a criança. E, a melhor parte da  viagem foi quando a criança de tanto chorar vomitou em mim. Um liquido pegajoso e horroroso, que eu ainda conseguia sentir.

Eu tive que pensar em muitas coisas bonitas para não acabar tendo uma síncope.

Uma viagem do inferno, em um lugar hostil e sem conseguir encontrar meu dormitório... Tomo um longo fôlego antes de me sentir sobrecarregado demais. Minha vida tinha virado de pernas pro ar em menos de dois meses, e eu me sentia constantemente sobrecarregado com tudo ao meu redor, tudo que eu queria era um pouco de paz e tranquilidade para poder patinar e ser o melhor.

Uma manhã ruim não iria definir meu dia. Eu só precisava de um banho, minha cama e uma boa dormida para me sentir revigorado. Dongguk seria bom. Só o fato de não estar sendo perseguido e sendo tratado mal outra vez já era um início.

The thin ice; woosan Onde histórias criam vida. Descubra agora