CHOI SAN
Um gemido alto me acorda de uma noite inteira de sono quebrado. Não consegui pregar o olho depois que Wooyoung dormiu, muito ciente do seu peso no meu peito e das suas mãos ao meu redor, como também do peso das suas palavras ainda tentando encontrar um lugar na minha mente, do peso do meu coração tentando se assentar e bater direito depois de tudo.
Se fosse possível, teria arrancado o peso que adentrou dentro de mim de tão dolorido que pareceu quando ele me contou sobre o bullying. Meu medo de acordar e não encontrá-lo comigo me fez abrir os olhos várias vezes, e por mais que pareça bizarro, passei a maior parte da noite velando seu sono com medo que algo acontecesse.
Deitar ao seu lado foi tão torturante quanto agradável. Ainda não sei o que fazer com a informação, mas sei que ele confia em mim agora, o que me deixa mais assustado e confuso com o instinto protetor que cresce cada vez mais em mim, junto de outro sentimento que não sei explicar.
Quero que ele fique comigo. Quero ser seu amigo. Quero que ele fique confortável comigo, que sinta prazer em estar comigo, quero ele fique bem, que ele sorria, que ele dê risada, porque eu amo a sua risada, acima de tudo.
E só de imaginar o que ele passou e como se sentiu nos últimos meses sinto vontade de correr até Busan e terminar de quebrar a cara daquele maldito. Mal posso esperar para encontrá-lo uma próxima vez, mas até lá preciso lidar com o Wooyoung dos próximos minutos.
Ele está agora gemendo, e não soa nada como o tipo de gemido que ele estava fazendo na noite passada quando eu estava de joelhos. Wooyoung está enrolado de lado com a minha frente colada em seus costas, mas quando me inclino sob meu cotovelo para ver como ele está, ele ainda está dormindo. Sabendo que ele vai acordar em breve sentindo muita dor de cabeça e pena de si mesmo, eu saio da cama e vou até uma lanchonete fora do campus que vende os melhores remédios para ressaca de todos os tempos. Rolinhos de arroz com bacon, e ovos com queijo extra. E café.
Envio-lhe uma mensagem na caminhada, para então, se ele acordar enquanto eu estiver fora, saiba onde eu estou, mas ainda prendo a respiração quando volto para o meu dormitório com medo de não encontrar ele na minha cama. Espero que ele não tenha fugido dessa vez.
Mas, assim que entro, abro um sorriso quando o encontro sentado no meio da cama, olhando ao redor do quarto com um olhar confuso e fofo no rosto.
ㅡ Por que a sua cama é maior do que a minha? ㅡ Dou risada. Não é muito maior, mas é definitivamente mais fácil de acomodar duas pessoas do que o resto dos dormitórios.
ㅡ Vantagens de estar no prédio dos atletas.
Ele passa a mão pelo cabelo bagunçado e aperta os olhos, uma expressão de dor estampando seu rosto bonito demais pela manhã.
ㅡ Aqui. ㅡ Coloco a comida na minha mesa e lhe entrego seus óculos. Sua confusão é grande esta manhã.
Ele olha para suas roupas - minhas roupas que são muito maiores nele - e geme.
ㅡ E eu aqui esperando que essa parte na noite passada fosse um pesadelo.
Sorrio.
ㅡ Não sei não. Vestir você enquanto você estava desmaiado de bêbado foi o destaque da minha noite, um sonho pra mim... Espere ai, isso soa super esquisito.
Wooyoung enterra a cabeça nas mãos.
ㅡ Eu estraguei tudo.
Aproximo-me da cama e sento do seu lado.
ㅡ Você não estragou nada. Ontem foi divertido.
ㅡ Pra mim. E o que você ganhou com isso?
ㅡ Eu pude passar um tempo com você, pude beijar você... ㅡ Me inclino e beijo sua bochecha, movendo-me lentamente em direção a sua boca. ㅡ Hmm, você não vai vomitar, vai?
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The thin ice; woosan
Teen Fiction"Cuide de Wooyoung e não dê encima dele." O pedido do meu melhor amigo, Yeosang parece fácil e simples. Ficar de olho no irmão dele no campus e manter minhas mãos para mim. Fácil. Mesmo que Wooyoung seja um patinador surreal de talentoso, que eu ach...