The thin ice; woosan

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WOOYOUNG

Ver San na aula na segunda-feira deixa minhas bochechas em chamas. Eu só deixei a sua cama duas horas atrás, apenas para voltar para o meu dormitório para que eu pudesse tomar banho, me trocar e comer alguma coisa antes da aula. Ele insistiu para que matassemos aula por hoje, mas não podia. Tinha um dia cheio de aulas, e depois uma reunião com o time de patinação.

Fazer a caminhada da vergonha é mais uma experiência universitária que posso riscar da minha lista. Uma que eu não sabia que viria tão cedo e fosse se mostrar tão boa. Sempre achei a ideia de  me apaixonar, ou precisar de alguém ao meu lado um tanto quanto dramática. Mas, agora estou pagando a língua.

Depois de passar o fim de semana inteiro juntos, acho que não consigo voltar mais a minha vida de antes, e toda vez que eu sinto seus sorrisos gentis chegarem até mim durante a aula meu corpo fica quente. Mas, isso não é nada comparado a quando nós cruzamos os olhos e ele olha para mim como se soubesse o que está se passando na minha cabeça, é como se ele estivesse tentando transmitir com seu olhar que ele sabe como eu pareço quando estou com ele, como eu agi e respondi a ele, como se tentasse me lembrar do que aconteceu durante o final de semana em seu quarto.

Agora meu rosto está pegando fogo e pelo primeira vez me arrependo de estar vestindo um moletom tão quente, porque sinto que o suor esta se acumulando por todo meu corpo em uma camada fina.

Consigo controlar os olhares e essa necessidade de te-lo ao meu alcance até a aula terminar, mas quando encontro San no corredor esperando por mim, sinto meu rosto voltar ao estado de vergonha mais uma vez.

ㅡ Que bom que você não se senta ao meu lado, essas bochechas teriam entregado tudo. ㅡ San corre o seu polegar na minha pele e parece que a caminhada de seu dedo queima.

ㅡ A culpa é sua. ㅡ Murmuro.

ㅡ Choi,ㅡ Jisung chama do final do corredor. ㅡ temos que ir antes que o treinador chegue!

San suspira.

ㅡ É melhor eu ir, mas eu queria ver você antes. Os treinos vão ser bem pesados daqui pra frente, nosso primeiro jogo é no sábado e mesmo que eu não vá jogar, o treinador está me tratando mal por causa do acidente com o Vernon.

Eu concordo com a cabeça e não posso deixar de me sentir responsável por ele não estar jogando. Pelo menos parcialmente responsável.

Vernon.

Outra coisa que não conversamos. Eu sei que ele tem dúvidas, mas está respeitando meu espaço e eu não poderia estar mais agradecido por isso. Gostaria muito de nunca mais tocar no assunto Vernon e eu na vida. 

ㅡ Te vejo depois então?

Eu concordo outra vez, por mais que meu cérebro comece a trabalhar na mensagem implícita.

Faz sentindo ele estar ocupado com os treinos. Eu sei que ele tem tantas responsabilidades com seu time quanto eu.

Eu coloco minha bolsa  no meu outro ombro e me direciono para minha próxima aula, lembrando a mim mesmo que ele não me prometeu nada além de sexo, e o fato de eu ter recebido tanto dele é alucinante de se considerar.

A questão é, agora que eu o tive, eu quero mais. Meu corpo já sente falta dele, e não é so por causa do sexo.

Enquanto passamos o final de semana juntos, além dos momentos em que exploramos o corpo um do outro, houve todos os momentos no meio também. As conversas e risadas, os beijos doces e a carícias gentis.

Quão patético eu sou por já sentir falta de passar tempo com ele?

Eu lembro de não ser grudento enquanto tento desalojar a súbita melancolia com a perspectiva de não vê-lo muito esta semana.