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CHOI SAN

O corpo quente e a respiração no meu pescoço fazem com que eu me aconchegue ainda mais naquela sensação. O cheiro doce e instingante, o qual, meu cérebro sonolento é incapaz de processar é tão gostoso e bem-vindo que é impossível não me esfregar na superfície da onde vem, meu nariz encontrando o ponto de onde parte, como um ima. Eu respiro aquele cheiro, me sentindo embriagado pela fragrância. Remete a morangos, com notas amadeiradas, cheiro de chocolate e amendoim, e é como uma mistura das minhas coisas preferidas de uma só vez.

O aperto em torno das minhas pernas é o bastante para me levar a outro lugar, o corpo abrasivo e suave sob o meu me acometendo de uma sensação de comichão no peito.
Aos poucos meus olhos vão se abrindo e a pele clara e sedosa é a primeira coisa que noto, quando a claridade vinda da janela toma foco, eu  me afasto brevemente, analisando o perfil bonito do homem ao meu lado em um sono profundo, os cílios escuros tremendo levemente e os lábios entreabertos soprando o ar lentamente são de tirar o fôlego, junto da visão dos cabelos bagunçados e da expressão relaxada. Desço mais meu olhar, vislumbrando o corpo bem construído e de tirar o ar entrelaçado ao meu, as pernas enroscadas dentro das minhas, assim como meus braços descansando em volta do corpo parcialmente encima do meu, com minhas mãos que de algum modo acabaram por penetrar a regata fina de que Wooyoung usava.

Minha regata.

Lentamente, tiro as mãos do espaço dele, puxando meu braço para longe do seu corpo e, paraliso quando Wooyoung se move, virando-se de costas para mim e agarrando cegamente meu braço, enlaçando em volta de si. Ele solta um resmungo, pressionando seu corpo no meu e meu rosto vai direto para sua nuca. O cheiro dele é tão bom que inconscientemente inalo profundamente, ficando tonto.

O desgraçado enquanto dorme começa a esfregar seu quadril contra mim, e eu sei que ele está inconscientemente, mas é sua bunda pressionando  na minha virilha, na tentativa de encontrar uma posição melhor para dormir, e eu nunca me parabenizei tanto mentalmente pelo autocontrole que tive para não pegá-lo na minha direção e me esfregar contra ele.

Se Yeosang me visse agora, ele teria minha cabeça numa bandeja. Seu irmãozinho com a bunda no meu pau recém acordado, esfregando-se em mim. Com certeza, seria o meu fim.

Minha respiração bate contra os fios despenteados cada vez mais afetada. Tento me afastar, mas o aperto em meu pulso custa a soltar e depois de muito tempo naquela posição consigo me desvencilhar de Wooyoung.
Cuidadosamente, deixo a cama, assistindo o moreno se esparramar no espaço e continuar dormindo.

Deus! A visão é... Avassaladora.

ㅡ Foco, San! ㅡ Digo a mim mesmo, indo para o banheiro. Nada que um banho bem gelado não resolvesse.

Assim que desligo o registro da água, consigo identificar o barulho da porta se fechando e, eu deixo escapar uma risada, mas é claro que Wooyoung sairia correndo daqui quando acordasse. Ignorando o pequeno ressentimento que cresce em mim por nem um obrigado receber dele, deixo o banheiro, indo me arrumar.

Sem nenhuma obrigação hoje, é dia do Senhor.

Sem treinos obrigatórios ou aulas.

Sei que alguns dos garotos foram passar o final de semana fora, mas Han e Jongho estão provavelmente por aqui.

Depois de tomar café da manhã, recebo uma mensagem dos dois avisando que podemos passar o rosto do dia juntos na cidade.

Perfeito.

[...]

O dia passa num borrão de cerveja, música alta e muitas risadas. Sequer noto quando o céu se torna escuro anunciando a hora de ir embora. Han está pendurado nos ombros de Jeongin, chapado demais para conseguir chegar ao seu quarto sozinho, enquanto balbucia sobre um certo patinador, nós dois rimos das besteiras românticas que ele atira, mas a menção de Minho me faz lembrar de Wooyoung por alguma razão, que desapareceu o dia inteiro, mas que dá minha cabeça idiota não conseguiu sumir.

The thin ice; woosan Onde histórias criam vida. Descubra agora