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WOOYOUNG.

Eu devo ter perdido minha cabeça. Um jogo de hóquei? Um maldito jogo de hóquei contra os pumas?

Acho que preciso analisar meu cérebro, porque claramente não estou batendo bem.

Estou quase tremendo enquanto tento me arrumar o melhor possível, controlando meu cabelo, mas pela primeira vez não estou tremendo de ansiedade como costumava acontecer sempre que minha antiga equipe de patinação era obrigada a assistir aos jogos em Busan, é estranhamente semelhante a excitação que eu sinto antes de me apresentar.  Estou ansioso pelo jogo e meu estômago borbulha com a sensação, mas não sei explicar direito. Ou controlar.

Respiro fundo quando recolho minhas coisas e deixo o dormitório.

San esteve ocupado ontem e hoje com o time, mas ele conseguiu arranjar tempo para me mandar mensagens durante o dia e noite. Ainda acho difícil de acreditar que ele não está fazendo isso apenas porque meu irmão o pediu e sim porque ele gosta de estar comigo, mas é difícil ainda mais tentar seguir minha razão quando ele me mantém acordado a noite com os áudios e clipes de gatinhos engraçados que ele me manda, mas não reclamo, até gosto de como ele parece ser apenas ele quando está falando comigo. Ele nunca pergunta se estou bem ou preciso de algo como Yeosang, ele apenas... é ele. O que é possivelmente a melhor coisa que ele poderia fazer.

O jogo vai ser realizado na pista de gelo oficial que a universidade mantém a algumas quadras do campus, é onde os grandes jogos são realizados. Antes que eu desista de ir até lá deixo o campus e vou me encontrar com Yeosang num café perto do ginásio. Nunca fui muito ligado ao hóquei, em Busan o time de patinação é quem tem todos os melhores títulos da instituição, mas algumas vezes éramos obrigados a frequentar os jogos pelo apoio moral, mas fora essas ocasiões eu nunca tinha ido a um por vontade própria. Não que agora, tenha sido ideia minha.

Mas, aqui estou. Indo a um jogo de hóquei.

Por San.

Na verdade, pela aposta estúpida.

Assim que chego no café reconheço a cabeleira loira do meu irmão, destacando-se dos demais. Entro no estabelecimento e me aproximo.
Yeosang assim que me vê se ergue e me envolve em um abraço apertado. O cheiro familiar e adocicado dele me invade e eu sorrio o apertando de volta. A diferença de altura é mínima, mas mesmo assim me sinto como o irmãozinho ao lado dele, mesmo que eu tecnicamente tenha nascido cinco minutos antes.

Nos separamos e fazemos nosso pedido. Yeosang me olha de um jeito engraçado, mas não diz nada. Ele ergue uma sacola brilhante do chão e tira de dentro uma camisa branco com detalhes em vermelho. Suspiro.

Jesus Cristo!

Vou usar isso rodeado de um mar de azul e dourado que costumava vestir.

ㅡ Acho que é uma boa não apostar contra Choi San. ㅡ Digo, tentando apaziguar o olhar de Yeosang.

ㅡ Pois é, maninho. Não é do seu fetio cair nessas armadilhas

ㅡ Eu perdi uma aposta e cumpro com o que digo ㅡ Retruco, pegando a camisa antes que eu tenha um derrame pelos pensamentos.

ㅡ E desde quando vocês fazem apostas?

ㅡ Somos amigos, agora.

ㅡMas, você sabe o que isso significa né? ㅡ Yeosang questiona apontando para a camisa.

ㅡ O quê?

ㅡ Você, usando o número dele.

ㅡ Alguma besteira de ego atlético,  eu suponho.

The thin ice; woosan Onde histórias criam vida. Descubra agora