Réquiem

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23 de junho de 2025/ Aincrad - 01° andar, Cidade dos Começos

>Ponto de vista da Asuka<


Algumas horas se passaram desde que finalmente vencemos PoH e resolvemos o problema dos jogadores vermelhos. O portal de teletransporte não para. A cada minuto um grupo de jogadores chega escoltando jogadores vermelhos e os levando para a prisão no Palácio de Ferro Negro. Soube que tivemos muitas baixas no andar 77, e vendo por estes nomes riscados tenho certeza que as linhas de frente farão uma pausa.

De repente ouvi passos ecoarem pelo salão. Aparentemente apenas uma pessoa desta vez, ao contrario dos muitos jogadores que passaram por mim escoltando jogadores vermelhos.

Olhei para trás e vi Yui se aproximando. Seu vestido branco balançava conforme ela caminhava lentamente. Seus cabelos negros estavam amarrados com um rabo de cavalo.

— Oi — ela disse ao parar ao meu lado.

— Como a Lio está? — perguntei sem desviar o olhar do memorial.

— Em choque, claro. Ele morreu na frente dela.

— Olha Yui... — me virei para ela. — Depois que você resolveu as coisas no console... — isso é embaraçoso! — Você me chamou de... mamãe...

— S-Sinto muito por isso... — ela corou.

— T-Tudo bem... — virei o rosto e voltei a olhar para o memorial.

— Você é muito parecida com ela... a mamãe, Asuna — ela disse. Sinto ela apertar a manga da minha camisa. — Naquela época eu... ou melhor, a minha versão anterior, havia acumulado uma série de erros. Um dia, quando eu fazia um usual monitoramento, ela percebeu um casal com parâmetros mentais que divergiam grandemente de outros jogadores. Ela nunca havia encontrado padrões cerebrais como esses até então. Felicidade... paz... mas não apenas isso... O que são essas emoções? Pensando nisso, ela continuou a monitorar aqueles dois. Desejos misteriosos brotaram dentro dela, enquanto observava suas conversas e ações. Nenhuma rotina deveria ter existido, mas... ela queria me aproximar daqueles dois... em um ambiente íntimo, ela queria conversar com eles diretamente... com o desejo de estar mais próxima, mesmo que fosse só um pouco mais. Ela vagueou diariamente, manifestando-se pelo console do sistema o mais próximo da casa de jogadores da qual o casal vivia. Até que um dia ela cansou de esperar. Ela fez contato com eles e viveu com eles por algum tempo, chegando a chama-los de mamãe e papai. Eles eram uma família. Entretanto um dia eles adentraram o calabouço abaixo daqui e encontraram com o Fatal-Scythe. Para salva-los Yui usou o console e o deletou. Mas com um preço. O cardinal, o sistema que comanda Aincrad percebeu que, além dela estar desobedecendo ordens, ela também havia acumulado vários erros e por isso foi deletada.

— Yui... — disse chocada com que ela havia dito.

— Eu fui reativada após Strea, outro Programa de Aconselhamento e de Saúde Mental, fazer um acordo com o administrador. Entretanto, mesmo tendo todas as lembranças dela, eu não sou a mesma Yui — senti ela apertar minha manga ainda mais.

— Estes dois jogadores... eram Kirito e Asuna? — perguntei.

Yui encolheu seus ombros e abaixou a cabeça. — Sim... — ela murmurou. Vi algumas lagrimas pingarem no chão. — Você é igual a ela.

— Desculpe por isso...

— Asuka... — seus grandes e expressivos olhos negros me fitaram como os de uma criança.

— Sim...?

— T-Tudo bem se... — ela corou. — Tudo bem se... eu abraçar você?

— C-Claro... — ajoelhei na frente dela. Yui deu um passo a frente e esticou seus braços para mim, me envolvendo em seu abraço. Senti o calor de seu corpo assim como meu coração bater mais rápido. Eu então envolvi meus braços ao redor dela e a abracei de volta. — Mas não me chame de mamãe, certo? — eu disse gentilmente.

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