"Realidade"

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04 de fevereiro de 2025 – 01° andar/ Cidade dos Começos


A luz que envolvia meu corpo desapareceu dando lugar ao cenário da Cidade dos Começos, o ponto de partida de SAO. Eu estava de pé no portal de teletransporte; a configuração de clima hoje estava normal, clima ameno. Dei alguns passos descendo os degraus enquanto abria o menu.

Ontem enviei uma mensagem para ela, que respondeu pedindo para eu encontra-la aqui. Abri o menu com a sensação de estar esquecendo algo. Deslizei meus dedos pelo menu até encontrar a mensagem, mas nela não havia hora ou local, apenas para encontra-la aqui. — Francamente, ela podia ser um pouco mais especifica.

— E você podia me responder. Ao invés disso me matar de preocupação! — disse uma voz feminina um pouco à frente. Olhei para frente, e era ela, Lio. Olhos amarelos, cabelos escuros, peitoral e braçadeiras de aço e um machado longo nas costas; a líder da guilda, minha melhor amiga.

— Oi Lio, já faz um tempo...

— Idiota — disse ela vindo em minha direção. Fechei os olhos esperando um tapa ou algo do tipo, afinal evitei ela por mais de um mês, mas em vez de um tapa ela me envolveu num abraço quente e apertado. — Nuca mais suma desse jeito, entendeu!?

— Sim — falei abraçando-a de volta.

Andamos até o Palácio de Ferro Negro, o memorial daqueles que morreram em SAO. Ela colocou algumas flores ali ao pé da escada e fez uma reverência, eu fiz o mesmo. Parado ali olhando os nomes daqueles se foram para sempre deste mundo, meus olhos foram de encontro ao de Kirito. Duas linhas cortavam seu nome, o que indicava que ele estava morto.

— Vamos, não gosto de ficar neste lugar — disse ela puxando a manga esquerda da minha camisa.

— É... vamos.

Algum tempo depois.

— Desculpe por ter te deixado sozinha — falei enquanto olhava o vazio que se estendi após a borda do 01° andar. Ela estava de pé ao meu lado, também olhando a imensidão azul e repleta de nuvens até onde avista alcançava. — Fui egoísta e não pensei em seus sentimentos. Eu... eu sinto muito Lio.

— Sim, você foi um belo idiota egoísta — ela respondeu. — Apenas não faça mais isso, certo?

— Certo — falei segurando a mão dela que estava apoiada no parapeito que dividia os limites entre o 01° andar e o vazio à frente. — Eu prometo.

— O que faremos agora?

— Casa. Vamos para casa.

Ela me encarou surpresa com a resposta. Afinal voltar para a casa que um dia pertenceu a nossa guilda é algo estranho, mais ainda para mim que tenho o abito de fugir do passado.

Nós andamos para o portal te teletransporte e nos teletransportamos para o 48° andar. Eu realmente gosto da configuração de clima deste andar, na maior parte do tempo ele está num clima ameno, sem muitas mudanças. E também é um dos andares mais chuvosos. Hoje ele estava parcialmente nublado.

Descemos a rua da praça de teletransporte e enquanto andávamos percebi que este andar estava muito mais vazio que quando o deixei. Há menos jogadores a cada dia que passa, me pergunto o que acontecerá quando não restar mais que cem, ou trinta.

— Devastador, não é? — disse ela enquanto caminhávamos pela rua do mercado. — Pouco mais de dois meses atrás esta rua estava cheia de jogadores comprando e vendendo coisas.

— Sim... me pergunto o que vai acontecer quando tiver menos que cem ou trinta.

— Talvez Heathcliff liberte aqueles que restarem.

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