Os jogadores perdidos

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11 de fevereiro de 2025/ Hollow Area, Rulid

>Ponto de vista do Aidan<


Algum tempo já havia se passado desde que saímos da sala vermelha. Eu e Philia estávamos na beira de um lago descansando – bem, eu estava descansando enquanto ela comia alguma coisa. Ela parece estar um pouco desconfortável pelo que aconteceu com o jogador vermelho, e pelo fato de ter sido uma jogadora vermelha.

Não posso julga-la. Afinal eu também matei alguém. Apesar de ter sido necessário, eu ainda me se sinto mal... não consigo deixar de pensar em como suas famílias estão, ou como foi para eles. Droga! Tenho que parar de pensar nisso!

— Você devia comer alguma coisa — disse Philia sentando ao meu lado com uma sacola de couro nas mãos. — Olha... sobre o que aquele cara disse...

— Não. Olha... se você acha que vou te julgar, eu não vou. Afinal eu também... — eu suspirei.

— Fizemos o que precisávamos fazer. E quando temos que escolher, só esperamos que a nossa escolha seja a certa — ela disse enquanto encarava a grama.

— Um pensamento positivo, hein? — disse com um fraco sorriso.

— Às vezes tudo que precisamos é um pensamento positivo! — ela disse sorrindo. Ela então se levantou. — Vou olhar por aí. Voltarei logo.

— Certo. Tome cuidado!

— E quando não tomo? — ela disse olhando para trás enquanto caminhava. Soltei outro suspiro e me deitei sobre a grama.

Parece que faz anos que não fico assim. O vento soprando levemente sobre meu rosto, o sol da tarde brilhando fortemente... em tempos normais eu estaria assando, mas o clima está incrivelmente bom. — Como você está Lio? — murmurei.

Fechei os olhos e adormeci.

De repente me vi em um lugar inteiramente escuro. Era como se eu estivesse num quarto cujas luzes foram apagadas. Um vento frio e fantasmagórico soprou fazendo minha pele se arrepiar. Senti náusea e caí com um joelho no chão. O ato fez o som da batida ecoar por seja lá o que isso for.

Um sussurro pôde ser ouvido. Palavras que eu não entendia, mas ouvi-las fez meu coração bater ferozmente.

Os sussurros foram aumentando exponencialmente. Eu então consegui entender as palavras: "assassino!".

Ao virar de costas pude ver Morte e o jogador vermelho. Sangue saia de seus olhos nariz e boca. Eles apontavam seus dedos indicadores para mim enquanto diziam: "assassino! Assassino! Assassino!", eles repetiam as palavraras ferozmente enquanto eu tentava tapar os ouvidos.

Me virei de costas para eles e me vi novamente em Aincrad. Eu estava na antiga casa de minha velha guilda. Lio estava de pé em frente a janela. Não consigo ver o que ela olha, pois tudo que vejo é um branco intenso.

— Lio! Lio, sou eu! Eu voltei! — disse animadamente.

Ela se virou. Em seu rosto não estava uma expressão de felicidade. Ela expressava repulsa.

— Não encoste em mim! — ela disse. — Você vai me sujar de sangue! Assassino! — ela gritou. — Assassino! Assassino!

Eu me vi novamente no quarto escuro cercado por todos que eu conhecia. Lio, Flint, Morte, o jogador vermelho. Meus falecidos companheiros de guilda, Cacio, Tommy, King... eles repetiam as mesmas palavras.

As lagrimas rolavam pelo meu rosto. Mas de repente eu senti uma mão sobre meu ombro. — Agora você é como eu — a voz masculina e potente dizia. Ao me virar para ver quem era, pude ver ele: o paladino vermelho, Heathcliff. Ele sorria gentilmente para mim.

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