Bridgerton [Além da Paixão] ✔️

Capítulo 2

Fevereiro, 1843
Residência Clarke

Depois do enterro, Lottie visitara a casa de sua amiga dias depois. O jantar com Lily e sua mãe foi delicioso e Charlotte já estava se aprontando para deitar-se bem antes do horário habitual na casa Clarke.

A Bridgerton não estava com sono pois era acostumada a quase sempre ir dormir acompanhada de algum livro de romance. E se ele fosse realmente bom, poderia ficar até de madrugada lendo.

Porém, quando estava na casa de Lily Clarke como convidada, sempre seguia o rito dos moradores da casa, mesmo que isso significasse ficar deitada em silêncio por algumas horas antes de pegar no sono.

Algumas vezes, ela e Lily conversavam até dormirem, mas sua amiga parecia cansada pelas últimas semanas. Por isso, apenas despediu-se das duas depois do jantar e seguiu para a biblioteca antes de ir se deitar. Escolheria algum livro e talvez ficasse por lá para ler antes.

Refletia sobre quando sua amiga Lily a convidou para passar uma noite em sua casa, como sempre faziam quando garotas, e ela não pode recusar. Sentia falta de como a vida era simples e sem preocupações depois das duas virarem debutantes.

"A casa sempre parece ficar mais cheia com sua presença, Lottie...", foi o que Evelyn falara mais cedo quando Charlotte chegou. Ela apenas sorriu com as palavras, sabia que Evelyn sentia falta do seu marido e Charlotte sempre tentava animar as duas desde que ele faleceu.

Neste momento, caminhando pelos corredores da biblioteca, passava os olhos por algum exemplar conhecido antes de retirá-lo da prateleira.

Folheou o livro e passou os olhos pela capa adornada de letras douradas na capa e verificou o título "Mansfield Park", sorrindo. Amava aquele livro.

Antes de se sentar no confortável sofá perto da janela, se encolheu ao ouvir um relâmpago ao longe e ignorou os pingos de chuva incessantes no parapeito.

Fechou a janela, deixando que apenas a luz da Lua a deixasse enxergar as letras do livros. Porém, ela não soube ao certo quanto tempo permaneceu sentada ali com o livro em suas mãos antes de adormecer.

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A viagem foi extremamente difícil e cansativa. Atravessar o mar não era fácil e Caspian estava muito cansado e abatido, amava o mar, mas não imaginava que o deixaria tão mal.
Chegou a Londres já de noite e imediatamente entrou numa carruagem alugada.

Caspian estava horrível, ele sabia disso, mas mesmo assim não deixou de se surpreender quando o cocheiro se assustou quando o viu.

Tudo bem... Ele estava com a barba por fazer e por causa da chuva usava um capuz preto para se proteger.

Entrou e rapidamente seguiu para casa de sua tia. Na verdade, sua casa. Ainda não havia se acostumado com isso.

A carruagem parou e ele desceu junto com sua bagagem. Bateu na porta e bufou baixo, estava doido para tomar um banho e finalmente tirar aquela barba.

O mordomo abriu a porta e, novamente, se assustou quando o viu. Quantas pessoas ele iria assustar só essa noite?

Não era só sua aparência, seu olhar escuro e frio deixava as pessoas recuadas quase sempre.

- Perdão! - O mordomo disse sem graça. - Mas quem seria o senhor? Para que eu possa ajudá-lo, claro.

Disse rapidamente. Caspian olhou para o homem fazendo ele estremecer mais ainda.

- Caspian Clarke, senhor.

Friamente respondeu ele. O mordomo ficou mais branco que o normal.

- Senhor! Perdão. Entre, por favor!