Conforto

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Tengen estava em seu quarto, tentava processar tudo que havia acontecido, havia ouvido toda a conversa de Zenitsu com seu avô, afinal, estava encostado na porta desde o começo. Ele conseguia sentir o turbilhão de emoções que se passava dentro de Zenitsu durante a conversa, apesar de nem sequer compartilharem uma marca, mas era óbvio para qualquer um que conhecesse o loiro minimamente.

A noite já havia caído, ele se sentia estranhamente culpado por ter deixado Zenitsu ir para seu quarto sozinho. Soltou o cabelo do rabo de cavalo, se jogou na cama, precisava refletir um pouco sobre tudo enquanto encarava o teto, ou então iria acabar fazendo algo errado.

Tengen definitivamente sentia muita coisa em relação á Zenitsu, o alfa pensava que depois de tudo que viveu, não conseguiria se interessar em mais ninguém, mas um certo ômega loiro com certeza havia de tornado seu ponto fraco. Sentia dentro de si, que poderia escrever mil canções sobre o Agatsuma, poderia gastar todas rimas possíveis em poesias sobre ele, por que mais ninguém era como ele. Zenitsu era uma coisinha cheia de camadas e profundidade, ele era complexo, ao mesmo tempo que muito simples, ele era bonito em todos os sentidos da palavra.

Quando estava na companhia de Zenitsu, se sentia leve, se sentia no dever de cercá-lo com proteção e amor, por que o Agatsuma merecia tudo isso e muito mais. Podiam estar próximos apenas há quatro dias, mas Tengen sentia que se Zenitsu pedisse, ele com certeza seria capaz de largar tudo por ele, mesmo sabendo que o ômega jamais pediria tal coisa á ele, pois tinha um coração bom demais para se por acima de qualquer coisa ou pessoa.

Naquele instante, se lembrava dos beijos que tão ousadamente distribuiu na pele macia do mais novo, abriu um sorriso ao lembrar das reações que causou no loiro. Queria poder beijá-lo mais, expressar fisicamente todo afeto que vinha nascendo dentro de si, queria fazê-lo suspirar, queria deixar aquelas lindas bochechas vermelhas novamente, queria deixá-lo constrangido da melhor forma possível.

- Fazia tempo que eu não te via com essa cara de idiota apaixonado.- Makio interrompeu seus pensamentos ao entrar no quarto, Suma e Hinatsuru vieram logo atrás.

- Não estou apaixonado.- Tengen resmungou formando uma carranca na face.

- Você está caidinho de amores pelo nosso doce Zenitsu. - Suma bateu palminhas com um grande sorriso no rosto.

- Inclusive, como foi lá com o avô dele?- Hinatsuru questionou, as três sentaram num canto diferente da cama.

- É um negócio complicado, o senhor Agatsuma já esperava que morreria, então para confortar Zenitsu ele resolveu contar coisas de família para ele. - Tengen resumiu, tentando não expor coisas que não tinha autorização de Zenitsu para dizer. - Coisas sobre os pais do Zeni, e afins...

- Nem imagino como deve estar sendo difícil para ele isso tudo, espero que você esteja sendo atencioso.- Makio advertiu franzindo as sobrancelhas.

- E o que foi aquilo no estúdio mais cedo??- Suma se lembrou de repente, elevando um pouco a voz e direcionando um olhar assustador para o Uzui. - Não me diga que você estava tentando tirar lasquinhas da inocência do nosso Zeni-chan!!

As três mulheres encaravam Tengen com um olhar mortal, se elas soubessem dos pensamentos de Tengen agora há pouco, com certeza o encheriam de murros e gritos sobre decência e cavalheirismo. Tengen fez cara de paisagem, se fingisse que nada aconteceu talvez se livrasse das perguntas.

- Você roubou um beijo dele?- Hinatsuru perguntou cruzando os braços, as sobrancelhas erguidas em sugestão.

Foi aí que Uzui notou que ainda não havia beijado Zenitsu, não nos lábios, pelo menos. Sentiu vontade de meter um tapa na própria testa.

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