_____-NÃO VIRE NESSA CURVA, NÃO ME DÊ AS COSTAS, A FACA TÁ NA MÃO, O ALVO É MINHAS MEMÓRIAS OOOHH!!!- A cantoria era ouvida pela casa toda, as notas da música seguindo um ritmo animado nas cordas do violão e dos tambores. Kaigaku odiava tanta barulheira, agradecia que pelo menos a voz de Daki era afinada, apesar de alta demais.
Estavam todos reunidos na sala de estar, o fogo na lareira iluminava parcialmente o cômodo, a luz da lua entrando pela janela aberta perto dos três sofás ocupados por Kaigaku, Rui e Enmu. Na parede oposta, sentados em banquinhos, Nakime tocava violão e Kokushibo os tambores (apesar desse último não estar muito animado com isso).
- Não importa o quanto eu tente, nunca vou entender a letra dessa música. - Akaza comentou ao sentar no chão.
- Pelo menos o ritmo é divertido, Nakime-san é muito boa no violão.- Douma se manifestou trazendo dois copos cheios de vinho, oferecendo um para Akaza, e indo sentar no sofá vago.
- Queria que Kibutsuji-sama chegasse logo, para acabar de vez essa porcaria. - Kaigaku suspirou cansado, tentando ignorar a conversa sussurrada entre Rui e Enmu perto de si.
Estava na casa da família Kibutsuji, ou melhor, na casa da sua família (da qual ele não entendia muito bem como havia surgido) fazia bons minutos, já era bem tarde da noite. Daki, Douma, Akaza e Kokushibo eram adotados, chamavam um ao outro de "primo" por algum motivo que Kaigaku não entendia, já que era um dos mais novos junto com Rui e Enmu, e não sabia como tudo havia começado. Ao contrário desses, Kaigaku e Nakime são filhos biológicos de Muzan, apesar de nunca terem conhecido a mãe ou sequer ouvido falar dela em algum momento. Daki e Douma eram os únicos que realmente se tratavam como irmãos e se preocupavam de verdade um com o outro, viviam grudados pra lá e pra cá, isso irritava bastante Kaigaku, já que esse afeto todo as vezes atrapalhava os negócios da família.
- Onde está aquele esquisito? Esqueci seu nome.....- Kaigaku perguntou tentando ocupar sua mente com algo relevante.
- Aaahh, o irmão mais velho da Ume-chan, o Gyutaro-san.- Douma tinha uma memória muito boa, ainda mais quando se tratava de alfas interessantes. Não era á toa que Daki vivia o chamando de ômega rodado. - Ele está preso no sótão. Devo dizer que ele é grosseiro e agressivo demais para ser irmão da doce Ume-chan, outro dia ele cuspiu no chão quando eu fui conversar com ele! - O loiro contava com uma expressão indignada no rosto, apesar de um traço de divertimento ter cruzado seus olhos coloridos.
- Você é insuportável, se eu fosse ele teria feito bem mais do que cuspir. - Akaza resmungou dando um último gole no copo com vinho.
-Ah, calem a boca. - Kaigaku cortou uma possível discussão entre os dois. Não era novidade pra ninguém que eles dois viviam brigando sempre que tinham oportunidade. Segundo Akaza, o ômega loiro era um maldito sádico que se divertia as custas dos outros, as vezes eles realmente pareciam aqueles típicos primos que se odeiam e estragam o natal da família.
Assim que a porta abriu de forma bruta, Nakime logo tratou de parar de tocar e encostou o violão na parede, Daki se calou e foi sentar ao lado de Douma, Kokushibo largou os tambores de lado com tédio estampado na cara. Muzan finalmente havia chegado, ao seu lado, Ume se encolhia sentindo o olhar de todos em sua direção.
- Vamos pular a parte do papo furado e ir direto ao ponto.- Muzan declarou de forma autoritária e grave, fazendo os pelos de Ume se arrepiarem. Com calma e seriedade, o mais velho sentou na grande poltrona preta perto da lareira e cruzou as pernas.
Ume engoliu em seco sentindo o olhar afiado de Kaigaku em sua direção.
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Souls and Smiles
FanfictionIntrigas entre famílias, mortes e tragédias rondavam o laço de casamento entre Zenitsu e Tengen. O Agatsuma aprenderia a seguir em frente de cabeça erguida, e Tengen estaria lá para apoiá-lo. Não importava quantas tempestades eles precisariam pass...