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O barulho das ondas a rebentar era algo tão bom de ouvir quando acordo. Na cidade quando acordo só ouço carros e buzinas, aqui é o oposto, nem um carro se ouve.

Levanto-me e abro a janela da varanda saio pela mesma e vou até ao mar. Sim minha janela dá para o quintal e ao passar pelo mesmo já estou no mar.
Como dormi de biquíni nem tive de trocar de roupa.

Entro a correr no mar e por sorte a água está a uma temperatura agradável. Nado um pouco e quando me dá fome saio da água. Vou até à cozinha onde Olga prepara o pequeno almoço.

Olga era quem toma conta da casa de férias.

- Bom dia Olga. - digo enquanto beijo sua bochecha.

- Bom dia menina, dormiu bem?

- Sim. - sento-me numa das cadeiras da bancada.

- Já irei preparar a mesa na sala de jantar.

- Eu vou comer mesmo aqui.

- Ok então.

Olga mete um prato de panquecas à minha frente e sumo de maracujá que eu amo demais. Como tudo e depois lavo meu prato fazendo com que Olga refile em espanhol. Não entendia nada que ela dizia.

- Até logo Olga.

Saio dali e vou até ao meu quarto tomar banho. No final visto um vestido amarelo com flores brancas de alças e calço umas sandálias. Pego uma mochila para pôr meu telemóvel e minha carteira. Deixo meu cabelo secar ao natural e saio de casa com minha bicicleta. Ia dar um passeio.
Pedalo até à cidade mais próxima e quando chego paro num café para beber uma água.

Sento-me na esplanada a beber minha água e mexer no telemóvel. Umas miúdas ao meu lado riam bastante e eu olho para elas por curiosidade de entender de que tanto riam. Elas olham em frente e eu olho para onde elas olham vejo um homem parado do outro lado da rua. Ele está focado em seu telemóvel mas por alguma razão tira o olhar do mesmo e olha em frente para onde eu e elas estamos. Com certeza olhava para elas por causa do escândalo que estão a fazer.
Não dava para notar bem onde seu olhar está fixo pois ele usa óculos escuros.
Dava para ver que ele era bem bonito. Mesmo com a roupa dá para perceber que tem um corpo de sonho. E com certeza quando tirar aqueles óculos o seu olhar vai ser hipnotizante.

Paro de olhar para ele quando percebo que já estou a ser tão estranha como elas. Volto a olhar para meu telemóvel.
Passado uns minutos ouço elas levantarem-se, olho para onde ele estava e ele já não está lá.

Acabo de beber minha água e saio dali. Pedalo até casa e ao chegar lá vou ajudar Olga na cozinha. Noto que ela está tristonha.

- Que foi Olga? - pergunto..

- Meu filho.

- Que tem ele?

- Anda metido em maus caminhos.

- Como assim? - pergunto surpresa.

Pablo, filho de Olga era uma pessoa incrível, nunca deu problemas à mãe, sempre teve as melhores companhias e sempre teve muito juízo. Pelo menos até agora. Ele trabalha num bar na cidade pelo que sei.

- O sítio onde ele agora trabalha pertence à mafia local.

- Mas ele não trabalha naquele bar na cidade?

- Não deixou o mesmo há dois meses.

- Ah!

- Agora trabalha para aqueles criminosos.

Olga falava da família Matos. Todos sabiam quem era essa família mesmo quem só passasse aqui férias como era o caso da minha família. Eu já me cruzei com o líder em alguns restaurantes. Ele tinha dois filhos mas eu nunca vi o filho, só a filha dele já a tinha visto em alguns bares.

- Lamento Olga. - abraço-a.

- Obrigada menina.

Acabámos tudo que tínhamos para fazer e Olga mete o tabuleiro do almoço no forno a lenha. Ia demorar ainda um belo tempo por isso resolvo ir para a sala um pouco.

Ligo a televisão e meto um filme da Marvel, a dar eu era viciada nos filmes da marvel. Começo a ver Captain America Civil War quando meu pai aparece.

- A ver filmes no primeiro dia de férias em vez de ires apanhar sol. - senta-se ao meu lado.

- Bom dia para ti também.

- Bom dia minha refilona. - abraça-me.

- Já nadei de manhã e fui dar um passeio de bicicleta.

- Nem de férias dormes?

- Não tinha sono.

- Pois dormiste a viajem toda.

- A tua namorada irritante?

- Está a dormir ainda.

- Vai dormir o dia todo?

- Amor ela tem um mês para aproveitar a praia. - ele diz e eu bufo.

Nem sei como não reclamou de a chamar irritante. Delfina era tudo que existe de mau, nem sei como meu pai gosta dela. Toda gente já percebeu que ela só está com ele por dinheiro. Menos ele claro. Meu pai até era um homem bem bonito e muito cavalheiro e isso talvez a devia agradar também mas não era nem nunca seria a razão principal razão de ela estar com ele.
Minha mãe morreu quando eu tinha 3 anos e desde então que era só eu e ele, até Delfine aparecer claro.
Meu pai era o CEO do grupo Roosevelt, tinha várias empresas e era um dos homens mais ricos da América.

- Que tal hoje irmos jantar aquele restaurante que tanto gostas.

- Ótima ideia, já tenho saudades da comida de lá.

Todos os anos passamos o mês todo de Julho aqui de férias e todos os anos vamos várias vezes aquele restaurante. Eu amo a comida de lá.
Saber que ia lá já deixou meu dia muito melhor.

Vemos o filme juntos e quase no fim do mesmo Olga nos chama para almoçar. Dizemos que já vamos e demoramos mais 10 minutos para acabar o filme fazendo-a refilar com a gente.

Almoçamos os dois pois Delfine nem acordou para almoçar.

- Tinha tantas saudades tuas. - meu pai diz.

Eu estava a estudar em Inglaterra por isso só via meu pai nas férias de natal, Páscoa e verão.
Estive uma semana em casa mas ele estava a trabalhar só agora que viemos para aqui íamos estar verdadeiramente juntos.

- Também eu pai.

Nova história, desta vez uma história diferente do que minhas leitoras e leitores estão habituados mas espero que gostem na mesma.
Até ao próximo capítulo.

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