Escolho-te

8

Acordo com vento a bater na minha cara. Não lembro-me de ter deixado a janela aberta. Abro os olhos e assusto-me quando vejo Nacho parado encostado na mesma. Pego no lençol que está a meus pés e tapo-me bastante depressa.

- Estás louco, que fazes aí? - pergunto bastante rápido.

- A apreciar a vista.

- Vai embora podem ver-te.

Ele em vez de fazer o que peço entra no quarto, fecha a janela e vem deitar-se ao meu lado. Eu tento o empurrar para sair da cama mas sem sucesso.

- Vai embora. - peço.

- Não.

- A tua namorada ia gostar de saber que estás num quarto com uma rapariga quase nua? - pergunto e ele olha para mim ainda deitado.

- Namorada?

- Sim, Bárbara.

- Ela não é minha namorada. Fiquei com ela uma vez e agora não larga-me.

- Obrigou-te a estares naquela loja com ela?

- Meu pai é amigo do dela e pediu para ir com ela para a ajudar a escolher.

- Ela não tem amigas? - pergunto sem tentar demonstrar desconforto.

- Isso é ciúmes?

Reviro os olhos e levanto-me da cama e vou a correr até à casa de banho. Tento fechar a porta mas ele é mais rápido que eu e puxa-me de volta para o quarto.

- Veste-te vamos dar um passeio. - ele diz.

- E quem disse que quero ir passear contigo?

- Eu, estou a tua espera na entrada da minha casa. - ele sai do quarto pela janela sem dizer mais nada.

Bufo e procuro uma roupa. Vou tomar um banho e depois visto-me. Saio do quarto e vou até à cozinha. Eu não ia com ele mas ao mesmo tempo queria ir. Ele manda mensagem a perguntar se demoro e eu mando mensagem a dizer que não vou.

- Bom dia Olga. - beijo sua bochecha.

- Menina, bom dia. Fiz a salada de fruta que tanto adora.

Ela entrega-me uma taça pequena com a mesma e eu como feliz pois eu amava a sua salada de fruta. Ela metia todas as frutas que existem pelo menos era o que eu dizia pois levava muita fruta. Quando acabo de comer volto para o meu quarto e tiro a roupa e fico só de biquíni. Saio pela minha varanda e vou até às espreguiçadeiras. Puxo uma para a beira do mar e deito-me nela.

O sol como acordei tarde já está alto e é tão bom levar com ele na cara até que de repente tapam o mesmo e deixa de bater em minha cara só batendo mesmo o vento. Abro os olhos para olhar para a pessoa e era Nacho.

Bufo irritada por ele não deixar-me em paz um segundo.

- Que foi? - pergunto sendo bem rude.

- Posso saber porque não vieste passear comigo?

- Não apetece-me.

- Bom dia. - ouço a voz do meu pai atrás de mim.

Levanto-me quase a correr da espreguiçadeira e fico ao lado de Nacho a olhar para meu pai.

- Bom dia, este é Marcelo Matos, ele mora aqui ao lado. - apresento Nacho ao meu pai.

- Muito gosto. - meu pai diz mas vejo pela sua cara que não gostou nada.

- Eu estava no meu quintal e vi sua bela filha e vim apresentar-me pois acho que todos devemos conhecer nossos vizinhos. - ele mente descaradamente.

- Pois, tem razão. Foi um gosto, adeus. - meu pai literalmente o manda embora sem deixar de ser educado.