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- Que bela surpresa princesa. - ele diz aproximando-se de mim

- Boa noite eu vim aqui ...

Paro de falar no exato momento em que ele para na minha frente sem deixar quase distância nenhuma entre o nossos corpos. Olho para cima pois ele era bem mais alto que eu. Ele afasta-se e vai meter o cigarro que tinha na mão no cinzeiro.

Volta a vir ter comigo e mais uma vez a distância entre os nossos corpos é quase inexistente. Eu tento afastar-me mas ele segura a minha cintura impedindo-me de tal ato. Sua mão direita vai até ao meu rosto e ele acaricia o mesmo. Seu toque era tão bom e fazia meu corpo ter reações que nunca tive antes.

Quando ele vai para beijar-me ouvimos alguém a tossir. Olho e está ali está uma mulher na entrada do quarto a olhar para nós. Afasto-me de Nacho e caminho em direção a mulher, passo por ela e saio dali voltando para casa.

- Então filha? - meu pai pergunta.

- Ah? - pergunto sem entender.

- Vão diminuir o som?

- Ah, sim. - minto sabendo que isso provavelmente não vai acontecer pois acabei por não o pedir.

Beijo a bochecha de meu pai e vou até ao meu quarto. Deito-me e automaticamente a minha cabeça recorda o que aconteceu. Se aquela mulher não tivesse aparecido não sei o que teria acontecido. Quem seria ela? Bem uma coisa eu sei, é que ela estava com cara de quem não gostou o que viu.

Pego meu telemóvel e ligo meus airpods. Meto a minha playlist do spotify e procuro minha música preferida naquele momento, Family Line do Conan Gray, meto em modo de repetição pois eu quando gosto de uma música de verdade ouço a mesma repetidamente até enjoar dela.

-Oh, all that I did to try to undo it, All of my pain and all your excuses, I was a kid but I wasn't clueless. - canto não ouvindo a minha própria voz pois tinha sempre a música no volume máximo.

De repente sinto a deitarem-se ao meu lado e assusto-me tiro os airpods e vejo Nacho ali deitado. Sento-me na cama.

- Mas que raio estás a fazer? - pergunto a ele.

- Cantas muito bem. - ele diz sem abrir os olhos.

- Não respondeste ao que perguntei.

- Estou a tentar dormir.

- A tentar dormir? Na minha cama? Como entraste? - pergunto tudo de uma vez.

- Calma mulher. Bem primeiro minha casa está cheia e eu estou com sono, segundo sim na tua cama que eu saiba estou aqui deitado, terceiro a janela não está trancada.

Olho melhor para ele e noto que só está de boxers, com a raiva que estava nem tinha notado que ele estava assim. Oh meu deus que eu ainda cometo alguma loucura hoje.

- Sai. - digo de forma ríspida.

- Não. - ele diz e mete-se debaixo dos lençóis.

Vou para sair da cama mas ele agarra-me e deita-me ao seu lado virada de costas para ele. Sinto seu amiguinho muito perto da minha bunda.

- Dorme. - ele sussurra no meu ouvido.

Lembro-me do sonho que tive e se aquele sonho era meio que uma previsão do que ia acontecer. As vezes eu tinha essa sensação de que algumas coisas que aconteciam eu já tinha sonhado com elas. Ou estava só a fazer filmes de mais em minha cabeça.

Acabo por adormecer em seus braços.

Na manhã seguinte acordo e Nacho já não está ali.

- Meu sonho não aconteceu. - digo para mim mesma.

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